“A História do Zoológico” sobe ao palco da Casa 14, no Pelourinho, no feriado de 12 de outubro. Um dos mais importantes textos clássicos do teatro mundial, o espetáculo tem apresentações ainda nos dias 19 e 26 de outubro (sábados), sempre às 19h30. Os ingressos custam R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia) e podem ser comprados no local, pelo telefone (71) 98631 3242 ou pelo Sympla.
Absurdo… A peça A História do Zoológico, classificada como Teatro do Absurdo, estreou em 1959 em Berlim, na Alemanha e depois nos Estados Unidos e a partir daí ganhou o mundo. Em Salvador já foram feitas seis montagens, sendo quatro delas com produção da Universidade Federal da Bahia (UFBa), contando no elenco, ao logo dos tempos, com grandes nomes de cena teatral baiana, como Harildo Deda, Geraldo Del Rey, Jorge Gáspari, Geraldo Cohen, dentre outros.
Com apenas um ato, em uma seqüência de ações que prendem o público do início ao fim do espetáculo, a trama se passa em pleno outono de 1959, em um banco de jardim do Central Park de Nova Iorque, onde os dois personagens, Peter e Jerry, encontram-se acidentalmente. Na verdade trata-se de um encontro de duas almas solitárias, mergulhadas no vazio existencial, que travam um diálogo denso, seco e frio, acerca de vários temas como solidão humana, incomunicabilidade, isolamento, rejeição e tantos outros que em pleno século XXI continuam a afligir o ser humano.
A temática da peça, que retrata dois seres humanos fragilizados, desamparados de si mesmos, “enjaulados” nos seus sentimentos de solidão, não fazem de “A História do Zoológico” um texto melancólico, mas um convite para uma reflexão sobre o estar no mundo, aqui e agora. O final é surpreendente, pegando todo o público de surpresa.
O personagem Peter, interpretado por Alexandro Beltrão é a alegoria do próprio zoológico, um homem enjaulado nos seus ideais de um típico cidadão norte-americano, conservador, leitor da Time, executivo bem sucedido financeiramente, que apresenta sinais de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), e como ele mesmo se autodenomina, “casado, pai de duas filhas, dois gatos e dois periquitos”. Ainda assim, durante anos, isoladamente, senta-se no banco do jardim e sempre com seu companheiro inseparável, o livro. Mas sua tradicional família nunca se faz presente.
Jerry, vivido por Admilson Vieira, está desesperado à procura de alguém para desabafar as suas dores emocionais, e devido à sua dificuldade em dividir sua angústia com outro ser humano, vai ao zoológico na tentativa de entender a dinâmica da relação entre animais e humanos. Homossexual, possui poucos recursos financeiros e vive mergulhado na solidão, pois não possui família, mora sozinho, apresenta um comportamento manipulador, autodestrutivo e com fortes traços narcisistas.
Sobre o diretor
Adson Brito do Velho é ator e diretor teatral, com diversas montagens no currículo, como o clássico infantil “Chapeuzinho Vermelho”, texto atribuído ao escritor francês, Charles Perrault (1628-1703), e a peça “A Falecida”, texto escrito em 1953, da autoria de um dos maiores dramaturgos do país, Nelson Rodrigues (1912-1980), que foi encenada na Escola de Teatro da UFBa (1988). Dirigiu também textos da sua própria autoria como “A Vingança do Padre”, “Almas Acorrentadas”, “A Mulher de Roxo” e “Outras Histórias da Bahia”, dentre outras.
Professor de Filosofia e formado em Psicologia com especialização em Neuropsicologia, é vice-presidente da Academia de Letras, Música e Artes de Salvador, autor dos livros “Salvador Tem Muitas Histórias” e o recém lançado, “Quem Tem Medo da Mulher de Roxo?”
SERVIÇO
Peça A História do Zoológico
Texto Edward Albee
Direção Adson Brito do Velho
Elenco Alexandro Beltrão e Admilson Vieira
Local Espaço Cultural Casa 14, Rua Frei Vicente, 14, Pelourinho (próximo do
Theatro XVIII)
Dias 05, 12, 19 e 26 de outubro (sábados)
Horário 19h30 (45 minutos de duração)
Valor 30,00 (inteira) e 15,00 (meia). Ingressos no local, pelo (71) 98631 3242 ou pelo Sympla.
Assessoria de Imprensa – Doris Pinheiro – 71 98896-5016