Especialista explica como as mudanças hormonais influenciam o funcionamento intestinal e o conforto digestivo na menopausa.
As transformações hormonais da menopausa não afetam apenas o equilíbrio emocional e a saúde óssea, elas também podem alterar o funcionamento intestinal. A queda dos níveis de estrogênio e progesterona, hormônios fundamentais para o metabolismo e o bem-estar digestivo, está diretamente ligada a sintomas como intestino preso, distensão abdominal, gases e digestão lenta.
De acordo com a nutróloga com formação em gastroenterologia Suzana Viana, essas alterações hormonais influenciam o eixo intestino-cérebro e modificam a microbiota, impactando não apenas a digestão, mas também o humor e a absorção de nutrientes. “Com a redução do estrogênio, há um aumento natural do cortisol, o hormônio do estresse, que tende a retardar o trânsito intestinal. Já a baixa de progesterona reduz a motilidade do cólon, fazendo com que os resíduos alimentares permaneçam mais tempo no intestino e se tornem mais secos”, explica.
A médica ressalta que o cuidado com o intestino durante a menopausa é essencial para preservar a qualidade de vida. “Uma alimentação rica em fibras, probióticos e água é fundamental para manter o equilíbrio da microbiota intestinal. Além disso, a prática regular de atividade física ajuda a estimular o funcionamento do intestino e reduzir o estresse, que é um grande inimigo da digestão”, orienta.
Suzana Viana também destaca que alguns sinais, como constipação persistente, sensação de estufamento e alterações de humor, merecem atenção médica, pois podem indicar desequilíbrio intestinal ou carência de nutrientes importantes nessa fase da vida. “A menopausa não precisa ser sinônimo de desconforto. Com ajustes nutricionais e acompanhamento adequado, é possível passar por esse período de forma saudável e equilibrada”, reforça.
O intestino, lembra a nutróloga, é considerado o “segundo cérebro” do corpo — e cuidar dele é cuidar do corpo inteiro.
Suzana Viana
Suzana Viana é médica formada pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (2013), com pós-graduação em Gastroenterologia pela Faculdade IPEMED (2019) e nutróloga titulada pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Atua como nutróloga, auxiliando pacientes com problemas gastrointestinais, lipedema, disbiose, obesidade, menopausa e fertilidade.















