Por Vera Bittencourt
A Bahia, ao longo da primeira metade do século XX, testemunhou uma imigração massiva de estrangeiros em busca de uma nova vida no Brasil, fugindo de conflitos, guerras e recessões econômicas em seus países de origem. Essa diversidade de culturas estrangeiras trouxe consigo uma riqueza gastronômica incomparável, transformando a mesa dos baianos e enriquecendo sua culinária tradicional. Dentre as diversas comunidades que se estabeleceram na Bahia, destacam-se as colônias portuguesa, espanhola, italiana, árabe, japonesa e israelita, cada uma deixando sua marca na gastronomia local.
Nos clubes específicos de cada colônia, como o Clube Português, Clube Espanhol, Clube Sírio e Libanês, e a Colônia JK, os imigrantes não apenas se reuniam para manter suas tradições vivas, mas também compartilhavam suas receitas familiares e pratos típicos. Assim, pratos e ingredientes como bacalhau, sardinha, cozido, macarronada, pizza, grão de bico, berinjela, quibe, pastel, azeite de oliva e azeitona tornaram-se parte integrante da culinária baiana, agregando novos sabores e texturas às mesas locais.
Essa influência multicultural não apenas diversificou a dieta dos baianos, mas também enriqueceu sua experiência culinária, proporcionando um verdadeiro festival de sabores e aromas. A presença de ingredientes e técnicas de preparo oriundos de diferentes partes do mundo ampliou o horizonte gastronômico dos habitantes da Bahia, consolidando-a como um verdadeiro tesouro culinário, onde tradição e inovação se entrelaçam harmoniosamente, refletindo a riqueza e a diversidade de sua história imigratória.