Obras do Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal estão entre as selecionadas.
Com a eleição de dez finalistas, O Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa – chega à sua última fase.
De 60 semifinalistas, 30 de prosa e 30 de poesia, eleitos entre 2619 obras inscritas, o júri intermediário do Prêmio Oceanos escolheu cinco finalistas em cada categoria.
Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal estão representados no conjunto, que conta com cinco brasileiros (Airton Souza, João Silvério Trevisan e Micheliny Verunschk, na prosa; Juliana Krapp e Rodrigo Lobo Damasceno, na poesia); dois cabo-verdianos (Germano Almeida, na prosa; José Luiz Tavares, na poesia); um moçambicano (Álvaro Taruma, na poesia) e dois portugueses (Hélia Correia, na prosa; Nuno Júdice, na poesia).
As obras finalistas são, na prosa:
Caminhando com os mortos (Micheliny Verunschk) Companhia das Letras
Certas raízes (Hélia Correia) Editora Relógio D’Água
Meu irmão, eu mesmo (João Silvério Trevisan) Alfaguara
Os infortúnios de um governador nos trópicos (Germano Almeida) Editorial Caminho
Outono de carne estranha (Airton Souza) Editora Record
e, na poesia:
Criação do fogo (Álvaro Taruma) Alcance Editores
Limalha (Rodrigo Lobo Damasceno) Corsario-satã
Perder o pio a emendar a morte (José Luiz Tavares) The poets and dragons Society
Uma colheita de silêncios (Nuno Júdice) Dom Quixote
Uma volta pela lagoa (Juliana Krapp) Círculo de poemas
Essa etapa do Oceanos evidencia, assim, o caráter plural e internacional do Prêmio. Além desse alcance, revela-se também um rico leque temático e uma notória abrangência estilística. Os romances se voltam a épocas distintas, situando-se em passado histórico mais remoto (o século XIX do livro do cabo-verdiano Germano Almeida) ou mais recente (o garimpo em Serra Pelada, na década de 1980, no livro de Airton de Souza). Tratam também de tragédias sociais, como faz o livro de Micheliny Verunschk, e de dramas pessoais e existenciais, como ocorre no romance autobiográfico de João Silvério Trevisan. Já a tendência à mescla entre realidade e fantasia se encontra nos contos de Hélia Correia, que, no entanto, também apresentam uma visão crítica acerca de um mundo que desumaniza.
Na poesia, tem-se a transcendência e a investigação dos mistérios da poesia nos poemas de Nuno Júdice, ao lado do olhar para uma realidade concreta, injusta e opressora nos livros de Álvaro Taruma, José Luiz Tavares e Rodrigo Lobo Damasceno. Embora todos esses problematizem a própria poesia, o livro de Juliana Krapp enfatiza esse aspecto, ao pôr em cena o fascínio e os riscos de se conhecer e manusear a linguagem.
Dia 05 de dezembro, conheceremos os dois vencedores do Oceanos, um na categoria prosa, outra na de poesia. A cerimônia de anúncio dos dois vencedores será realizada no auditório do Itaú Cultural.
Mais informações podem ser conferidas no site da Associação Oceanos: https://associacaooceanos.org/ e no perfil do Instagram @oceanospremio
O prêmio
O Oceanos é realizado via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), pelo Ministério da Cultura, e conta com o patrocínio do Banco Itaú, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas da República Portuguesa, o apoio do Itaú Cultural, da Biblioteca Nacional de Moçambique e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde; e o apoio institucional da CPLP. O Prêmio Oceanos é administrado pela Associação Oceanos em parceria com o Itaú Cultural.