Por Doris Pinheiro
Eu me lembro de forma muito vívida, cheia de luz, do verão que eu acho que foi o melhor da minha vida. Eu devia ter 12 anos e começava a sair da infância de menina muito magrela, com óculos fundo de garrafa, para o momento de ganhar um corpinho de menina moça (minha mãe investiu em me engordar porque eu era um palitinho ambulante e tinha acabado de ter pneumonia).
Eu morava na “casa velha”, nosso casarão antigo em frente à Praia de Santana, no Rio Vermelho, que era quase um Porto da Barra de tão boa, isso antes do emissário submarino acabar com tudo, deixando ela poluída.
Manhãs na praia embaixo do sol, mergulhando na água, subindo nos saveiros. Tardes curtindo a brisa na porta de Igreja de Santana com minha amiga e vizinha Vera Salinas, rindo, conversando, deixando o coração dar as primeira palpitadas amorosas. Picolé simples de frutas, quando dava um sorvete da Maguary (lembro do jingle até hoje: “entre no carrossel Maguary, Maguary”…) e um picolé de tangerina que eu adorava. No mais, comer umbu até ficar com os dentes rangendo.
À noite, andar de bicicleta pela orla do Rio Vermelho, ralando os dedos, dando muitas voltas, sentindo o cheiro da graxa das correntes e rindo muito.
Uma felicidade solar que nunca me abandonou.
Agora eu convido você a me contar sua história de verão. Fale comigo no 71 98896-5016 ou pelo e-mail dorispinheirojornalista@gmail.com