Editado pela Solisluna e Selo Emília, ‘Eu, Leitor (a) – Mediação e Formação de Leitores’ reflete sobre mediação de leitura e educação literária para crianças e adolescentes
No mês em que se comemoram diversas datas do universo literário – Dia do Poeta (20); Dia Nacional do Livro (29); e Dia Nacional da Poesia (31) -, além do Dia dos Professores (15), Salvador recebe o escritor e educador chileno Felipe Munita, no próximo dia 25. Ele vem à capital baiana para lançar ‘Eu, Mediador(a) – Mediação e Formação de Leitores’. Poeta e especialista em mediação de leitura, Munita participa do VI ELEGE – Encontro de Leitura e Escrita do Geling, promovido pela Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O evento vai acontecer entre 23 e 25 de outubro, na Faculdade de Educação e na Escola de Administração da universidade baiana.
A edição brasileira do livro do Felipe Munita é fruto da parceria editorial entre a Solisluna Editora e o Selo Emília do Instituto Emília que se uniram com o propósito de juntar forças e trazer para o Brasil importantes títulos destinados a educadores, mediadores de leitura, professores, bibliotecários e todos que estudam, pesquisam e trabalham com literatura para crianças e jovens.
Reconhecido no mundo todo por seu trabalho, Felipe Munita é professor na Faculdade de Filosofia e Humanidades da Universidade Austral do Chile e autor de livros e artigos que se dedicam a refletir sobre a mediação da leitura, educação literária e poesia para crianças e jovens. No dia 25, às 17h, ele comanda uma Conferência e, em seguida, realiza sessão de autógrafos no lançamento de ‘Eu, Mediador(a) – Mediação e Formação de Leitores’, cuja edição brasileira é fruto da parceria editorial entre o Selo Emília e a Solisluna Editora.
“Para nós é motivo de celebração ter Felipe Munita conosco no lançamento deste livro. Pesquisador experiente, ele nos oferece reflexões profundas e sábias sobre mediação de leitura em um dos livros mais importantes recentemente publicados sobre o tema, leitura necessária para todos que acreditam na importância da formação de leitores”, destaca Valéria Pergentino, editora da Solisluna.
Autor de obras como ‘Dez pássaros na minha janela’ (2016) e ‘Trinares’ (2023), Munita recebeu importantes reconhecimentos internacionais, como o Prêmio Hispano-Americano de Poesia para a Infância, a Medalha Colibri do IBBY Chile e o prêmio Os Melhores do Banco do Livro.
O QUE FAZ UM MEDIADOR DE LEITURA?
Em seu novo livro, ‘Eu, Mediador(a) – Mediação e Formação de Leitores’, ele propõe um itinerário completo que vai desde a construção conceitual da noção de mediação de leitura até a exemplos de práticas mediadoras, com especial atenção às desenvolvidas no contexto escolar. Partimos, então, da questão básica: “O que faz um mediador?” Segundo Munita, o objetivo do mediador não é, necessariamente, fazer com que todos sejam leitores, mas sim trabalhar na construção de condições (materiais e simbólicas) favoráveis para que cada pessoa decida ou não ser leitor.
A partir dessa compreensão, é necessário se atentar para alguns critérios. Para começar, a mediação exige a construção, por parte do mediador, de um espaço de acolhimento e hospitalidade. Além disso, o mediador deve ter competências para gerir encontros intersubjetivos, pois, em muitos casos, a prática da leitura envolve a participação em espaços de diálogo com outras pessoas. E, claro, também é necessário que o mediador tenha amplo conhecimento literário, para escolher os textos que podem ser mais interessantes para públicos distintos.
Mas, considerando que países têm realidades diferentes – muitas vezes as diferenças se fazem presentes no próprio país -, Munita ressalta as especificidades de atuação de mediadores. “Um primeiro ponto está relacionado com o contexto específico de atuação de cada mediador, uma vez que mediar não é a mesma coisa se você é professor de línguas numa escola ou se é responsável por uma biblioteca pública, ou se é responsável por um clube de leitura numa residência para pessoas idosas. Cada um destes contextos tem os seus próprios objetivos sociais e/ou educativos e, portanto, a mediação deve responder a esses objetivos. Assim, a primeira especificidade depende do seu próprio contexto de atuação. E depois, claro, poderá haver especificidades de alguns países. Por exemplo, em países onde uma elevada percentagem de população fala línguas indígenas, a mediação deve obviamente considerar isto como um ponto de partida”, afirma.
INSPIRAÇÃO EM GILBERTO GIL
Além da conferência com Felipe Munita e do lançamento do seu livro, o VI ELEGE terá uma programação bastante diversificada, durante os dias 23 (quarta-feira), 24 (quinta-feira) e 25 (sexta-feira) de outubro. O evento é promovido pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Linguagem (GELING), do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia.
Este ano, o enfoque é nas interações de linguagem mediadas pela cultura digital em diálogo com as diversas modalidades linguísticas, leitura, escrita e oralidade, e com a literatura. Em sua sexta edição, o tema é ‘Com quantos gigabytes se faz uma jangada e um barco que veleje nesse infomar?’, uma frase retirada de ‘Pela Internet’, música de Gilberto Gil. A ideia é abordar poeticamente os desafios relacionados à apropriação e à promoção das práticas críticas, lúdicas e estéticas da leitura e da escrita no contexto digital.
Coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Linguagem (GELING), Giselly Lima afirma que o objetivo maior é aproximar a universidade dos professores da escola básica, sobretudo, nas discussões sobre leitura escrita e oralidade na escola: “A gente quer pensar a leitura escrita e oralidade no diálogo com a cultura digital, perguntando aí como é que a gente navega nesse infomar”. Para tanto, ela destaca a presença de Felipe Munita no evento: “Ele sempre pensa esse lugar do professor como um mediador fundamental na relação das crianças e jovens com a leitura e fala para esse público. A gente sabe que ele tem muito a contribuir com as reflexões sobre a mediação leitora”.
Alinhado com o tema do evento, o educador chileno acredita que, em tempos de redes sociais e I.A., é importante usar essas ferramentas como auxílio para atrair leitores. “Muitas pessoas pensam que, por si só, as redes são ruins ou inimigas da leitura, mas, a verdade é que muitos adolescentes, por exemplo, têm aí espaços importantes para a construção da sua identidade individual e social. Por que não utilizá-los, então, como aliados e aproximar-se desse mundo que é tão importante para os jovens, para abrir espaços de conversação literária e de socialização em torno da leitura?”, questiona, de forma retórica, Felipe Munita, que é fã de música brasileira e esteve na Bahia quando era estudante universitário.
Agora, ele retorna a Salvador como professor: “Estou muito animado para voltar, na perspectiva de um profissional de leitura e literatura, para discutir projetos de formação de leitores, conhecer pessoas que atuam como mediadores e saber o que está sendo feito aqui nessa área. Essa troca e diálogo é minha principal expectativa para participar do ELEGE”.
Confira a programação completa do VI ELEGE no site www.elege.ufba.br.
SERVIÇO
Lançamento do livro ‘Eu, Leitor (a) – Mediação e Formação de Leitores’, com sessão de autógrafos com o autor Felipe Munita
Quando: 25 de outubro, sexta-feira, 17h
Onde: Escola de Administração da UFBA – Avenida Reitor Miguel Calmon s/n Vale do Canela
Informações Técnicas
Editoras: Solisluna Editora e Selo Emília
Formato: 15,7 cm x 23 cm
Nº de páginas: 304
Encadernação: brochuraPreço: R$75,00
www.solisluna.com.br