Rito de passagem, a vida que se permanece, em memória e afeto. Tempo espiralar. Morre, mas se mantém vivo. Dança-se. Apesar da dor, é preciso falar sobre. A morte é tabu, é assunto muitas vezes silenciado, principalmente, se for para as infâncias. Trazendo vento e movimento, o coreógrafo Márcio Fidélis e o diretor de teatro Guilherme Hunder estrearam “INFINITO”, espetáculo cênico musical que está em circulação pelo interior da Bahia e, no próximo, dia 27 de novembro, às 15h, apresenta-se no Teatro do Sesc, de Santo Antônio de Jesus.
A montagem, que é uma produção da Márcio Fidélis Cia de Dança, tem a assistência coreográfica do bailarino Kenuu Alves, bailarino que também está em cena ao lado de Alisson Farias, Filipe Maroto, Gabriela Pequeno, Jennie Costa, Kenuu Alves, Raijane Gama. Com dramaturgia assinada pela escritora e atriz baiana Mônica Santana, a coreografia é conduzida pela narrativa do personagem Tayó, um menino entristecido pela morte da avó.
INFINITO é uma coreografia que se inspira nos folguedos da cultura popular que levam às ruas diferentes formas e narrativas de lidar com a morte, como por exemplo, os Mandus, Os Zambiapungas e as Careta do Mingal, com referências ainda ao Nego Fugido do Acupe. A dramaturgia se inspira também em contos yorubás que transformam-se em coreografias. Uma delas é a dança da travessia, conectando-se às lendas da yabá Iansã, da mitologia yourubá-nagô.
Considerando o público alvo e a natureza polissêmica da dança, o espetáculo também intersecciona com a linguagem teatral trazendo diálogos curtos, textos gravados e congêneres. “INFINITO é um espetáculo que traz um diálogo da dança contemporânea com as populares e as danças modernas, a partir de olhar artístico direcionado ao público infantojuvenil”, pontua Márcio Fidélis, ao acrescentar que a obra tem uma trilha sonora inédita criada por Filipe Pires e música original assinada por Ray Gouveia.
A Narrativa
Dramaturgicamente, o espetáculo conta a história de Tayó, um menino muito ligado à avó. Adiante, a avó do garoto conclui sua passagem neste plano e isso faz com que o garoto percorra uma travessia de memórias que o conectam com o plano ancestral. Neste momento, chega até ele um quarteto de figuras mágicas (inspiradas nas manifestações populares) que lhe levarão para conhecer o infinito e lhe fazer entender os mistérios por trás da travessia (morte) de sua avó, lhe revelando que nós somos infinitos, sob a referência da cosmogonia yorubá-nagô.
Formação e Fruição
O projeto irá realizará ainda, antes das apresentações, a “Oficina de Danças Populares Afrodiásporicas da Bahia para Crianças”, para um público entre 07 e 12 anos, com condução do coreógrafo Márcio Fidélis, que fará uma introdução lúdica às danças tradicionais brasileiras, mais especificamente que possuem trajetória na Bahia, como Zambiapunga, Mandus, Caretas do Mingau, Capa Bode, Nego Fugido, Congadas e Reisados. Em Santo Antônio de Jesus, ocorrerá na manhã do dia 27 de novembro, das 09h30 às 11h30, na Escola Municipalizada Florentino Firmino de Almeida II. O encontro inclui aquecimento corporal, exploração de ritmos, aprendizado de coreografias simples e brincadeiras.
A Cia
Fundada em 2021, Márcio Fidélis Cia de Dança foi idealizada com o propósito de fomentar o desenvolvimento e a sustentabilidade artística cultural, com base em uma simbiose do popular com o contemporâneo. A Cia foi criada pelo diretor artístico e coreógrafo Márcio Fidélis e teve sua estreia na sala principal do Teatro Castro Alves, em novembro de 2021, com o espetáculo PADÊ, que também é uma parceria entre Fidélis e Hunder.
“INFINITO” foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
SERVIÇO
O quê – espetáculo de dança INFINITO, com direção artística Márcio Fidélis e Guilherme Hunder
Onde – no Teatro do Sesc, de Santo Antônio de Jesus
Quando – 27 novembro, 15h
Entrada – Gratuito
FICHA TÉCNICA:
Direção Artística: Márcio Fidelis e Guilherme Hunder
Coreografia: Márcio Fidelis
Assistente de Coreografia: Kenuu Alves
Dramaturgia: Mônica Santana
Elenco: Alison Farias, Filipe Maroto, Gabriela Pequeno, Jennie Costa, Kenuu Alves, Raijane Gama
Voz off: Denise Correia, João Pedro, Luiz Antônio Sena Jr e Mônica Santana
Trilha Sonora: Filipe Pires
Música Original: Ray Gouveia
Canto: Letícia Aranha
Figurino: Guilherme Hunder
Figurinistas Assistentes: Elis Brito e Lucas Oliveira
Costura: Sarai Reis
Cenografia: Erik Saboya
Cenotecnia: André Passos
Iluminação: Marcus Lobo
Operação de Luz: Letícia Aranha
Operação de Som: Luiz Antônio Sena Jr.
Tradução em Libras: Taiane Perale
Audiodescrição: Adarte Acessibilidade
Design Gráfico: Diego Moreno
Direção de Produção: Luiz Antônio Sena Jr.
Produção Executiva: Letícia Aranha
Mediação Artística: Silara Aguiar
Assessoria de Imprensa: Rafael Brito
Gerenciamento de Redes Sociais: Jean Teixeira
Design Gráfico: Diego Moreno
Realização: Márcio Fidelis Cia de Dança
Co-realizacao: Cooxia Coletivo Teatral
Duração: 50 minutos
Classificação: Livre