Por Hilda Nascimento
Em um mundo cada vez mais acelerado e digitalizado, a busca por conexão, bem-estar e autoconhecimento se torna cada vez mais urgente. É nesse contexto que a Biodança surge como uma prática integrativa que utiliza o movimento, a música e a emoção para promover o desenvolvimento pessoal e a geração de uma vida com qualidade.
Criada pelo antropólogo e psicólogo chileno Rolando Toro Araneda na década de 1960, a Biodança é um sistema de integração e desenvolvimento humano que busca reativar as potencialidades inatas do ser humano através de vivências que envolvem música, movimento e situações de encontro em grupo. Ele dedicou sua vida a estudar a relação entre o ser humano e a natureza, buscando promover o desenvolvimento integral do ser humano. A palavra “Biodança” vem do grego “bio” (vida) e do espanhol “danza” (dança), indicando a conexão profunda entre o corpo, a mente e a vida.
Aqui, vale lembrar que o Brasil é líder nas estatísticas que mostram os altos índices de ansiedade e depressão em populações do mundo inteiro.
Os exercícios da Biodança se baseiam em cinco linhas de vivência: vitalidade (estimulando a energia vital); sexualidade (promovendo a expressão do prazer em vários âmbitos de forma integrada); criatividade (despertando a capacidade de criar, solucionar problemas e inovar); afetividade, (fortalecendo os laços afetivos e a capacidade de amar e ser amado); e transcendência (conectando o indivíduo com algo maior que si mesmo, promovendo um sentido de propósito e pertencimento).
A música desempenha um papel fundamental nesta prática, atuando como um catalisador para as emoções e os movimentos. Elas são cuidadosamente selecionadas para evocar diferentes estados emocionais e estimular a expressão através da dança. O movimento, por sua vez, é um canal poderoso para a liberação de tensões, o contato com o corpo e a expressão de sentimentos. A combinação de música, movimento e a presença de um grupo estruturado, cria um ambiente propício para a vivência de emoções profundas e transformadoras.
Muitas pessoas têm buscado vivências e experiências autênticas. A solidão tornou-se um novo mal. A Biodança oferece um espaço para o encontro consigo mesmo e com os outros. Ela restaura o sentido de tribo. Ao proporcionar um ambiente seguro e acolhedor, ela permite que as pessoas expressem seus sentimentos, superem bloqueios emocionais e desenvolvam suas potencialidades em grupo, contando com o suporte dos participantes da roda.
Mas… o que as pessoas percebem quando começam a praticar Biodança? Fácil observar alguns movimentos. O primeiro deles é a renovação da saúde pois, boa parte das “nossas” enfermidades são decorrentes de um estilo de adoecer confundido com estilo de viver. Isto regulado, os sintomas desaparecem. Temos inúmeros casos para compartilhar. Outro aspecto é a rearrumação da estrutura de valores que sustentou a pessoa durante toda uma existência e que, não necessariamente, a conduziu para uma vida plena, prazerosa e feliz. Então… mais movimento! Por fim, a prática regular de Biodança levanta uma questão essencial: o que estou fazendo com minha vida? Sabe aquela sensação de que não há tempo a perder para construir uma felicidade dinâmica? Pois é.
As rodas de Biodança são ambientes seguros, afetivos e livre de julgamentos, onde as pessoas podem se expressar livremente. Ao vivenciar as diferentes linhas da Biodança, os participantes têm a oportunidade de integrar pensamento, sentimento e ação, promovendo um maior equilíbrio e bem-estar.
Esta é muito mais do que uma simples atividade física. É uma jornada de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal que pode transformar vidas, contribuindo para a construção de um mundo mais humano e consciente.