Por Rosana Andrade
Em um mundo onde a volatilidade e efemeridade das relações e experiências se tornam cada vez mais constantes, perdemos muitas vezes a capacidade de vivenciar momentos que realmente façam a diferença em nossas vidas e que promovam felicidade real.
Atividade física, boa alimentação, exames preventivos, meditação são muito importantes para qualquer ser humano. Mas, existe um aliado tão importante quanto, na busca por uma melhor qualidade de vida: o cultivo de relações profundas e duradouras, através daqueles que chamamos de amigos.
Além da melhora das interações sociais, diminuindo a solidão, em especial nas idades mais avançadas, a amizade é comprovada pela ciência como fator de aumento das defesas imunológicas, diminuição da ansiedade, aumento da expectativa de vida, além de ajudar a produção de ocitocina pelo cérebro.
A psicóloga Ingrid Susan, técnica de laboratório do Centro Universitário Módulo, no Litoral Norte de São Paulo, ressalta que o ser humano é, essencialmente, relacional e essas relações se tornam cada vez mais benéficas ao longo da vida.
Ingrid cita que a literatura científica atual indica que manter amizades faz com que o corpo fique mais imune a problemas de saúde. Por outro lado, quem não tem uma vida social ativa e, desse modo, é mais solitário, tende a se sentir mais indefeso. Com isso, aparecem dificuldades para dormir e mais facilidade de desenvolver ansiedade.
“Quanto mais pessoas você se relaciona, mais experiências de vida tem, o que enriquece o intelecto e o emocional. A amizade age como um fator de proteção social, que traz benefícios à autoestima, bem-estar e maior estabilidade emocional”, afirma. “Ter amigos protege o cérebro e ajuda a exercitar a mente, segundo estudos que relacionam a interação social às capacidades do principal órgão do sistema nervoso. Através do contato com o outro que se forma a capacidade de estabelecer vínculos com pessoas nutritivas emocionalmente, que são fatores de proteção ao adoecimento emocional. Conversar com frequência com amigos e estar com as pessoas de quem gostamos é, portanto, uma das formas de prevenir a decadência da saúde cognitiva”, adiciona.
E o que falar dos desafios do envelhecimento, dentre eles, um dos mais temidos: a solidão. A partida dos entes queridos, como os cônjuges, filhos por vezes distantes de várias maneiras. Tudo isso afeta a saúde física e mental e contribuem para o encurtamento da vida.
Nesse sentido, segundo estudos, outro benefício da amizade é a longevidade. “Quem mantém os amigos por perto melhora em 50% a chance de você viver mais. Segundo o estudo, quem passa a vida sem interações sociais tem prejuízos relacionados à longevidade”, pontua Ingrid.
Ou seja, bons amigos além de alegrarem nossas vidas, serem a força quando precisamos, um braço dado para passeios, compras, festas, viagens, etc, uma chamada de vídeo ou telefonema quando estamos com saudades e a distância não nos permite o contato físico, fazem bem para a alma e afetam positivamente não somente as sensações intangíveis do cérebro e coração, mas também no funcionamento mecânico e físico desses órgãos.
Que possamos renovar e fortalecer nossos vínculos com estes, que escolhemos como família e que literalmente fazem bem ao nosso coração!