Por Roberto Aguiar
Em 2024 foi constatado um aumento de 30% no número de pessoas que conhecem bandas de pagode baiano que têm mulheres como vocalistas, em relação a 2019. Esse é um dos resultados apresentados no relatório da pesquisa ‘Mulheres no Pagodão’, lançado na última segunda-feira, dia 27, no site da Pagode Por Elas, com o objetivo de mensurar o desenvolvimento da missão da plataforma de construir a Nova Década do Pagodão.
“Este relatório é um lançamento importantíssimo porque é a constatação da Revolução Pagode Por Elas. Um movimento provocado pelas ações e produtos que viemos desenvolvendo com as artistas, desde o surgimento da plataforma”, afirmou a CEO da Pagode Por Elas, Joyce Melo, em conversa com o site Doris Pinheiro.
“Em 2019, quando estávamos apenas pesquisando o mercado, em 2021, após o lançamento da minissérie Pagodão: A Cena Por Elas, e agora em 2024, depois da realização do primeiro Festival de Pagodão com line-up composta apenas por mulheres, o Festival Pagode Por Elas”, completou Joyce Melo.
Pagode Por Elas (PPE) é uma plataforma de conteúdo e projetos voltada às mulheres do pagodão, em especial às vocalistas, mas também dançarinas, back-dances e o público que, por mais de 20 anos, esperou essa revolução acontecer.
Estudo
Beatriz Almeida, gerente de Projetos da Plataforma, destacou que o primeiro estudo realizado pela PPE, ainda em 2019, já identificou que não faltavam mulheres buscando espaço, mas sim, oportunidades, registro e visibilidade para as suas carreiras. “Dessa forma, em 2019, identificamos apenas nove mulheres vocalistas de pagode baiano. Em 2021, dois anos depois, já tínhamos mais do que o dobro de mulheres, hoje já são cerca de 30 mapeadas”, disse.
Os dados levantados no primeiro ano de pesquisa demonstraram que mais de 50% das pessoas não conheciam mulheres vocalistas no pagode; e 49,3% gostariam de consumir cantoras, mas nunca tinham ouvido. Enquanto a pesquisa realizada em 2024 revelou que 80,2% conheciam mulheres vocalistas de pagode; e apenas 12,4% afirmou que tinha interesse, mas nunca ouviu.
Além disso, na pesquisa de 2024, foi constatado que 75% dos entrevistados apreciam com nota 10 marcas que apoiam o movimento de mulheres no Pagode Baiano e 52,4% do público afirmou se sentir representado ou reconhecer que há representatividade ao ouvir cantoras de Pagode Baiano.
O Festival Pagode Por Elas foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura da Bahia (FazCultura), ao lado de Cronista do Morro, Os Tincoãs, Ventura Profana e Casa do Hip-Hop Bahia, por exemplo. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para 64 projetos de música até 2021, como Margareth Menezes, Jadsa, Mateus Aleluia e Ilê Ayê.