A principal causa da alta taxa de letalidade (de 55%) por sepse ou infecção generalizada no Brasil é a falta de diagnóstico precoce, aponta pesquisa da empresa Território Saber, braço educacional do grupo Primum, que oferece cursos de pós-graduação médica. Países como Reino Unido e Austrália, para comparação, têm taxas de óbito de 15 a 20%.
Entre os 307 médicos respondentes da base da Território Saber, metade afirma ter conhecimento “intermediário” sobre o manejo da infecção generalizada. Aproximadamente 50% dos respondentes usa os critérios de SOFA (“Sequential Organ Failure Assessment”), ou, em tradução livre, “Avaliação sequencial de falhas de órgãos”, recurso clínico utilizado para avaliar e monitorar disfunções orgânicas em pacientes com sepse.
Dos profissionais que participaram da pesquisa, cerca de 65% afirmaram que iniciam terapia com antibióticos em menos de uma hora – o principal entrave para uma resposta mais rápida é a disponibilidade de recursos no hospital. Outra dificuldade, apontou aproximadamente 1/3 da base respondente, é o treinamento recebido pelas equipes médicas tido como insuficiente; além do tempo excessivo para confirmação do diagnóstico.
Sete em cada dez respondentes afirmam avaliar e gerenciar caso a caso sobre possíveis comorbidades em pacientes com sepse. Já em relação a uso de protocolos específicos, quatro em dez respondentes afirmaram seguir procedimentos específicos. Mas a maioria, cerca de 80% destes profissionais que participaram da pesquisa, afirma ser um desafio o cuidado de pacientes com sepse e comorbidades.
No mundo, a infecção generalizada mata 11 milhões de pessoas anualmente, sendo cerca de 240 mil só no Brasil. Ludhmila Hajjar,médica emergencista, intensivista e cardiologista, Professora Titular da Disciplina de Emergências Clínicas da FMUSP e especialista no assunto, fala sobre novidades em protocolos de tratamento durante o evento “Jornada Sepse Zero”, que acontece nesta terça-feira 29, no auditório do Instituto de Radiologia do HC (Inrad-HCFMUSP), em São Paulo. Na ocasião, a médica lança curso online inédito sobre o tema.
Jornada Sepse Zero – 29 de outubro
Ludhmila Hajjar apresenta cenário e novidades da Sepse – Brasil e mundo
Evento presencial, com aula inaugural ao vivo* em 29 de outubro, 18h30 às 21h
Local: Inrad – Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas FMUSP
Link para o evento ao vivo – clique aqui
Sobre a Dra. Ludhmilla Hajjar
Ludhmila Hajjar é intensivista, cardiologista e emergencista. Professora Titular da Disciplina de Emergências Clínicas da FMUSP, Coordenadora da Cardio-Oncologia do ICESP-InCor/HCFMUSP e diretora de Cardiologia do Hospital Vila Nova Star. Também preside o comitê das UTIs do hospital das clínicas da FMUSP.
Desde 2023 é conselheira do MEC (Ministério da Educação), compondo a Câmara de Ensino Superior, do Conselho Nacional de Educação. Também é diretora do Serviço de Emergências do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Cardiologia da FMUSP, coordenadora das UTIs Cardiológica e Cirúrgica do Hospital DF Star e representante das Américas Central e Latina na Sociedade Europeia de Medicina Intensiva (2023-2025). Foi Membro da Equipe de Transição Governamental 2022/2023 e atuou como Coordenadora da UTI Covid do Hospital das Clínicas da FMUSP em 2020 e 2021.
Território Saber
A Território Saber é uma plataforma on-line de educação, com conteúdo e cursos específicos voltados para os segmentos de Educação, Saúde e Medicina. Gabriel Chalita, Membro da Academia Brasileira de Cultura, da Academia Brasileira de Educação e da Academia Paulista de Letras, Prof.ª Dra. Ludhmila Hajjar, Professora Titular de Emergências Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) e Diretora de Cardiologia no Hospital Vila Nova Star, estão entre os professores da empresa.