Reportagem: Priscila Machado e Nilson Marinho/Secom PMS
Equipamento relevante para a preservação da memória da capital baiana, o Arquivo Público de Salvador reabriu nesta quarta-feira (11), trazendo à disposição do público um acervo com mais de 4 milhões de documentos que datam do século XVI até os dias atuais. Para celebrar a reabertura, uma série de atividades está sendo realizada no prédio, localizado no bairro do Comércio, e se estenderá até a sexta-feira (13).
O evento de abertura institucional contou com a realização do seminário “Preservação, Acesso e Compromisso com a Memória de Salvador”. Até sexta-feira (13), os visitantes poderão participar de visitas guiadas, discussões e palestras. O público interessado em acessar um dos acervos mais raros e antigos da América Latina poderá agendar visitas a partir da próxima segunda-feira (16), por meio do e-mail arquivopublico@salvador.ba.gov.br ou pelo telefone (71) 3202-7690. O funcionamento do equipamento é de segunda a sexta, das 8h às 15h.
Durante o evento de abertura, a turismóloga e coordenadora do Núcleo de Ações Turísticas do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur-Salvador), Simone Costa, destacou o esforço coletivo e o trabalho de muitas pessoas para preservar o acervo histórico da cidade. “É muito emocionante estar aqui hoje. Passa um filme nas nossas cabeças e também nas de outras pessoas que foram extremamente importantes para que pudéssemos recuperar esse acervo e colocá-lo neste lugar onde ele está hoje. Se conseguimos desenvolver e executar este projeto, foi porque tivemos anjos e guardiões dessa memória”, comentou.
Acervo – O Arquivo reúne uma vasta coleção de documentos textuais, audiovisuais, iconográficos e cartográficos. Durante o processo de restauração que antecedeu a reabertura, novas técnicas foram desenvolvidas para lidar com os papéis do acervo, que apresentavam características diferentes de qualquer outro material já manuseado pelos profissionais.
A arquivista e supervisora do Núcleo de Atendimento do Arquivo, Adriana Pacheco, destacou esse aprendizado. “Vivenciamos isso em todas as áreas e atividades. Foi um momento único. O Arquivo é nosso, e todas as pessoas envolvidas estão de parabéns”, afirmou.
O subsecretário da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), Walter Júnior, ressaltou não apenas a importância da restauração do acervo, mas também a requalificação do prédio que o abriga. Localizado entre a Baía de Todos-os-Santos e o Elevador Lacerda, o imóvel possui nove andares e agora conta com um sistema de combate a incêndio semelhante ao do Vaticano, que não utiliza água nem elementos químicos. O gestor também mencionou a realização de futuros concursos públicos para ampliar a equipe de profissionais do Arquivo.
“É espaço complexo, que deve atender em sua máxima potência à população, pesquisadores, intelectuais e estudantes, além de formar público para utilizá-lo. Este equipamento precisa ser amplamente acessado pela população, caso contrário, perde o sentido”, pontuou.
Entre as preciosidades do acervo, destacam-se uma cópia da certidão de batismo de Catarina Paraguaçu, datada de 1528, provisões reais de 1624 e as atas da Câmara Municipal de Salvador, reconhecidas como patrimônio da Memória do Mundo pela Unesco. O acervo também abriga mais de 90 mil imagens e arquivos audiovisuais que retratam a história da capital baiana, suas personalidades, festas populares e diversos outros temas.