Por Rubens de Fraga Júnior, professor de Gerontologia daFaculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR)
Um artigo publicado na JAMA Neurology apresentou os resultados de um estudo feito por George T. Grossberg e seus colegas de equipe, que descobriram, por meio de ensaio clínico, que o brexpiprazol, medicamento utilizado no tratamento do transtorno depressivo maior e da esquizofrenia, reduziu significativamente a agitação em pacientes com Demência de Alzheimer (DA).
O brexpiprazol tornou-se o primeiro tratamento aprovado pela FDA para Demência de Alzheimer associada à agitação, condição desenvolvida por cerca de metade das 6,7 milhões de pessoas com 65 anos ou mais com DA nos Estados Unidos.
A agitação associada à Demência de Alzheimer pode incluir atividades como inquietação ou comportamento mais agressivo, como gritar, destruir objetos ou brigar. Sintomas comportamentais frequentes e graves podem ser extremamente angustiantes para a pessoa que possui o distúrbio, bem como para seus familiares e cuidadores.
Os medicamentos antipsicóticos são comumente prescritos “off-label” para tratar sintomas como agressão e agitação. Embora esses antipsicóticos pareçam mostrar um benefício modesto no tratamento da agressão a curto prazo, eles têm efeitos adversos e outros riscos para a saúde que limitam a sua utilização durante períodos mais prolongados.
“Quando os pacientes com Alzheimer desenvolvem sintomas de agitação, pode ser mais difícil controlá-los”, disse Grossberg. “Estou encorajado pelas descobertas deste estudo, que mostram que o brexpiprazol é um medicamento eficaz e bem tolerado e que pode tratar os sintomas debilitantes de agitação associados à demência devido à doença de Alzheimer”.
No ensaio clínico multicêntrico de Fase 3, os pesquisadores avaliaram a eficácia e segurança do brexpiprazol. O ensaio clínico durou 12 semanas, foi feito a partir do método duplo-cego, controlado por placebo, de dose fixa e de um braço paralelo, e envolveu 345 participantes em 123 locais na Europa e nos Estados Unidos.
Os investigadores inscreveram participantes com idades entre 55 e 90 anos, que viviam em uma instituição de saúde ou ambiente comunitário, e que possuíam diagnóstico de provável doença de Alzheimer e sintomas de agitação clinicamente significativos.
Os participantes foram designados aleatoriamente para receber o medicamento do estudo ou um placebo. Para participar do ensaio clínico, eles deveriam estar estáveis e ter um cuidador que pudesse cumprir os procedimentos do estudo.
“Pode ser desafiador cuidar de pacientes com doença de Alzheimer”, disse Grossberg, que finalizou: “Ter novos medicamentos irá beneficiar os pacientes, os prestadores de cuidados de saúde e aqueles que cuidam dos seus entes queridos”.
Fonte: Daniel Lee et al, Brexpiprazole for the Treatment of Agitation in Alzheimer Dementia, JAMA Neurology (2023). DOI: 10.1001/jamaneurol.2023.3810
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