Produção traz detalhes e depoimentos sobre a história real de jovem levada de forma ilegal para a França, ainda bebê
“Vidas Roubadas – A Saga de Isabella”, série documental inédita que tem direção geral de Maurício Dias e direção de Eduardo Rajabally, estreia na próxima quinta no Canal Brasil. A produção destrincha, por diferentes ângulos e pontos de vista, casos de bebês e crianças retiradas do Brasil e enviadas ilegalmente para outros países, ao longo dos anos 1980, tendo como fio condutor a história de Charlotte Cohen, nome de batismo de Isabella dos Santos, vendida ainda criança e levada para a França. Os cinco episódios serão exibidos no canal dos dias 20 a 24 de junho, às 21h, e estarão disponíveis no Globoplay + Canais a partir da estreia.
Produzida pela Grifa Filmes, a série revela diferentes casos através de entrevistas, documentos e depoimentos nunca antes divulgados. A busca incansável de Isabella teve início aos 14 anos, quando descobriu, no escritório dos seus pais adotivos, uma pasta contendo documentos que revelam que ela foi vítima de um esquema ilegal de adoções internacionais. A jovem afirma que, durante toda a infância, desconfiou de algo errado sobre o processo que a conectou com seus pais de criação. Toda essa inquietação, a levou a começar uma busca por sua verdadeira identidade, ao descobrir um esquema que teria envolvido o orfanato que intermediou sua adoção: o Lar da Criança Menino Jesus, que foi posteriormente investigado pela CPI do Tráfico de Pessoas, já na segunda década dos anos 2000.
Em suas buscas, Isabella se conectou com outras vítimas de adoção internacional ilegal, todas provenientes do Lar da Criança Menino Jesus. Como Victor, que foi tirado de sua mãe aos 4 anos junto com seu irmão, por uma decisão judicial e adotado por uma família francesa. Outra história é a de Claudia, que foi levada para Mônaco ainda bebê, mas mantém uma ótima relação com os pais adotivos, apesar de não desistir de reencontrar suas origens brasileiras. Por fim, Edna, uma mãe que teve sua filha roubada na maternidade, com poucos dias de vida, e nunca perdeu as esperanças de encontrá-la.
No caso de Isabella, dois personagens importantes são Guiomar e Franco Morselli, donos do orfanato que foi investigado sob a suspeita de intermediar processos de adoção ilegais, em São Paulo. O casal abrigava, além de crianças órfãs, pessoas em situação de vulnerabilidade social, como gestantes e mulheres com filhos pequenos, que não tinham condições de criá-los, ou algumas que não podiam ter filhos,
Isabella afirma que, apesar de ter descoberto partes importantes de sua identidade, seu processo está longe de acabar. Para ela, o que a motivou a contar sua história foi a vontade de dar visibilidade ao caso e de jogar luz sobre casos semelhantes que não tiveram uma conclusão feliz. “Para mim, a mensagem mais importante é poder dar voz às vítimas, jovens que querem saber sua origem, como eu, e às mães que foram separadas dos filhos, como minha mãe, e estão buscando os filhos. Gostaria de trazer um pouquinho de justiça para essas vítimas. Eu espero que o espectador possa entender a dor e a gravidade desse problema”, conta.
“Vidas Roubadas – A Saga de Isabella” embarca na luta dos personagens por informações e detalhes sobre seus passados e suas origens. Os episódios são construídos através da trama entre passado e presente e mostram a conexão que todos os personagens têm com Isabella. Em algum ponto de suas vidas, por diferentes razões, suas histórias se cruzam e entrelaçam em uma origem comum: o mesmo abrigo onde passaram parte de sua infância antes de serem enviados de forma ilegal para o exterior.
Os diretores Maurício de Souza Dias e Eduardo Rajabally contam que, desde o primeiro contato com Isabella, até a finalização da série, passaram-se sete anos e, como trata-se da vida desses personagens, as histórias nunca chegam ao fim: “Nos últimos meses, já em 2024, com os episódios montados, a história seguia com desdobramentos e novos encontros e pareceres jurídicos. São histórias vivas, que apresentam novidades a cada instante. A força, a luta e a perseverança dos personagens são a principal mensagem que a série transmite”.
O Canal Brasil exibe hoje, dia 18 de junho, às 13h15, um Cinejornal especial com a cobertura da pré-estreia da série, que aconteceu na última segunda, dia 10, no REAG Belas Artes, em São Paulo. O programa traz entrevistas exclusivas do diretor geral Maurício de Souza Dias e do diretor Eduardo Rajabally, além dos produtores executivos Marinho L. De Andrade, Guilherme Aguilar e Clayton Nascimento. Todos contaram um pouco sobre o processo de filmagem e concepção da série para o repórter Kiko Mollica.
Vidas Roubadas – A Saga de Isabella (2024) (5 X 55′)
INÉDITO
Estreia: Quinta, 20/06, às 21h
Horário: De 20/06 a 24/06, às 21h
Rebatidas: Sábado, 29/06, a partir das 18h e domingo, 30/06, a partir das 11h30
Direção: Mauricio de Souza Dias e Eduardo Rajabally
Classificação:
Sinopse: Aos 14 anos de idade, Charlotte Cohen (Isabella dos Santos), descobre no escritório dos seus pais adotivos em Paris uma pasta contendo documentos que revelam que ela teria sido vítima de um esquema ilegal de adoções internacionais. Ela inicia então uma incansável busca por respostas e descobre que sua história não é única, outras crianças passaram por situações semelhantes. Com isso, ela traz à luz a sua história e surgem novas possíveis vítimas. Como Victor, que foi tirado de sua mãe aos 4 anos de idade junto com seu irmão por uma decisão judicial; Cláudia, que vive em Mônaco e tem uma boa relação com sua família adotiva; e Edna, uma mãe que teve sua filha tirada de seus braços ainda na maternidade. “Vidas Roubadas – A Saga de Isabella” conta os dramas e as jornadas destes personagens em busca de respostas que ficaram perdidas no passado à espera de serem encontradas.