Programa do A.C.Camargo Cancer Center contribui para o aumento nas taxas de sobrevida
O câncer de pâncreas é considerado um dos mais críticos, silenciosos e com taxa de mortalidade elevada, principalmente quando diagnosticado tardiamente. Por não apresentar sintomas nos estágios iniciais, o diagnóstico precoce é um grande desafio. Tem se tornado um dos mais frequentes na população brasileira e, por isso, a doença tem despertado maior atenção. Um dos gargalos nesta fase inicial do diagnóstico especializado é a agilidade e o encaminhamento correto para os próximos passos da jornada do paciente.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta que esse tipo de tumor maligno tem uma das menores taxas de sobrevivência entre as neoplasias malignas. Ele ocupa a 14ª posição entre os mais frequentes na população brasileira; a estimativa do Ministério da Saúde é de aproximadamente 11 mil casos diagnosticados por ano entre 2023 e 2025.
De acordo com o Observatório do Câncer, que reúne dados minuciosos dos pacientes tratados no A.C.Camargo Cancer Center, de 2000 a 2017 houve um aumento de 458,9% nas chances de sobrevida na instituição, graças aos avanços no tratamento e ao diagnóstico mais precoce. Por ser um tipo de câncer muito agressivo e descoberto de forma muito tardia, em mais de 80% dos casos, a sobrevida média é limitada após 5 anos.
Principais Sintomas
O pâncreas é uma glândula que faz parte tanto do sistema digestivo quanto do sistema endócrino. O órgão está localizado atrás do estômago e próximo ao duodeno. Na parte digestiva ele tem a função de produzir enzimas pancreáticas que são liberadas no intestino delgado para auxiliar na digestão dos alimentos. Já na parte e endócrina ele auxilia produzindo hormônios que são liberados na corrente sanguínea para regular o metabolismo do corpo.
“Alguns sintomas podem ser notados pelo paciente, mas nem sempre são investigados, como por exemplo, indigestão, perda de peso, dor abdominal ou nas costas, inchaço, piora ou aparecimento rápido de Diabetes e evacuações com gordura. Isso acontece quando a doença bloqueia o ducto pancreático impedindo a liberação de enzimas digestivas no trato intestinal, o que leva a um amarelamento da pele e mucosas, condição conhecida como icterícia. Dor na região da lombar também é relatada, e isso ocorre quando o tumor comprime alguns nervos ao redor do pâncreas”, detalha Dr. Felipe Coimbra, líder do Centro de Referência de Tumores do Aparelho Digestivo Alto e do Serviço de Cirurgia Pancreática do A.C. Camargo Cancer Center.
O médico ressalta também a presença de diabetes no paciente com câncer no pâncreas: “O câncer e o diabetes têm vários fatores de risco em comum, como obesidade, tabagismo, envelhecimento, sedentarismo e alimentação não saudável. No câncer pancreático, isso toma uma proporção maior, pois o pâncreas é uma glândula responsável por produzir a insulina, um hormônio essencial no aproveitamento da glicose como fonte de energia para as células trabalharem. A doença altera o funcionamento desse órgão, que passa a produzir menos insulina, levando ao diabetes, por isso alguns pacientes já chegam com diabetes mesmo sem saber do diagnóstico do tumor.”
Outros sintomas comuns são:
Urina escura;
Fezes de cor clara;
Perda de apetite e perda de peso inexplicável;
Dor ou desconforto na parte superior do abdômen;
Náusea ou vômito;
Diarréia;
Fadiga e fraqueza;
Aparecimento repentino de diabetes.
Muitos desses sintomas podem ser confundidos com os de outras patologias e por isso nem sempre investigadas a fundo, assim, o diagnóstico tende a ser tardio, o que colabora para o agravamento do caso antes de qualquer intervenção.
One Stop Clinic – Diagnóstico e início do tratamento em 72 horas
O A.C.Camargo Cancer Center oferece aos pacientes com suspeita recente de nódulos e cistos pancreáticos um atendimento diferenciado, por entender a importância do diagnóstico preciso e rápido. Além de ter um agendamento ágil de primeira consulta, o programa de Diagnóstico Rápido conta com a orientação para a terapêutica inicial e personalizada. O paciente consegue agendar todos os exames necessários para o diagnóstico em tempo recorde: o intervalo médio entre a entrada do paciente, o diagnóstico e o início do tratamento é de 72 horas, uma economia de tempo primordial em doenças como o câncer de pâncreas, onde a agilidade e precisão do diagnóstico da doença pode fazer toda a diferença .
“A taxa de sobrevida do A.C.Camargo é equiparada à dos melhores Cancer Centers do mundo. O paciente tem o suporte de um grupo multidisciplinar de especialistas em todas as etapas, desde a prevenção e o diagnóstico até a reabilitação. Nosso modelo Cancer Center integra diagnóstico, tratamento, ensino e pesquisa do câncer, medicina baseada em dados e acompanhamento e terapias personalizadas”, afirma Dr. Coimbra.
Opções de tratamento para o câncer de pâncreas
O câncer de pâncreas mais comum é do tipo adenocarcinoma, que se origina no tecido glandular, correspondendo a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos casos afeta o lado direito do órgão, que chamamos de cabeça. As outras partes do pâncreas são o corpo, o centro do órgão, e a cauda, que fica do lado esquerdo.
As opções de tratamento são escolhidas com base na extensão do tumor e podem incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação delas. “A cirurgia é comumente uma das principais opções de tratamento por apresentar resultados bastante positivos, podendo ser convencional ou menos invasiva, sendo a robótica um dos grandes avanços da cirurgia pancreática na última década com sua precisão e benefícios aos pacientes. Ademais, o paciente pode precisar de tratamento adjuvante (administrado após a cirurgia) e/ou neoadjuvante (ou tratamento primário, aquele iniciado antes da cirurgia), pois mesmo que todo o tumor seja eliminado, podem existir células cancerosas remanescentes que, com o tempo, fazem o câncer surgir novamente ou, em casos mais graves, se espalhar pelo corpo”, explica o oncologista Felipe Coimbra.
Em casos complexos, quando as lesões são muito extensas a ponto de comprometer todo o órgão, é possível fazer a remoção cirúrgica total do pâncreas. “Essa é uma opção de tratamento recomendada somente para tratar pacientes diagnosticados com câncer de pâncreas em estágios avançados e que a doença esteja localizada apenas no órgão, ou seja, ainda não houve metástase (quando parte do tumor se desprende do local de origem e espalha pelo corpo). Após o procedimento, porém, o paciente precisa tomar enzimas pancreáticas para o resto da vida, já que elas não serão mais produzidas naturalmente e o paciente passa a ter risco aumentado para desenvolver diabetes e se tornará dependente de insulina”, conta o Dr. Felipe Coimbra.
Sobre o A.C.Camargo Cancer Center
Reconhecido internacionalmente, o A.C.Camargo é o primeiro Cancer Center do Brasil. Recebeu este título por oferecer um tratamento integrado em oncologia, do diagnóstico à remissão, possuir uma área de Ensino e Pesquisa dedicada ao câncer, e corpo clínico fechado e hiperespecializado. Ao todo, são mais de 5 mil profissionais engajados e especializados no cuidado com pacientes oncológicos. As taxas de sobrevida do A.C.Camargo são iguais às dos melhores Cancer Centers do mundo, destacando-se por descobertas e testes de novos tratamentos. Dividido em 13 Centros de Referência, cada um focado em um tipo de tumor, o A.C.Camargo tem experiência com mais de 800 tipos diferentes de cânceres, além de ter uma célula para atendimento de tumores raros. Especificamente sobre a cirurgia do Pâncreas, temos um grupo de cirurgiões altamente especializados e preparados para a realização das cirurgias mais simples as de altíssima complexidade. A instituição é sem fins lucrativos e completou, em 2023, 70 anos de existência. Para mais informações: www.accamargo.org.br