Por João sem braço
Calçola. Este foi o nome bastante criativo dado à mula porque ela tinha toda a anca de cor branca, contrastando com a sua cor parda. Ela era utilizada para transportar água mineral da Fonte da Bica em Itaparica, em barris, para as casas dos moradores da ilha. O seu dono era um idoso bonachão, nativo da ilha, tendo a sua fonte de renda no fornecimento de água mineral antes de ser instalada a água encanada pelo governo.
Calçola só tinha como companhia alguns poucos porcos e galináceos criados pelo seu dono. Vivia tranquila, mas bastante triste pois, como todo morador da ilha era afetada pela energia de erotismo presente no ambiente.
O seu dono, para não fugir à regra, era um insaciável sexual e nessas entregas de água ele estava sempre disposto a “dar uma rapidinha” quando era solicitado. Porém, ao chegar em casa, ele passava pelo quintal onde estavam pendurados no varal, alguns calçolões de sua gorda mulher e isso lhe dava uma grande tesão, pois eles traziam costurados propositadamente por ela, rendas sensuais na extremidade das pernas.
O marido levava a mulher para debruçar-se na janela do quarto pois dali visualizava os calçolões rendados, o que lhe aumentava a tesão, e a penetrava por trás, abraçando-a com paixão e lhe mordiscando a nuca. Ela gostava muito, principalmente quando ele ejaculava um líquido abundante e quente que lhe aquecia interiormente inundando-a de prazer.
– Esse vício seu está me prejudicando. Veja só. Quando nós nos casamos o meu furico era uma moeda de 10 centavos e hoje é uma moeda de 1 real. O que você tem a dizer? – Perguntou ela.
– Eu digo que é uma boa valorização. A inflação é de 90 centavos. – respondeu ele, sempre gozador.
Certo dia, estava a mula Calçola a pastar, quando viu na roça vizinha uma égua bem velhinha. As duas se entreolharam e aproximaram-se da cerca para se conhecerem. Como toda égua velha é fofoqueira, ela foi logo perguntando à mula porque estava tão triste. A mula contou-lhe que sentia falta de um macho que lhe subisse nas costas e lhe varasse as entranhas como ela via muitos fazerem.
Combinaram que, no próximo domingo, como não há entrega de água, elas dariam um jeito de abrir a porteira e fugiriam as duas para a praia, onde certamente estariam diversos machos a espreita para avançarem em qualquer fêmea que por lá aparecesse, não importando se estariam no cio ou não. O lema deles é: “Ajoelhou tem que rezar”.
A mula Calçola que jamais tinha cruzado, considerava-se em um constante cio, portanto ansiosa por um macho bem viril. A égua fofoqueira já tinha lhe dito que quando chegasse à praia e visse um macho, saísse correndo só para fazer charminho e depois se deixasse agarrar.
Ao chegaram à praia Calçola viu um jegue novinho com o qual ela logo simpatizou. Quando ele estava indo em sua direção eis que irrompem dois outros jegues em desabalada carreira, já com as “estrovengas” a balançarem. Ela correu em direção contrária, não por charminho, mas apavorada ante à fúria das feras.
Repentinamente, os jegues pararam de correr e entraram em um combate violento com coices e dentadas. O jegue simpático aproveitando a confusão, acercou-se de Calçola, já exibindo as suas ferramentas. Ela não titubeou. Virou-se de costas e abriu as pernas. Ele montou nela e enfiou-lhe aquela tremenda chibata, enquanto ela urrava bem alto.
Ali montado ele segurava o seu pescoço com a boca, mas não lhe mordia. Ao invés disso, perguntava se ela estava gostando, se era a sua primeira vez e que iria demorar de gozar para que ela usufruísse por bastante tempo daquela penetração.
Quando o jegue gozou lá dentro da mula Calçola, ela abriu mais as pernas e cravou os dentes no tronco do coqueiro que estava a sua frente, certamente para não gritar como pretendia. Aí, ele foi tirando bem devagar até sair toda a chibata ainda pingando e balançando. Calçola abriu as pernas e deu uma tremenda mijada aos olhos de todos ali na praia.
Os rapazes que estavam presentes e a tudo viram, bateram palmas e deram vivas ao jegue. As moças, que não pararam de olhar, simularam uma hipócrita vergonha e taparam os olhos com as mãos, porém com os dedos abertos.
Os jegues briguentos, pararam de brigar quando viram que foram ludibriados e retiraram-se cabisbaixos e com tudo encolhido.
A mula Calçola estava feliz, dissipou-se a tristeza que trazia sempre no semblante porque o sexo tem esse poder de proporcionar felicidade e alegria, até mesmo aos animais.
Ao voltar para a roça, encontrou a égua fofoqueira que a tudo observara, inclusive o que se passara em derredor. Contou-lhe que as moças que estavam presentes não desviavam os olhos da cena erótica e algumas entravam no mar para se masturbarem.
Quando chegaram à porteira foi que observaram que o jegue simpático vinha seguindo-as em silêncio. Aí Calçola viu que ele estava com uma tremenda ereção o que lhe despertou nova vontade de cruzar. Então abriu as pernas e deixou que ele montasse e fizesse de tudo outra vez.
Foi aí que o Aguadeiro apareceu e quando viu aquela cena no portão de sua roça, deu-lhe um calor na cabeça e correu para dentro de casa, chamando desesperado pela mulher. Quando ela apareceu, ele levou-a para a janela de sempre e arrancou a sua calçolona.
Quando da janela a mulher viu os jegues cruzando tão animados, ela entrou em desespero e pediu ao marido que queria fazer igual. Ele, então abriu as pernas dela e ali por detrás penetrou-lhe a vagina que já estava toda melada de desejo. O pênis entrou fácil e todo. A mulher, que de há muito não fazia sexo dessa forma, entregou-se a um prazer já esquecido. Resultado: a mulher abriu as pernas e ali no quarto descarregou todo o gozo misturado com urina, tal qual a mula Calçola lá na praia.