Segundo single de uma nova safra de Iara Rennó, Igbale é uma canção que ela compôs quando ficou recolhida no processo de iniciação no candomblé;
Na produção conjunta com Josyara, o registro ganha timbres eletrônicos e reforça novos caminhos da música de Iara;
Fim é recomeço: essa seria uma síntese possível para o momento de Iara Rennó. Enquanto fecha o ciclo de lançamento de Oríkì (dobra discos, 2022, indicado ao Grammy Latino) e Orí Okàn (dobra discos, 2023), ela recomeça a celebração aos Orixás – marca de sua música, em especial nos mais recentes trabalhos -, em um novo caminho. E seus novos singles representam, num só tempo, esse fim e esse recomeço. Depois de lançar Iroko (Axé Que Vem do Pé) ao lado de Juçara Marçal e Kiko Dinucci, Iara Rennó chega no próximo dia 4 de dezembro com Igbale, na qual divide vozes e produção musical com Josyara.
Conectados pela temática de saudação aos Orixás, os novos singles fecham o ciclo percorrido pelos álbuns-irmãos lançados pela artista nos últimos dois anos. Mas também abrem caminho para uma nova abordagem do tema, agora permeada por timbres eletrônicos – soando ao mesmo tempo pop e ruidoso. As gravações têm lançamento pelo selo dobra discos no Brasil, América Latina e Japão, enquanto o selo Worm Discs lança o projeto na Europa, África, Estados Unidos e Ásia.
E o novo single chega no dia em que se celebra a homengeada. Igbale é qualidade de Iansã (divindade yorubá cultuada na África e na diáspora africana), festejada no dia 4 de dezembro no Brasil, data em que se festeja Santa Bárbara.
A composição faz parte da mesma safra que deu origem ao seu álbum mais recente, Orí Okàn – feito quando Iara ficou recolhida no processo de iniciação no candomblé. A canção, no entanto, acabou seguindo por outra abordagem sonora, e chega agora sob produção conjunta da artista com a baiana Josyara.
Quando compus Igabale, pensei na Josyara por conta do violão rítmico, que dialoga com o dela. Enviei o registro imaginando uma resposta de seu violão que pudesse estabelecer um diálogo com o meu, mas fui surpreendida por gravações eletrônicas dela. Adorei, e acabamos seguindo esse caminho, lapidando ele – conta Iara.
Junto de Iroko (Axé que vem do Pé) – que traz elementos familiares como o violão singular de Iara e os atabaques que marcam os toques de orixá, mas agora acompanhados de eletrônicos em maior potência -, Igbale compõe agora uma síntese do Oríkì e Orí Okàn, mas com novo tempero. Os singles abrem novas perspectivas para um também novo capítulo do universo criado por Iara Rennó, mas sem esquecer dos passos que a trouxeram até aqui.
Sobre Iara Rennó
Indicada ao Grammy Latino em 2022 com o álbum Oríkì (dobra discos, 2022) na categoria “Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa”, Iara Rennó – aka Iara Reluxx -, cria e apresenta projetos multilinguagens que abrangem poesia, música, cinema, literatura, teatro e performance, onde versa sobre a força e a expressão feminina, reverenciando culturas de povos originários ao expressar uma arte decolonial e afrodiaspórica. Sua discografia conta com oito álbuns solo, um projeto infantil, e outros três discos lançados com as bandas das quais fez parte, totalizando a produção de 12 discos em sua carreira, com mais de 150 músicas em streaming atualmente.
Como compositora, tem faixas interpretadas por grandes artistas de diferentes gerações, como Elza Soares, Ney Matogrosso, Gaby Amarantos, Jaloo, Ava Rocha, Virgínia Rodrigues e Lia de Itamaracá, além de parcerias e colaborações com diversos artistas brasileiros e internacionais como Zé Manoel, Karina Buhr, Anelis Assumpção, Tiganá Santana, Moreno Veloso, Tulipa Ruiz, Curumin, Criolo, Carlinhos Brown, Rob Mazurek, Thalma de Freitas, Kiko Dinucci, Alzira E, Josyara, Siba, Quantic, Céu, Alzira E, Compass, entre outros.
Letra
Igbale baila / Roda a saia / Igbale brilha / Atiça a brasa / Vendaval / Varre a casa // Igbale sopra / Mostra a cara / Igbale gira / Abre as asas / Pelo céu / Voa calma // No seu búzio branco / Carrega nuvem negra // No seu búzio branco / Carrega nuvem negra
Ficha técnica | Igbale
composição: Iara Rennó
produção musical: Iara Rennó e Josyara
intérpretes: Iara Rennó ft. Josyara
violão: Iara Rennó
baixo: Lucas Martins
trombones: Ed Trombone
percussão: Maurício Badé
vozes: Iara Rennó, Josyara
eletrônicos: Josyara
mixagem: Gustavo Lenza
masterização: Felipe Tichauer
capa: Mayra Muniz
lançamento: dobra discos e Worm Discs
distribuição: Altafonte e !K7
a&r: Rodrigo Pires