Confira os dados coletados pelo IBGE no último Censo
Frente ao Censo 2010, quando os indígenas somavam 60.120 pessoas no estado da Bahia, houve aumento de 281,6%, o que representou mais 169.323 pessoas se declarando ou se considerando indígenas em 12 anos. Tanto o aumento absoluto (+169.323 pessoas), quanto a taxa de crescimento (+281,6%) da população indígena baiana, foram os segundos maiores dentre os estados.
Em 2022 Salvador era o quarto município e a segunda capital do Brasil com mais indígenas: 27.715. O contingente também quase quadruplicou frente a 2010, quando havia 7.563 indígenas na capital baiana (+266,5%, ou mais 20.152 em 12 anos). Seis de cada 10 indígenas na Bahia e oito de cada 10 em Salvador não se declararam no quesito cor ou raça, e se informaram se considerar indígenas na segunda pergunta sobre o tema, feita fora de Terras Indígenas pela primeira vez, no Censo 2022.
Em 2022, foi encontrada ao menos uma pessoa indígena em 411 dos 417 municípios da Bahia, ou 98,6% do total. Salvador, Porto Seguro (18.080 pessoas) e Ilhéus (12.971) eram os municípios baianos com maiores populações indígenas em 2022. Pau Brasil se manteve com a maior proporção de indígenas na população (34,5%), seguido por Banzaê (25,5%) e Rodelas (24,8%). Na Bahia, 7,5% da população indígena viviam nas 21 Terras Indígenas formalizadas, em 2022, 5o menor percentual do país.Mesmo com quatro novas terras delimitadas, entre 2010 e 2022, população indígena nessas áreas oficializadas, na Bahia, teve o menor crescimento do país: 2,3%. Em 2022, as Terras de Barra Velha (com 4.175 indígenas), Caramuru/ Paraguassu (3.959) e Coroa Vermelha (3.037), todas no Sul do estado, eram as que tinham as maiores populações indígenas na Bahia.
Metodologia do IBGE – O IBGE é o único órgão a produzir estatísticas oficiais sobre os povos indígenas do Brasil. Desde 1991, eles passaram a ser sistematicamente investigados nos Censos Demográficos, com base na identificação das pessoas que se classificam como “indígena” na pergunta sobre “cor ou raça”, a qual, a partir do Censo de 2010, passou a constar do questionário do Universo, respondido por todos os domicílios. Também em 2010, uma segunda pergunta (“você se considera indígena?”) era feita exclusivamente em Terras Indígenas oficializadas, para residentes que não tinham se declarado indígenas no quesito cor ou raça. Essa metodologia foi mantida e ampliada no Censo 2022. Nele, a identificação da população indígena deriva da conjugação dos dois quesitos: o de cor ou raça, aplicado a todos os domicílios, quando a opção de resposta é indígena; e o quesito “se considera indígena”, que passou a ser investigado fora de Terras Indígenas oficiais, em uma série de localidades onde havia algum tipo de ocupação indígena conhecida ou potencial.
A ampliação na captação da população indígena brasileira resultou de um processo de consulta livre, prévia e esclarecida a entidades e lideranças indígenas e possibilitada pelo esforço conjunto entre o IBGE e essas representações em elaborar uma cartografia censitária que identificasse não apenas as Terras Indígenas, mas todas as localidades com algum tipo de ocupação indígena.



Segunda maior população – Em 2022, a Bahia era o estado com a segunda maior população indígena do país. 229.443 pessoas, que representavam 13,5% dos 1.694.836 indígenas identificados pelo Censo Demográfico, no Brasil. A Bahia ficava abaixo apenas do Amazonas, onde 490.935 pessoas se declararam ou se
consideraram indígenas, representando 29,0% do total recenseado nacionalmente. Todos os 27 estados brasileiros (incluindo o Distrito Federal) tinham a presença de população indígena em 2022, mas aqueles com os 5 maiores contingentes, ou seja, Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Roraima, concentravam 6 em cada 10 indígenas brasileiros (1.041.161, ou 61,4% do total).
Frente ao Censo 2010, quando somava 60.120 pessoas, a população indígena na Bahia quase quadruplicou. Cresceu 281,6%, o que representou mais 169.323 pessoas se declarando ou se considerando indígenas em 12 anos. Foi o segundo maior aumento absoluto do país, abaixo do registrado no Amazonas (+307.421 indígenas em 12 anos), e o 2o maior crescimento em termos percentuais, só menor do que o do Rio Grande do Norte (+351,4%). Apenas dois estados viram sua população indígena diminuir entre 2010 e 2022:Sergipe (menos 511 pessoas ou -9,8%) e Distrito Federal (menos 317 ou -5,2%).



Indígenas no Brasil – No Brasil como um todo, os 1.694.836 indígenas recenseados em 2022 representaram um crescimento de 89,0% nessa população, que era de 896.917 indígenas em 2010. O aumento do número de indígenas é resultado não apenas de componentes demográficas (nascimentos, mortes e migração), mas também da ampliação da aplicação da segunda pergunta sobre identificação indígena em diversas localidades fora das Terras oficialmente delimitadas; e de aprimoramentos na metodologia de abordagem e coleta e no monitoramento do trabalho de campo dos recenseadores.
Segundo o Censo 2022, a Bahia também era o estado com o segundo maior número de domicílios particulares permanentes ocupados em que ao menos uma
pessoa se declarou ou se considerou indígena: 121.183. Esse total representava cerca de 1 em cada 5 domicílios indígenas do Brasil, ou 19,2% dos 630.428 identificados no país, e era menor apenas do que o do Amazonas (132.936). Cada domicílio indígena na Bahia tinha, em média, 2,85 moradores. Ficava um pouco
acima do verificado para a população baiana em geral (2,77 moradores por domicílio) e era a menor média de moradores por domicílio indígena, dentre os estados. No Brasil como um todo, cada domicílio indígena tinha em média 3,64 moradores, quase 1 morador a mais do que na média geral (2,79).
As pessoas indígenas eram 1,6% de toda a população baiana. Essa proporção foi o dobro verificada no Brasil como um todo, onde 0,8% da população era indígena, e a quinta mais elevada do país, num ranking liderado por Roraima (15,3% da população indígena), Amazonas (12,5%) e Mato Grosso do Sul (4,2%).A proporção de população que era indígena na Bahia também mostrou crescimento expressivo frente a 2010, quando era 0,4%, apenas a 14a entre os 27 estados.
No Brasil como um todo, essa proporção era de 0,5%, no Censo 2010. Dentre todos os domicílios ocupados na Bahia, 2,4% tinham ao menos um/a morador/a indígena, também uma proporção bem acima da nacional (0,9%). Salvador é o quarto município e a segunda capital do Brasil com mais indígenas: 27.715. Em 2022, foi encontrada ao menos uma pessoa indígena em 411 dos 417 municípios da Bahia, ou 98,6% do total. Não tinham nenhum/a indígena apenas Cordeiros, Malhada, Piripá, São José do Jacuípe, Saubara e Sebastião Laranjeiras.
Houve uma ampliação da presença indígena no estado frente a 2010, quando ela foi constatada em 391 municípios, ou 93,8% do total. No Brasil como um todo, foi recenseada população indígena em 4.832 municípios, ou 86,8% do total. O número também cresceu frente a 2010, quando havia indígenas residindo em 4.480 municípios (80,4% do total).



Crescimento da população – Nos 12 anos que separam um Censo do outro, a população indígena brasileira cresceu em 3.229 municípios (58,0%), caiu em 1.730 (31,1%) e se manteve estável ou inexistente em outros 611 municípios (11,0%). Já na Bahia, a população indígena cresceu em 352 municípios (84,4%), se reduziu em 56 (13,4%) e se manteve estável ou inexistente em 9 cidades (2,2% do total). Os 3 municípios com mais indígenas na Bahia estão entre os 25 maiores do Brasil. Salvador, com 27.715 pessoas indígenas em2022, o maior contingente do estado, era o4o município e a 2a capital com mais indígenas no país. Ficava atrás de 3 cidades amazonenses: Manaus (71.691 indígenas),São Gabriel da Cachoeira (48.256) e Tabatinga (34.497).
A população indígena soteropolitana também praticamente quadruplicou frente a 2010, quando somava 7.563 pessoas. O aumento de 266,5% no período representou mais 20.152 indígenas na capital baiana, em 12 anos. Foi o 2o maior crescimento da população indígena ente as capitais, tanto em termos absolutos quanto percentuais. Porto Seguro, com 18.080 indígenas, era o segundo mais populoso da Bahia e ocupava a 13ª posição nacional; e Ilhéus, com 12.971 indígenas, tinha a 3a maior população indígena do estado e ficava em 21o lugar no ranking brasileiro.
Na Bahia, a lista dos dez municípios com maiores populações indígenas mudou
bastante entre 2010 e 2022. Salvador e Porto Seguro ficaram com as duas primeiras posições em ambos os Censos, e Prado também sustentou o 7o lugar.
Santa Cruz Cabrália cedeu a 3a posição para Ilhéus, caindo para 4o lugar; Feira de Santana subiu da 10a para a 6a posição; e Eunápolis, Paulo Afonso, Lauro de Freitas e Camaçari estrearam no top-10, no Censo 2022. Por outro lado, Pau
Brasil, Banzaê, Itaju do Colônia e Glória deixaram esse ranking.
Autodeclaração – 6 de cada 10 indígenas na Bahia e 8 de cada 10 em Salvador não se declararam no quesito cor ou raça, mas informaram se considerar indígenas. No Censo 2022, a Bahia foi o estado que teve a maior proporção de pessoas indígenas que não se declararam como tais ao responder ao quesito de cor ou raça, e sim na pergunta de cobertura (adicional): “Você se considera indígena?”.
Este foi o caso de 6 em cada 10 indígenas baianas/os (63,5% ou 145.785 dos
229.443 indígenas do estado). No Brasil como um todo, a proporção de indígenas que se identificaram na pergunta de cobertura, ou seja, disseram que se consideravam como tais foi menos da metade do visto na Bahia: 27,6%, ou 467.194 indígenas.
Salvador também foi a capital que liderou em proporção de indígenas que se consideravam como tais, ou seja, não indicaram isso na pergunta sobre cor ou raça, e sim na de cobertura. Foi o caso de 8 em cada 10 indígenas soteropolitanas/os (84,1% ou 23.320 dos 27.715 indígenas do município). A importância da pergunta de cobertura na Bahia se refletiu também no fato de que, dos 71 municípios brasileiros com até 90,0% da população indígena captada por meio dela (que se consideravam indígenas), 49 (69,01%) eram baianos. O estado tinha ainda 2 dos 8 municípios brasileiros em que toda a população indígena recenseada se identificou na segunda pergunta: Condeúba e Teodoro Sampaio.
Por outro lado, em 65 municípios baianos (15,8% daqueles onde havia indígenas),
100% da população indígena se declarou na pergunta de cor ou raça. Em todo o
Brasil, isso ocorreu em 3.461 municípios (71,6% daqueles onde havia indígenas).
Na Bahia, Pau Brasil se manteve com a maior proporção de indígenas na
população (34,54%), seguido por Banzaê (25,52%) e Rodelas (24,80%). A Bahia não tinha nenhum município entre aqueles com maior proporção de
população total que se declarou ou se considerou indígena. O ranking nacional era liderado por Uiramutã/RR (96,6% de indígenas na população, ou 13.283 em números absolutos), Santa Isabel do Rio Negro/AM (96,2%, ou 13.622 indígenas) e São Gabriel da Cachoeira/AM (93,17% ou 48.256 indígenas).
O município baiano com maior proporção de indígenas no total da população, em 2022, era Pau Brasil, onde 1 em cada 3 habitantes era indígena (34,5% de todos os moradores, o que representava 3.236 indígenas). Ele ocupava a 44a posição no Brasil. Em 2º lugar vinha Banzaê, com 1 em cada 4 habitantes indígena (25,5% ou 3.050 indígenas, 66o no ranking nacional). Rodelas ficava na 3a posição, também com 1 em
cada 4 habitantes indígena (24,8%, ou 2.556 indígenas, 71a posição no Brasil).
Em relação a 2010, também houve mudanças entre os dez municípios baianos com maior proporção de população indígena. Pau Brasil manteve a liderança, com aumento da participação dos indígenas na população em geral. O mesmo ocorreu com Santa Cruz Cabrália, que sustentou o 4o lugar, com alta no percentual de indígenas. Os municípios de Banzaê, Rodelas e Abaré subiram posições no top-10 baiano. Esteúltimo teve ganhos absoluto e relativo tão importantes, que superou Porto Seguro, Prado e Glória, passando da 9ª para a 6ª colocação. Também com aumentoexpressivo da população indígena, Camacan estreou no ranking, na 10a posição (havia sido o 17o em 2010).
Em Salvador, o 4º maior contingente de indígenas do país e 2o entre as capitais
representava apenas 1,2% de população total. Ainda assim, esse percentual aumentou significativamente frente a 2010, quando era de 0,3%. Com isso, a cidade tinha, em 2022, o 4o maior percentual de indígenas entre as capitais, abaixo apenasde Boa Vista/RR (4,94%), Manaus/AM (3,48%) e Campo Grande/MS (2,05%).
Terras Indígenas – Na Bahia, 7,5% da população indígena viviam nas 21 Terras Indígenas oficialmente delimitadas, 5o menor percentual do país A Bahia tinha, em 2022, o 5o menor percentual de população indígena vivendo nas 21 Terras Indígenas oficialmente delimitadas no estado, isto é que, em 31 de julho, estavam na situação fundiária de declaradas, homologadas, regularizadas ou encaminhadas como reservas indígenas. Das 229.443 pessoas que se declararam ou se consideraram indígenas no estado, 17.211 residiam em Terras Indígenas, o que correspondia a 7,5% do total. No Brasil como um todo, essa proporção chegava a 36,8%, e 622.844 indígenas (de um total de 1,7 milhão) moravam nas 573 Terras oficialmente delimitadas. Amazonas tinha o maior número absoluto de indígenas em Terras delimitadas (149.080, que representavam 30,4% do total de indígenas no estado). Em seguida vinham Roraima (71.754 ou 73,5% do total) e Mato Grosso do Sul (68.682 ou 59,0% do total). Em termos percentuais, Mato Grosso (com 77,4% dos indígenas em Terras delimitadas, ou 45.175), Tocantins (76,0% ou 15.213) e Roraima (73,5% ou 71.754)lideravam, enquanto Piauí (1,6%), Goiás (1,8%) e Rio de Janeiro (3,2%) tinham as menores proporções.
Na Bahia, a população indígena em Terras oficialmente delimitadas estava concentradas em 13 municípios, capitaneados, em termos absolutos, por Porto Seguro (5.117 indígenas em terras delimitadas), Santa Cruz Cabrália (2.654) e
Banzaê (2.625). Este último município liderava em proporção de indígenas em Terras delimitadas (86,07%), seguido por Itaju do Colônia (83,41%) e Glória (61,01%).
Mesmo com 4 novas Terras delimitadas, entre 2010 e 2022, população indígena nessas áreas, na BA, teve o menor crescimento do país: 2,34%
Entre 2010 e 31 de julho de 2022, foram delimitadas quatro novas Terras Indígenas na Bahia. Ainda assim, no período, o número de indígenas que viviam nessas áreas oficializadas cresceu apenas 2,34%, passando de 16.817 para 17.211, o que representou mais 394 indígenas em Terras delimitadas, em 12 anos. Foi o menor crescimento entre os estados que tiveram altas, só acima da queda registrada no Rio Grande do Sul (-13,92%). No Brasil como um todo, considerando a criação ou rebaixamento das Terras Indígenas delimitadas, entre 2010 e 2022, a população indígena nessas áreas cresceu 20,23%, de 517.383 para 622.022.
Considerando apenas as Terras que existiam em 2010 e 2022, o crescimento estritamente demográfico de indígenas em áreas formalizadas na Bahia foi ainda
menor: apenas 1,71% em 12 anos – também o avanço mais tímido entre os estados. No Brasil como um todo, houve um incremento de 16,01% nessa comparação compatibilizada. Em 2022, as Terras de Barra Velha (com 3.448 indígenas), Caramuru/Paraguassu (3.022), ambas no Sul, e Kiriri (2.539), esta no Nordeste do estado, eram as que tinham as maiores populações indígenas na Bahia. Nacionalmente, as Terras mais populosas em 2022eram Yanomami AM/RR
(27.178 indígenas), Raposa Serra do Sol/ RR (26.492) e Évare I/AM(20.177).
Acompanhe estes e todos os demais resultados do Censo no site https://censo2022.ibge.gov.br/