Cannabis medicinal ganha mais espaço nas estratégias de tratamento da doença
Por Dra. Maria Klien
A compreensão e o manejo da doença de Alzheimer têm sido uma jornada longa e cheia de obstáculos. No entanto, nessa busca, a cannabis medicinal pode ter um papel terapêutico promissor no combate aos efeitos devastadores dessa condição. Estudos recentes mostram que a cannabis não é apenas uma alternativa, mas também pode ser uma parte fundamental do cuidado para pessoas com Alzheimer. Além disso, a cannabis possui propriedades neuroprotetoras, fator significante que pode ajudar a proteger as células cerebrais dos danos causados pela doença, como um escudo, ajudando a retardar a sua progressão.
Em uma revisão sistemática, realizada em 2021 por uma equipe multidisciplinar de profissionais de diversas áreas médicas, foram analisados 18 estudos, incluindo 12 revisões de ensaios clínicos. Os resultados sugeriram que os canabinóides podem ter um papel importante no controle dos sintomas. Por exemplo, em uma das pesquisas, realizada em 2019, foi examinada a eficácia do Nabilone, um canabinoide sintetizado, no tratamento da agitação em pacientes com Alzheimer. Os resultados foram encorajadores, mostrando que o remédio pode ajudar a reduzir a agitação inerente a doença.
Outro estudo realizado em Genebra, no mesmo ano, analisou um medicamento à base de THC/CBD, substâncias encontradas na cannabis. Os resultados mostraram que o medicamento foi capaz de reduzir em 40% os sintomas neuropsiquiátricos e em 50% a rigidez em pacientes após dois meses de tratamento. Além disso, metade dos pacientes conseguiu reduzir ou até mesmo parar de usar outras drogas psicotrópicas.
“Os resultados promissores do uso da cannabis medicinal no tratamento do Alzheimer são de extrema importância. Isso oferece uma nova opção para aliviar os sintomas quando os medicamentos tradicionais têm suas limitações. As histórias dos pacientes falam por si, mostrando não apenas melhorias estatísticas, mas também mudanças reais e impactantes em suas vidas cotidianas”, aponta a Dra. Maria Klien, psicóloga e empresária especializada em cannabis medicinal.
Ainda dentro do campo da investigação da doença de Alzheimer, um estudo de 2022 abriu novos caminhos ao documentar os efeitos de pequenas doses de extrato de canabinóide nos sintomas da doença em pacientes mais velhos. O relatório é de acesso aberto e contribui para o desenvolvimento da discussão sobre a cannabis medicinal, elaborado por um grupo de especialistas que inclui Aline Thomaz Sato de Araujo, Beatriz Herculano Houly, Ricardo Nitrini, Elisaldo Luiz de Araujo Carlini, Élson José de Almeida. Pinto, Ethel Leonor Noia Maciel e Francisco Silveira Guimarães.
O estudo descreve o tratamento de um paciente de 75 anos com diagnóstico de doença de Alzheimer que apresentou melhora significativa nos sintomas relacionados e não relacionados à memória. Os investigadores, por meio de testes cuidadosos e de um regime de baixa dosagem de THC, observaram melhorias significativas na cognição e na memória do paciente. Curiosamente, o avanço desse experimento permaneceu estável durante 22 meses ao longo do estudo e foi mantido durante os 42 meses de acompanhamento.
Este caso não é apenas uma prova do poder da medicina canabinóide no tratamento da demência, mas também da busca de conhecimento dos profissionais médicos para melhorar os resultados dos pacientes. Os esforços colaborativos destes investigadores fornecem informações valiosas sobre tratamentos alternativos e esperança para as pessoas afetadas pela doença de Alzheimer.
É importante ressaltar que a cannabis medicinal não é uma cura para esse mal. No entanto, ela pode ser uma ferramenta valiosa no arsenal de tratamentos disponíveis, ajudando a melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença, desacelerando a evolução dos sintomas.
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Sobre a Dra. Maria Klien
É psicóloga, especialista e empresária no campo da cannabis medicinal, formada em terapia assistida. Especializada em transtornos de ansiedade e medo, onde combina terapias tradicionais com o uso de cannabis medicinal. Como empresária, trabalha para tornar a planta uma ferramenta acessível e eficaz para o bem-estar emocional.