Diferentes autores dão vida aos protagonistas que representam a comunidade com histórias surpreendentes envolvendo identidade, amor e autoconhecimento
O mês do orgulho LGBTQIAPN+ deve ser celebrado de diferentes maneiras como, por exemplo, com uma boa leitura sobre o tema. Pensando nisso, a editora Naci, selo do Grupo IBEP, selecionou cinco livros com enredos diversos e de autores de vários países que trazem histórias sobre identidade, amor, autoconhecimento e, principalmente, coragem.
Confira a lista:

1 – Tinha tudo para dar errado
Annie é uma protagonista que conquista o coração dos leitores com sua doçura atrapalhada e seu jeito desajeitado de viver e de amar. Ela é a personagem do livro Tinha tudo para dar errado, publicado pela Naci. Bibliotecária dedicada e meio avoada, Annie, depois de um dia exaustivo, acaba atropelando Marco, um leitor fiel da biblioteca.
A história ganha contornos diferentes a partir do momento em que ela precisa dizer que é namorada dele para conseguir visitá-lo no hospital. E como o destino adora uma boa confusão, a família de Marco aparece no mesmo instante e a acolhe com todo entusiasmo.Sem coragem de contar a verdade, Annie mantém a mentira e se vê cada vez mais envolvida com os parentes do rapaz. Para piorar o cenário, ela se apaixona pela “cunhada”. Em meio a livros clássicos, muita leveza e paixão, esse romance entrega tudo o que os bons corações pedem: risadas, suspiros e a torcida por um final feliz que parecia impossível.
Além da personagem, vale citar que a obra é assinada pelas G. B. Baldassari, pseudônimo de Gisele e Bruna, um casal apaixonado pela vida, pelas histórias e uma pela outra. A obra é mais um exemplo da força das narrativas que celebram o amor entre mulheres com leveza, humor e muita representatividade. Juntas em Santa Catarina, elas se dedicam a criar comédias românticas onde, invariavelmente, a mocinha atrapalhada encontra outra mocinha igualmente encantadora.

2 – Elatsoe: O segredo ancestral
A letra A da comunidade também está representada por Elatsoe. Imagine um mundo que se parece bastante com o nosso, que tem dever de casa, melhores amigos e até sorvete de pistache. Mas, se outros elementos fizessem dessa realidade algo diferente? Um universo alternativo, em que a realidade é moldada por magia, monstros, saberes ancestrais e as lendas de seus povos? É nesse cenário que vive Elatsoe, uma jovem assexual, indígena, do grupo Lipan Apache, que tem uma habilidade singular: despertar o espírito de animais mortos, um dom passado de geração em geração em sua família. Quando seu primo é brutalmente assassinado em uma cidade aparentemente pacata, Elatsoe vê sua vida mudar completamente. Determinada a descobrir a verdade, ela parte em uma investigação que a leva a esbarrar em segredos obscuros, forças perigosas e um passado que muita gente prefere manter enterrado. Com o apoio da família e de seu cão fantasma, Elatsoe enfrenta os mistérios de Willowbee, uma cidade onde nem tudo é o que parece e nem todos estão dispostos a encarar a verdade.
A obra, escrita por Darcie Little Badger, também indígena e cientista, traz para o centro da narrativa elementos culturais do povo Lipan Apache, oferecendo uma experiência literária rica em representatividade e imaginação. Com ilustrações marcantes e uma atmosfera que oscila entre o mágico e o assustador, Elatsoe é uma leitura que prende do início ao fim e que amplia, com sensibilidade e coragem, o espaço para novas vozes na literatura fantástica.

3 – Guia do Namoro Falso
O namoro falso de Hani e Ishu é um lembrete poderoso de que o amor pode surgir de onde menos se espera. A história do Guia do namoro falso começa quando Hani se assume bissexual, a reação que deveria ser de acolhimento se transforma em dúvida já que suas melhores amigas questionam sua identidade, afinal, ela só namorou garotos até então. Tentando provar que sua bissexualidade é legítima, Hani toma uma decisão impulsiva e inventa que está namorando Ishita Dey, a aluna mais brilhante e mais reservada da turma.
Ishu, surpreendentemente, topa participar da farsa, mas, impõe uma condição: Hani precisa ajudá-la a se tornar Líder Estudantil. As duas têm interesses diferentes, porém formam um acordo perfeito, oque nenhuma das duas esperava era que a convivência forçada e o fingimento acabassem revelando sentimentos verdadeiros. Ao mesmo tempo, as amizades de Hani começam a se desgastar, e ela se vê diante de uma escolha difícil de manter o status com suas amigas antigas ou assumir o que sente por Ishu sem máscaras.
Com leveza, humor e camadas emocionais profundas, a autora Adiba Jaigirdar entrega um romance jovem que trata com sensibilidade temas como identidade, pertencimento, bissexualidade, amizade tóxica e o desafio de honrar as próprias verdades.
Adiba é queer, muçulmana e bangladeshense-irlandesa. Ela escreve para que jovens LGBTQIAPN+ de todas as origens se vejam representados com afeto, nuances e finais felizes.

4 – Esse brilho é meu
Este livro é um romance sobre amor, identidade e a beleza de ser exatamente quem se é, sem retoques.Raphael Odom, ou simplesmente Raffy, é um artista de alma vibrante que transforma tecidos, tintas e pedrarias em verdadeiras declarações de amor à criatividade. Com mãos habilidosas e uma paixão inabalável, ele vive para criar cosplays que são pura arte. Raffy sempre priorizou sua arte, mesmo quando isso significava se afastar de quem amava. Agora, está determinado a brilhar na maior competição de cosplay do ano. O prêmio? Reconhecimento, patrocínios e, quem sabe, a aprovação de sua mãe, uma artista rigorosa e difícil de impressionar.
O que ele não esperava era encontrar seu maior rival na disputa, seu ex-namorado, Luca. Raffy está pronto para provar que consegue brilhar sozinho, mesmo com o coração em ruínas e Luca a poucos metros de distância no mesmo palco. Isso é só um pouco do que é o livro Esse brilho é meu. Com personagens autênticos, sensíveis e cheios de nuances, Ryan La Sala convida o leitor a mergulhar no universo vibrante do cosplay competitivo e, acima de tudo, na jornada corajosa de se assumir como se é, com todas as cores e camadas que fazem parte disso.

5 – Felix para sempre
Este livro é para todos que precisam entender que orgulho é, antes de tudo, um ato de viver com verdade. Felix Love, um nome que carrega ironia, força e desejo e traz a história de um personagem trans e negro. Felix só quer o que muitos sonham: viver sua própria história de amor. Mas entre festas, descobertas e inseguranças, ele se vê enfrentando muito mais do que os dilemas típicos da juventude. Felix para sempre, de Kacen Callender, é um romance potente e necessário, que pulsa com verdade e emoção. Em meio às férias de verão, Felix se inscreve num prestigiado programa de artes, tentando superar o bloqueio criativo que o persegue. Seu pai, embora o apoie, ainda tropeça nos pronomes certos. A amizade com o melhor amigo parece estar mudando. E, como se não bastasse, ele se torna alvo de um ataque transfóbico cruel, tendo suas fotos antigas e seu nome morto expostos para toda a escola.
Consumido pela dor e pela raiva, Felix embarca numa busca implacável por justiça, tentando descobrir quem está por trás da agressão, mas essa missão começa a dominá-lo, fazendo com que ele se afaste de quem mais importa e até de si mesmo. O que se desenrola é uma jornada intensa de amadurecimento, raiva, perdão e autodescoberta. Felix terá de confrontar seus medos mais íntimos, suas dúvidas sobre identidade e merecimento, e, no caminho, perceber que o amor sempre esteve mais perto do que imaginava. Kacen Callender, autore queer e não binárie, escreve com um ponto de vista afiado e uma sensibilidade transformadora.