Por André Andrade
Um novo ano começa, com ele vêm pensamentos de renovação, crescimento, felicidade… Mas será que estamos nos movimentando para isso?
O(a) ilustre leitor(a) pode estar pensando nesse momento, lá vem mais um texto motivacional de fim/início de ano. E apesar de um fundo de razão, pretendo trazer mais uma lupa para o comportamento do ser humano, em especial face ao conflito.
Inegavelmente as festas de fim de ano são famosas tanto por um intuito de renovação como por alguns episódios, muitas vezes repetidos, de brigas familiares e aquela “lavagem de roupa suja”.
Na maioria das vezes, esses episódios, apesar de desagradáveis, são inofensivos passado algum tempo, mas muitas vezes não são…
Já pedindo desculpas e fazendo uma ressalva de que sou uma boa pessoa (não tão confiável, tendo em vista tal ressalva ser feita do autor para ele próprio), vale dizer que quando não estou escrevendo artigos, sou advogado na área de família e sucessões (heranças) e diariamente lido com sérios conflitos que impactam profundamente na vida das pessoas.
Em meio a inúmeras situações, das mais simples às mais terríveis, que fazem as novelas da Globo parecerem um conto infantil, fica a percepção de que boa parte desses conflitos e, em alguns casos, verdadeiros pesadelos, poderiam ser evitados com algumas atitudes diferentes.
Obviamente pensamos logo na atitude do outro que assume, em certos casos justificadamente, a figura de um vilão. O(a) leitor(a), porém, terá de me perdoar, mas me refiro à este próprio, pois em boa parte dos casos nossas atitudes face aos “vilões” podem alterar significativamente situações.
Por isso, voltando à um toque reflexivo de início de ciclo, te convido a pensar em como está sua atitude face aos desentendimentos da vida, será que não teria nada que poderia ser feito para evitá-los ou suavizá-los?
Em boa parte dos casos, uma boa comunicação evita situações muito difíceis e sei que o orgulho pode reclamar, mas ser comedido e pensar um pouco antes de falar e agir pode juntar pessoas ao invés de separá-las para sempre.
Com isso não quero dizer que se deve ser passivo face a tudo, na realidade muitas das mais interessantes técnicas de negociação envolvem trazer desde o início uma proposta justa e se manter nela.
O que chamo atenção é que um pouco de flexibilidade ajuda bastante e para enxergar uma solução justa é necessário esfriar um pouco a cabeça e tentar refletir com um pouco mais de seriedade, levando em conta, inclusive, a perspectiva do outro.
Por fim, vale ficar a reflexão da famosa frase: “você prefere estar certo ou ser feliz?” Como quem trabalha com conflitos, recomento profundamente que se escolha a felicidade, porque o preço a pagar pelo conflito desnecessário, muitas vezes, é infinitamente maior do que se pensa.