Associação Tomate BR destaca a atenção ao rótulo e à lista de ingredientes, valor nutricional e custo-benefício como fatores a serem levados em conta no ato da escolha

Diferentemente de outras categorias de alimentos, como exemplo dos sucos e cafés, os produtos feitos à base de tomate não se enquadram em uma regulamentação industrial clara para sua padronização. Em virtude disso e diante de tantas opções disponíveis em gôndola, é comum que o consumidor tenha dúvidas sobre como escolher um bom atomatado em termos de sabor, textura e qualidade nutricional. No entanto, existem alguns pontos a serem avaliados, que podem ajudar no ato da escolha.

É o que explica Vlamir Breternitz, diretor da Tomate BR, associação que representa os processadores e utilizadores do tomate industrial no país, tendo como um dos objetivos impulsionar essa transparência no segmento. Segundo ele, além de entender o rótulo da embalagem, é importante saber que alimentos de maior qualidade apresentam o tomate como ingrediente predominante.

“Embora a presença de açúcar e amido nos molhos possa ser motivo de dúvidas sobre a qualidade do molho, vale destacar que esses ingredientes têm funções específicas que melhoram o sabor, a textura e a conservação do produto. Ao escolher um produto mais saudável, o consumidor deve se atentar se o primeiro ingrediente listado no rótulo é o tomate e se a embalagem não traz os selos que destacam a presença de altas adições de sódio, açúcar e gordura saturada, que nesse caso, em excesso, são prejudiciais”, ressalta o executivo.

A fim de padronizar a quantidade de tomate contida em cada embalagem, valorizando esses itens ao consumidor, Breternitz comenta que a associação está trabalhando para a criação de um selo de qualidade para a categoria de atomatados no Brasil. “Mas enquanto não concluímos essa etapa, ter atenção ao rótulo, à lista de ingredientes e ao valor nutricional fornecido por esses produtos pode ajudar a fazer uma boa escolha, tanto em termos de sabor e textura como na qualidade do atomatado de maneira geral”, aponta o executivo.

Atenção ao rótulo

Como principal ponto de contato entre a marca e o consumidor, o rótulo deve trazer todas as informações do produto, como a lista de ingredientes, a tabela nutricional, dados de origem, data de fabricação e validade; e saber interpretá-lo pode ajudar no ato da compra.

“Cabe destacar que, mais recentemente, seguindo uma nova resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), todos esses produtos passaram a contar com um selo na parte da frente da embalagem para indicar quando são altas as adições de sódio, açúcar e gordura saturada. Os itens mais saudáveis não apresentam esses selos, o que indica uma boa escolha”, aponta Breternitz.

Avaliar a lista de ingredientes

Outro ponto importante, segundo o diretor da Tomate BR, é avaliar a lista de ingredientes dos atomatados. Os produtos de melhor qualidade, sabor e textura, trazem o tomate como primeiro ingrediente, possuem pouca ou nenhuma adição de amido (ingrediente amplamente usado nas cozinhas de nossas casas para fabricação e mingau para crianças, pão de queijo, molhos cozidos, etc) – utilizado como espessante nos molhos e não fazem uso de conservantes, corantes ou aditivos artificiais.

“O molho de tomate é feito a partir da polpa de tomate, geralmente com a adição de sal, açúcar, azeite ou óleo, especiarias e outros ingredientes. Algumas marcas não adicionam açúcar e têm adição de sal reduzida. É um produto pronto para o consumo. A inclusão de amido no molho tem o objetivo principal de evitar a sinérese, que é a separação de líquidos do produto, mantendo sua consistência e aparência homogênea. Vale salientar que ao analisar essa lista, se nomes muito complexos estiverem ali descritos, mais química apresenta o atomatado e mais distante do teor saudável ele estará”, complementa Breternitz.

Valor nutricional

Quanto ao valor nutricional do atomatado, o executivo orienta a análise da lista de ingredientes em conjunto com a tabela nutricional, para checar se estão em sintonia. Comparar produtos de marcas distintas, tanto em termos de composição, quanto índice de gorduras, açúcares e sódio adicionados pode ajudar a escolher a melhor opção.

“É normal que existam pequenas adições de sal, açúcar e amido. E elas não chegam a comprometer à saúde se consumidas com moderação. Algumas marcas adicionam açúcar ao molho de tomate para balancear a acidez natural dos tomates, tornando o sabor mais agradável e atuando como conservante natural, inclusive são técnicas dos italianos fazer essa adição para tal balanceamento de acidez e açucar. O uso de amido,

por sua vez, pode reduzir a necessidade de outros aditivos, tornando o produto mais natural. Lembrando que o amido é um ingrediente essencial extraído do milho e/ou mandioca dos quais são naturais e amplamente encontrado na culinária brasileira, cada uma com aplicações específicas na indústria alimentar”, explica o executivo.

Custo-benefício

E por fim, mas não menos importante, o diretor da Tomate BR aponta a análise do custo-benefício do produto. Segundo ele, comprar um molho de tomate com uma quantidade significativa de ingredientes adicionais pode resultar em um custo-benefício inferior, já que o consumidor está pagando por um produto que contém menos tomate e mais ingredientes de menor valor. “Além disso, o excesso de ingredientes como o amido pode diluir o sabor natural do tomate, resultando em um produto final com um sabor menos rico e autêntico”, conclui Breternitz.