Premiação traz reflexões sobre o impacto socioambiental da indústria
Premiação lançada pelo Instituto C&A, que convida a sociedade civil a pensar sobre o futuro da moda reconheceu a marca Trucss, fundada por Silvana Bento, como ganhadora da categoria “Marca para inclusão e redução de desigualdades”. A fundadora deixou o trabalho em hospitais de São Paulo para criar a marca que desenvolve calcinhas para mulheres trans. A marca luta para que pessoas trans sejam incluídas de fato, considerando todas as exclusões que passam ao longo da vida, para que não sofram com os preconceitos da sociedade.
Na categoria “Projetos Sociais advocacy e políticas públicas”, o projeto Coletivo Tem Sentimento foi ganhador de R$50 mil. A ONG que atua no território da cracolândia em São Paulo, oferece gestão de risco, assistência psicossocial e tem um programa de corte e costura, com vendas das peças, que nasceu e foi estruturado em parceria com o Instituto C&A e ganhou tração nos últimos anos, atendendo mulheres cis e trans da região.
Em “personalidade do ano”, o ganhador foi Sioduhi, indígena do povo Piratapuya do Alto Rio Negro, Amazonas. Através de suas criações, a Sioduhi Studio expressa o orgulho da origem indígena e a resistência das populações amazônidas e originárias. Esta energia circula e abraça indígenas e não indígenas que vivem nesta casa comum. Têm como referência o futurismo indígena e amazônico, vem estabelecendo uma nova conexão a valores e territorialidades ancestrais – que refletem o tempo-espaço, o passado, o presente e o futuro, simultaneamente.
“Nesta segunda edição do Fashion Futures, tivemos como objetivo reconhecer, reunir e mobilizar os atores-chave da indústria que com seus projetos e ações pensam em soluções para os impactos socioambientais negativos sob a perspectiva da moda do amanhã. Os esforços e iniciativas de quem produz uma moda mais justa, diversa e democrática precisam ser destacados e premiados e acredito que conseguimos cumprir a nossa meta quando colocamos todos os olhares sobre os finalistas e vencedores do prêmio”, diz Gustavo Narciso, gerente executivo do Instituto C&A.
Outras categorias:
Em “Desfile ou Fashion Film”, dois projetos foram vencedores para ganharem além do reconhecimento, um prêmio de R$20 mil para uma produção em conjunto. Um dos escolhidos foi a marca Apartamento 03, fundada pelo Luiz Claudio, preza pelo toque de seus tecidos, texturas e contato físico, recentemente foi prestigiada por desenvolver uma coleção toda em só tom de azul que possuem origens africanas do pigmento waji. Matheus Cardoso foi o segundo vencedor, ganhador do Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores, em projetos que marcam presença com os ateliês de alfaiataria junto do universo criativo.
Em “Novos materiais, inovação e combate a mudanças climáticas”, o vencedor foi o MABE Bio, centro de Inovação Têxtil que combina tecnologia e natureza para criar novos materiais e acabamentos a partir de plantas. A marca impacta a moda fornecendo não apenas produtos com baixo impacto ambiental, mas também construindo uma cadeia de valor que seja limpa, regenerativa e que respeite as pessoas e o planeta.
A Manui Brasil foi a vencedora na categoria “Marca com impacto ambiental positivo”. A slow fashion, adepta à moda consciente e produções sustentáveis, produz peças versáteis, atemporais e únicas. Cada peça é produzida através de tingimento natural e estampadas manualmente. Já a Florent, primeiro ateliê lixo zero no Brasil, com foco especial em solucionar o problema do resíduo têxtil foi a vencedora da categoria “Economia circular”.
Para Gustavo Narciso, “encerrar o ano com uma premiação que, além de reconhecimento, gerou um debate sobre o setor da moda, mudanças climáticas e o futuro, nos enche de orgulho e faz entender que estamos trilhando o caminho certo para a construção de novas possibilidade por meio da moda.”
Banca de avaliação
O Fashion Futures contou com uma banca de avaliação formada por um time renomado que atua no universo da moda: Fernanda Simon, da Fashion Revolution; Gustavo Narciso, diretor executivo do IC&A; a revista ELLE, Camila Zelegolo, da Abit; Kamila Merle, do SEBRAE, João Souza, diretor Comercial e de Produtos do Feminino da C&A; Cyntia Kasai, gerente-sênior de ASG da C&A e Edmundo Lima, da ABVTEX.
Sobre o Instituto C&A – O Instituto C&A – pilar social da C&A Brasil – atua na construção de novos futuros por meio da moda. Com esse propósito, em suas frentes de Voluntariado Corporativo, Empreendedorismo e Empregabilidade, fortalece comunidades de todo o Brasil, atua em sustentabilidade na cadeia e fomenta o acesso a trabalho digno e justo para pessoas e grupos que lutam pela afirmação de seus direitos: comunidades periféricas, pessoas negras, indígenas, LGBTQIAPN+, mulheres, refugiados e migrantes. Com mais de 30 anos de história, a instituição também realiza apoios humanitários em situações de calamidade pública, atuando nas necessidades mais urgentes após uma crise. Saiba mais no site https://institutocea.org.br/fashionfutures/