Doença é uma das maiores causadoras de cegueira infantil, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado é possível preservar a visão
Não são só os adultos e idosos que podem ter catarata, crianças também podem ter a doença, por isso, é muito importante ficar atento aos sinais e procurar um oftalmologista o mais rápido possível. Esse tipo de doença é conhecida como catarata congênita, quando se manifesta desde o nascimento do bebê ou a adquirida, quando se desenvolve ao longo da infância.
A catarata infantil é uma doença ocular que provoca a perda da transparência do cristalino, que é a lente natural do olho, localizada atrás da pupila. As crianças que desenvolvem essa condição têm um cristalino opaco, comprometendo sua visão. A doença pode comprometer apenas um olho (catarata unilateral) ou os dois (catarata bilateral), e se não tratada pode causar estrabismo e nistagmo (movimentos involuntários e repetitivos dos olhos), além de cegueira.
“O sinal mais comum da catarata congênita é a mancha esbranquiçada no olho do bebê e nem sempre é possível visualizar essa mancha. Muitas vezes ela só aparece quando exposta a alguma fonte de luz. Por isso, o Teste do Reflexo Vermelho, conhecido também como Teste do Olhinho, é muito importante e deve ser feito durante a primeira semana de vida, em intervalos regulares até 24 meses, explica o oftalmologista Dr. Sérgio Kwitko.
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da catarata infantil, entre eles, distúrbios na gravidez, infecções intrauterinas, doenças autoimunes, alterações metabólicas, diabetes, alguns tipos de medicamentos, traumas oculares e fatores hereditários. Por isso, fique tendo aos principais sinais, como:
- Pupila esbranquiçada;
- Pontos azuis nos olhos;
- Estrabismo;
- Nistagmo
- Dificuldade para acompanhar objetos;
- Sensibilidade ao brilho e luz;
- Atraso no desenvolvimento visual e motor da criança, afetando suas habilidades visuais e cognitivas.
Segundo o especialista, o tratamento da catarata congênita é somente cirúrgico. Não existe tratamento clínico (medicamentos) para catarata congênita. “É importante os pais estarem atentos, pois o diagnóstico precoce evita complicações que podem levar a perda da visão. O tratamento vai depender da gravidade da doença, do tipo da catarata e da idade da criança”, completou o médico.
É orientador do Setor de Córnea e Doenças Externas do Serviço de Oftalmologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, professor da pós-graduação da disciplina de cirurgia da UFRGS, e sócio-diretor e fundador do OftalmoCentro. Tem 30 capítulos de livros escritos, 86 trabalhos publicados em periódicos nacionais e internacionais, 15 prêmios ganhos e é editor de 3 livros. É membro do conselho editorial de 6 periódicos oftalmológicos nacionais e internacionais, e ex-presidente da regional sul das sociedades de catarata e implantes intraoculares e de cirurgia refrativa. Atua nas áreas de Transplante de Córnea, Doenças Externas, Superfície Ocular, Catarata e Cirurgia Refrativa.