Por Doris Pinheiro
Eu sempre quis entender como o aguerrido São João Batista virou o São João do Carneirinho… ele era sério, brabo, corajoso e o nosso menino abraçado ao carneirinho é pura ternura. Mas vamos ao que conseguimos saber.
A origem da festa de São João é apontada pelos historiadores como diretamente relacionada a festividades pagãs realizadas na Europa no solstício de verão. Elas eram realizadas como forma de afastar os maus espíritos e qualquer praga que pudesse atingir a colheita. Depois, quando estas festas foram cristianizadas passaram a fazer parte do calendário festivo do catolicismo.
Essa foi uma prática comum da Igreja Católica. Para “facilitar” a conversão dos diferentes povos pagãos, a igreja fazia uma aculturação das festividades e adicionava elas ao calendário católico, acrescentando elementos cristãos.
Quem trouxe as festas para o Brasil foram os portugueses, mas com uma conotação estritamente religiosa, Mas Brasil é outra coisa né… Criamos uma lindíssima festa que vai de primeiro a 29 de junho e celebra Santo Antônio, São João e São Pedro. Nós somos sensacionais!
Quando introduzida no Brasil, a festa era conhecida como Festa Joanina, em referência a São João, mas, ao longo dos anos, teve o nome alterado para Festa Junina, em referência ao mês no qual ocorre, junho.
Pois é, no começo a festa possuía era bem religiosa, mas hoje é vista por muitos mais como uma festividade mais popular do que religiosa e aqui está associada a toda uma cultura das zonas rurais, especialmente do Nordeste.
Mas quem foi este João?
Pregador itinerante nascido na Judeia, João se tornou líder religioso de um grupo de judeus da época. Ele defendia valores como retidão e a prática da virtude. Para purificar as almas, batizava. João Batista foi o homem que, de certa forma, abriu as portas para a missão de Jesus.
De acordo com os textos bíblicos, João era parente de Jesus. Ele era filho de Zacarias, um sacerdote, e de Isabel, uma prima de Maria, a mãe de Jesus. Segundo a literatura sagrada, Jesus iniciou sua missão evangelizadora somente após ter sido ele próprio batizado pelo primo nas águas do Rio Jordão.
Como costumava acontecer em grupos religiosos daquela época — a exemplo do próprio Jesus —, as pregações de João passaram a incomodar o poder estabelecido. Preso por dez meses, provavelmente em algum momento entre o ano 26 e o ano 28 da era cristã, João acabou condenado à morte pelo governante Herodes Antipas (20 a.C – cerca de 39 d.C). Não se sabe exatamente a idade que João tinha quando foi morto, mas é certo que era mais velho do que seu primo Jesus.
São Marcos em seu evangelho narra que Salomé, filha de Herodíades, dançou para Herodes. O rei ficou deslumbrado com ela e disse que daria tudo o que lhe pedisse. Então Salomé fala com sua mãe e pede a cabeça de São João Batista numa bandeja.
Para muitos, João é o primeiro mártir da Igreja e o maior dos profetas.
Para encerrar, a gente chama Gonzagão!