Por Matheus Spiller
Nos dias 18 e 19 de maio, 18 partir das 18h e 19 a partir das 17h, o Largo da Mariquita, no Rio Vermelho, será palco do Festival Salvador Jazz, evento que promete marcar época na cena musical brasileira. O festival traz uma programação repleta de talentos que representam a riqueza e a diversidade do jazz nacional e internacional.
Pelo palco passarão nomes como Luedji Luna, Mayra Andrade, Jonathan Ferr, Ubiratan Marques, Bixiga 70, Jam Delas, Spok Quinteto, Sonora Amaralina e Marcos Suzano. Só artista de peso da música feita na Bahia, no Brasil e no mundo!
A gente conversou com Fernanda Bezerra, que é curadora e coordenadora geral do Festival Salvador Jazz, pra saber mais sobre essas duas grandes noites de música.
Confere aí!
Matheus Spiller – O festival traz uma grade de atrações bem diversa em termos de estilos e todas com um nível muito elevado no que se refere à qualidade musical, ao acabamento do que entregam. Como foi feita a escolha desses artistas? Por que eles?
Fernanda Bezerra – Então, a curadoria foi feita comigo e com Fabrício Mota artista, educador, músico e pesquisador. Nós dois procuramos artistas que trabalham jazz e essas variações. Tem a própria Mayra Andrade, que traz vários elementos do jazz parisiense na sua música tem a Luedji Luna, que apesar de não ser um jazz óbvio, traz muitos elementos do gênero. Então, assim… a gente buscou artistas que dialogam…o próprio Jonathan Ferr, que faz uma popularização desse gênero, né? Que é uma coisa que ele vem trabalhando nos seus álbuns, nos seus shows.
Então assim, a gente está mesclando artistas de todo o Brasil, sempre priorizando grande parte da programação de artistas baianos. Se você olhar cinquenta por cento da grade são de artistas baianos. E o restante a gente busca trazer pessoas, dialogar com a cena pernambucana, através do maestro Spok, que inclusive tem um show chamado Frevo Jazz que é o que ele vai trazer, o Marcos Suzano, o Jonathan, o coletivo do Bixiga setenta…
MS – Teremos no palco artistas que estão em evidência inclusive em nível internacional. Não deve ter sido fácil ajustar agendas de tantos nomes requisitados para essas datas…como foi esse processo?
FB – A gente acaba entendendo que é muito importante que o festival se calendarize no primeiro semestre de Salvador, nesse pós-carnaval né? Então é importante que você tenha as ações de Salvador mais diluídas. Como a cidade tem um calendário cultural mais vibrante no segundo semestre, a ideia do Salvador Jazz é ocupar esse espaço no pós-carnaval. Maio tem sido um mês bom por isso, é um mês que cabe dinamizar ainda mais a cena cultural da cidade por não ter tantos eventos e festivais direcionados nesse primeiro período. Então a ideia do festival é essa.
E casar agenda na verdade é uma coisa bem complexa, a gente conseguir que fosse o momento que a Mayra (Andrade, cantora e compositora cabo-verdiana) estivesse vindo pro Brasil e aí a gente aproveitou para incluir Salvador em parceria com a plataforma da Giro Conecta incluir Salvador nessa rota de Rio São Paulo e Salvador.
MS – O Salvador jazz é um festival bem diverso, como a gente já comentou, mas tem uma característica relevante que é a alta taxa de participação de mulheres. O protagonismo feminino foi algo pensado, buscado, na formação da grade de atrações?
FB – A questão da diversidade, eu acho que isso é um ponto de todos os projetos estratégicos da Maré. Uma diversidade e a equidade de gênero ela é sempre pensada, buscada e construída no projeto com esse propósito. Então é um festival que já segue a linha de trabalhos da Maré (Produções, realizadora do festival).
MS – Além de ser gratuito, o Salvador Jazz vai rolar no Rio Vermelho. Emblemático que seja no bairro mais boêmio e que transpira a “energia jazz” da cidade né?
FB – O bacana de você fazer o Salvador Jazz no Rio Vermelho é porque a gente quer criar um calendário cultural vibrante prum bairro que já é vibrante. Então a Casa do Salvador Jazz é o bairro do Rio Vermelho a gente fica muito feliz em poder ocupar uma praça pública, oferecer arte e cultura de forma gratuita. É uma programação com nível de artistas, né? A gente tem atrações nacionais, internacionais, então a gente fica muito feliz em poder fazer essa ocupação cultural, musical, gratuita num bairro que tem uma identidade cultural tão forte pro estado e pra cidade.
MS – Além de todo o trabalho de produção, curadoria, de pensar o festival, é necessário apoio e patrocínio para que um festival desse tamanho seja realizado. Quem chegou junto pra tirar esta edição do Salvador Jazz do papel?
FB – É uma coisa importante! Esse projeto aconteceu através da Lei Rouanet, do patrocínio da Aiwa, pela Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, e com a correalização da Prefeitura de Salvador, que apoia o projeto há muitos anos, faz parte dessa parceria, está com a gente e acredita no projeto. Então tem esse conjunto de parcerias.
O evento promove, além de oito shows, três workshops, tudo com entrada gratuita e aberto ao público em geral.
As atrações são:
18/5 (sábado)
Jonathan Ferr
JAM Delas
Luedji Luna
Bixiga 70
19/5 (domingo)
Mayra Andrade
Marcos Suzano
Sonora Amaralina
SpokFrevo Orquestra
Ubiratan Marques
No Sábado, as apresentações iniciam às 18 horas. E no domingo, a partir das 17h.