De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), essa condição acomete cerca de 1% das mulheres
A menopausa precoce é uma ocorrência rara em que as mulheres chegam ao fim permanente da menstruação antes dos 40 anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), essa condição acomete cerca de 1% das mulheres. Ela ocorre porque os ovários deixam de liberar óvulos em intervalos regulares e reduzem sua capacidade de produzir hormônios, explica o ginecologista Alexandre Amaral, especialista em endometriose e cirurgia minimamente invasiva.
Embora não exista uma causa exata para a menopausa precoce, há fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento, afirma o médico. “Doenças autoimunes, questões genéticas, tratamentos como quimioterapia ou radioterapia pélvica, cirurgias ovarianas e doenças que podem afetar os ovários podem levar a essa condição”, esclarece.
Os sintomas da menopausa precoce são semelhantes aos da menopausa natural, mas a principal diferença é a manifestação dos sintomas antes dos 40 anos. “De maneira geral, os sintomas incluem ondas de calor (famosos fogachos) associado aos suores noturnos, insônia, alterações do sono, secura vaginal e diminuição da libido”, destaca o especialista.
De acordo com Alexandre: “A forma como os sintomas se manifestam é muito individual e varia a cada caso. Por isso, é fundamental buscar ajuda médica especializada para identificar a condição, pois a demora no diagnóstico pode agravar os sintomas e aumentar o risco de complicações de saúde”, alerta o ginecologista.
O diagnóstico é feito a partir da análise do histórico clínico da paciente e dos sintomas apresentados, confirmado por meio de exames de sangue. “Para confirmar o diagnóstico de menopausa precoce, é necessário acompanhar os níveis hormonais da paciente, além de exames complementares para identificar possíveis riscos à saúde associados a baixa hormonal, como osteopenia,osteoporose e complicações cardiovasculares”, explica o médico.
Já o tratamento vai depender dos sintomas e complicações individuais apresentados pela paciente e inclui desde opções que visam aliviar os sintomas até a terapia hormonal na menopausa. “É fundamental adotar uma abordagem integrada, avaliando a possibilidade de administração de medicamentos hormonais para aliviar sintomas como ondas de calor, insônia e secura vaginal, além de uma atenção especial para a saúde dos ossos e do coração. A suplementação de alguns nutrientes, uma dieta equilibrada e mudanças no estilo de vida também são indicadas para proporcionar mais qualidade de vida nessa fase”, conclui Alexandre.
Quem é Alexandre?
Médico pela Faculdade de Tecnologia e Ciências de Salvador, com Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital Pérola Byington, em São Paulo. Atualmente trabalha como médico assistente do Núcleo de Endometriose e Fertilidade (NEF) da Bahia e coordenador científico do serviço de endometriose do Hospital da Mulher em Salvador- Bahia.