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Foi dada a largada para o Centro Histórico de Salvador ser palco do maior evento cultural literário da Bahia: a FLIPELÔ, Festa Literária Internacional do Pelourinho, que acontece de 7 a 11 de agosto, com ampla programação 100% gratuita.
A coletiva de imprensa para o lançamento do evento, realizada na tarde desta quarta-feira, 31 de julho, mostrou para o público convidado as principais atrações e lançamentos que acontecerão durante a festa literária, que em 2024, faz uma grande homenagem ao compositor, cantor baiano e pai do rock brasileiro, Raul Seixas.
O filho ilustre da Bahia, nascido e criado na região do Bairro da Boa Viagem, na Península de Itapagipe, era um apaixonado por literatura, sonhava em ser escritor ( se inspirava em Jorge Amado), gostava de escrever contos, poesias e histórias em quadrinhos, e quando criança passava as tardes encenando suas histórias para o irmão mais novo e grande amigo, Plínio Seixas.
No palco, dirigidos por Edvard Passos, atores encarnaram personagens de Jorge Amado cuja tarefa era escolher o tema da Flipelô. Depois de muito debate, no jogo de búzios aparece Raul Seixas, que entra em cena como o grande homenageado desta edição. O esquete teatral serviu para, de forma criativa, amarrar a cerimônia de lançamento, onde a programação foi apresentada.
Para Ângela Fraga, diretora da Fundação da Casa de Jorge Amado, realizadora da FLIPELÔ, homenagear o compositor soteropolitano mostra-se “uma decisão acertada”, já que Raul possui um legado cultural que agrada públicos de diferentes idades.
“A escolha foi muito bem pensada, apesar de ser diferente do que a gente vinha protagonizando até então, né? Inclusive várias pessoas questionaram o porquê do nome, mesmo ele não sendo um escritor. Mas Raul Seixas é um grande poeta, expressava isso através das suas canções e isso tem muito valor. Achamos justo homenageá-lo, porque através das nossas pesquisas descobrimos que o sonho dele era ser escritor. Ele se identificava e gostava muito da obra de Jorge Amado, então a gente o escolheu por essa identificação. Tal como Jorge Amado se inspirou no povo para sua criação literária musical, Raul se inspirava no que sentia e vivia para escrever suas músicas e ambos tiveram uma criação de romance e de protesto. A popularidade de Raul perdura, a gente quer mostrar para as gerações que não tiveram a oportunidade de saber quem ele foi, entender a sua representatividade como músico, filósofo e compositor . Além de tudo ele é uma figura que traz uma alegria que combina com a festa”, disse.
A festa literária irá promover uma programação diversificada com centenas de atividades. São esperadas cerca de 250 mil pessoas que irão transitar pelos 153 espaços públicos e privados do Centro Histórico, desde a Praça Municipal até o Santo Antônio Além do Carmo. Esses espaços abrigarão a programação oficial da festa e também a ‘FlIPELÔ Mais’, que em espaços públicos e privados reúne uma programação paralela realizada pelas instituições estabelecidas no Centro Histórico.
O evento conta com mesas de debates, bate-papos com crianças, jovens e adultos sobre os mais variados tipos de literatura, lançamentos de livros, saraus de poesia, recitais, slans, rodas de conversa, oficinas, apresentações teatrais e musicais, shows, exibição de documentários, exposições de arte, uma programação infantil com contação de história e diversas atividades lúdicas e exposições de arte. A programação oficial contará com a participação de 146 escritores nacionais, 5 internacionais e 352 artistas de variadas linguagens
Para Kelsor Fernandes, presidente do Fecomercio/BA, a festa literária é uma forma de mostrar a potência cultural da Bahia para os baianos. “O Sesc é um agente correalizador do evento e sabe da importância que ele tem para a cultura do estado. Temos orgulho de mostrar que a Bahia é uma potência literária. O Sesc tem uma atuação social gigantesca e esse momento junto com a Fundação Casa de Jorge Amado não poderia ser diferente. Uma atuação social que assiste e valoriza a cultura . Então o momento é super especial”, explica.
Na visão da escritora Paloma Jorge Amado, filha de Jorge Amado e uma das mediadoras de duas mesas literárias no evento, a FLIPELÔ é um resgate da leitura, hábito muitas vezes deixado de lado pelos brasileiros.
“Qualquer evento literário onde quer que ele se passe é uma coisa importante, porque a leitura que é uma coisa hoje em dia que está sendo tão esquecida, tá morta. Eu vejo na literatura e na leitura a elevação do pensamento e do ser cidadão, para o homem se reconhecer como homem, para pensar, para ele poder ser ele mesmo um exemplo. Ter um evento como este no coração do Centro Histórico de Salvador diz muito. O povo baiano é o maior representante da cultura da Bahia e a cultura se espelha nesse povo e, esse povo traz a cultura dentro de si. Já por isso, se justifica esse evento tão maravilhoso.”, explica a escritora.
A FLIPELÔ tem programação gratuita e sem restrição de idade. O evento é apresentado pela Ministério da Cultura e Nubank, conta com o patrocínio do Grupo CCR (através do Instituto CCR), SICOOB, Banco do Nordeste, Rede, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, Governo do Estado da Bahia, Prefeitura Municipal de Salvador, através da Secult e da Saltur, além do apoio da Rede Bahia e ITS Brasil . A FLIPELÔ é uma realização da Fundação Casa de Jorge Amado e correalização do Sesc. A programação completa pode ser visualizada em: www.flipelo.com.br.