Descubra o significado do luto, suas fases, como lidar com a dor e identificar os sinais que indicam a necessidade de ajuda profissional
A experiência de perder alguém ou algo significativo na vida é profundamente desafiadora e pode provocar uma série de emoções complexas. O luto é uma resposta natural a essas perdas e envolve um processo que, embora seja universal, é vivido de maneira única por cada pessoa.
O que é o Luto?
O luto vai além da tristeza e é uma reação emocional multifacetada que pode ocorrer em diversas situações, como a morte de um ente querido, o fim de um relacionamento ou mudanças drásticas na vida, como perda de emprego ou problemas de saúde. Segundo a professora do Centro Universitário Mauricio de Nassau – UNINASSAU Salvador, a psicóloga Dra. Clarissa Fontoura, especialista em luto, essa experiência é inevitável e essencial para o processo de cura e readaptação à nova realidade.
As fases do luto, popularizadas por Elisabeth Kübler-Ross, incluem:
1. Negação: A primeira reação é a negação, onde a pessoa cria uma barreira para proteger-se do impacto emocional. Frases como “isso não pode estar acontecendo” são comuns nessa fase.
2. Raiva: À medida que a realidade se instala, a raiva pode emergir. A pessoa pode sentir-se injustiçada e dirigir essa raiva a amigos, familiares ou até mesmo à própria situação.
3. Barganha: Nesta fase, há um desejo intenso de reverter a situação. A pessoa pode pensar em promessas que faria para aliviar a dor, refletindo a busca por algum controle sobre o que não pode ser mudado.
4. Depressão: Quando a realidade da perda é plenamente sentida, a pessoa pode entrar em um estado de profunda tristeza e desânimo. Aqui, buscar apoio emocional é crucial.
5. Aceitação: A aceitação não significa que a dor desapareceu, mas sim que a pessoa começa a se adaptar à nova realidade e a encontrar formas de seguir em frente.
Ainda sobre fases do luto e modelos de enfrentamento, Clarissa enfatiza que, apesar de as fases acima serem bastante conhecidas e popularizadas, há um modelo que se aproxima um pouco mais dos processos de luto, que se chama: Modelo do Processo Dual. Descrito por Henk Schut e Margaret Stroebe, este modelo aponta para a ideia de que nem todas as pessoas seguem o mesmo padrão na experiência de enlutamento. Há um período de transição que vai da não aceitação à assimilação, no qual sentimentos de tristeza, saudade, raiva, apatia, solidão e culpa são experimentados conjuntamente a um retorno às obrigações, responsabilidades cotidianas e projetos de vida pessoal.
Quanto Tempo Dura o Luto?
A duração do luto é altamente variável. A professora Dra. Clarissa Fontoura enfatiza que não existe um prazo fixo, pois fatores como a natureza da perda e o suporte emocional podem influenciar o processo. Algumas pessoas podem encontrar alívio em meses, enquanto outras podem levar anos para se reestabelecer, isso de acordo com o modelo sugerido acima.
Como Lidar com o Luto?
Vivenciar o luto pode ser um caminho doloroso, mas algumas estratégias podem facilitar esse processo:
Permita-se sentir: Reconhecer e vivenciar suas emoções é essencial para a cura.
Busque apoio: Conversar com amigos, familiares ou profissionais de saúde mental. Tudo isso pode aliviar a carga emocional, e auxiliar no processo de enfrentamento.
Cuide de si: Manter hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e atividades físicas, é fundamental.
Estabeleça uma rotina: Uma rotina pode proporcionar segurança em momentos de incerteza.
Honre a memória do ente querido: Criar memorias ou participar de atividades que o ente querido apreciava pode ajudar no processo de aceitação.
Seja paciente: O luto não é um processo linear. Permita-se vivenciar as diferentes fases sem pressa. Permita-se sentir.
Lidar com o luto é uma jornada profundamente pessoal que requer tempo e compreensão. Embora as emoções possam ser avassaladoras e difíceis, é essencial lembrar que buscar ajuda e apoio é um passo importante para a recuperação. Com o tempo e a paciência, é possível encontrar a resiliência necessária para seguir em frente, mantendo viva a memória da pessoa, da história, enfim, daquilo que foi perdido.