Três noites repletas de música negra, groovada, que chega das periferias da cidade do Salvador. Assim será o clima dos 13 shows que subirão ao palco do Pátio Iyá Nassô, no Espaço Cultural da Barroquinha, nos dias 21, 22 e 23 de março, pelo Movimento Boca de Brasa, que celebra a potência inventiva desta força periférica. Tudo começa no dia 21, às 19h, quando a Quabales recebe Favellê e Vandal para fazer o Baile Black Motions; no dia 22, também às 19h, será a vez de Salutari (CBX), Di Cerqueira (CBX), Célula Hip Hop (Valéria), ÀTTOOXÁ e Paulilo; e no dia 23, começando às 18h, Sérgio Login (Valéria), dos Panteras Negras, que convidam artistas do Acelera com a Nova (Centro), Favela Atômica (Centro), Afrocidade e Ministério Público Sound System.
Veja a programação completa em https://movimentobocadebrasa.com.br/programacao.php
QUEM TOCA
Quabales recebe Favellê e Vandal para fazer o Baile Black Motions – A Quabales mistura música, performance, hip hop, pagotrap, canto e batida eletrônica. A Quabales Banda foi criada em 2015 e tem direção artística musical de Marivaldo dos Santos, que integra também, há mais de 20 anos, o elenco do show STOMP de Nova York. A banda segue esses passos e se inspira na linguagem performática do STOMP criando apresentações vibrantes com canções originais e de artistas renomados.
O Baile Favellêé um show dançante e energético de artistas de diversas vertentes, que une música, performances e tecnologia. Traz aos palcos temas como a cultura preta, diversidade de gênero, movimentos artísticos e urbanos, resultando num grande show musical com atmosfera de festa.
Marivaldo dos Santos é músico, produtor musical, nascido e criado nas periferias de Salvador, no Nordeste de Amaralina. Hoje, vive na ponte área entre Brasil e Nova York, onde reside há mais de 20 anos. Além disso, é o único integrante brasileiro do Show internacional STOMP, ao longo de sua carreira realizou trabalhos com artistas como Sting. É fundador do projeto sócio-educativo Quabales.
Vandal de Verdade – Nome forte da música baiana, curador dos novos talentos periféricos apresentados no Museu Cidade da Música da Bahia, onde trabalhou com Gringo Cárdia, Vandal é visceral, direto, apaixonado e realista, sua música fisga pela entrega física em suas performances. Se vale de amplas vertentes da bass music mundial como drill, grime, onde foi o artista pioneiro em apresentar esses gêneros por todo país, mescladas à estilos regionais fazendo assim uma contemporânea proposta ligada ao rap.
ÀTTØØXXÁ – “Groove é muito mais do que um simples ritmo. É a alma da nossa música, a essência de cada batida. O Groove move nossos corpos e nos faz sentir vivos”. É desta maneira que o ÀTTØØXXÁ define a levada que, agora, se torna ainda mais latente na sua sonoridade, cheia de intersecções do groove com o pagodão, a black music e o balanço do Brasil. O grupo formado por RDD, Raoni, Oz e Chibatinha que afirmam que “o Pagodão é groove como o Blues, é groove como Funk, é Groove como Disco, é Groove como Afrobeat. Groove é música negra, e a música negra é universal”.
Afrocidade – O Afrocidade foi criado em 2011 pelo músico Eric Mazzone, durante as oficinas de percussão, onde o artista atuava como arte-educador no núcleo de Música da Cidade do Saber em Camaçari, na Bahia. Reverberando influências da “África atual e outras Áfricas possíveis” e desconstruindo cada vez mais a visão norte-americana do fazer musical, o grupo Afrocidade, mostra que no processo criativo deles o caminho é a coletividade dos integrantes, a folia e a euforia dos encontros entre banda e o público que dão forma à sonoridade. São Afrocidade: MCDO (Macedo), Eric Mazzone (bateria, vocal e direção musical), Fernanda Maia (vocal e percussão), Deivite Marcel e Guto Sobral (Dançarinos) Rafael Lima e Douglas Santos (Percussão) , Marley Lima (baixo), Sulivan Nunes (teclado) e Fal Silva (Guitarra).
Ministério Público Sound System ou MiniStereo Público Sistema de Som – Foi o primeiro Sound System da Bahia, fundado em Salvador em 2005, por um grupo de amigos DJs amantes do reggae com ambições de criar um movimento que os representasse no cenário musical independente da cidade. Formado atualmente por Dj Raiz, Dj Pureza e o Dubmaster Regivan Santa Bárbara o MiniStereo Público pode fazer sua performance em várias configurações, com shows de 2 a 6 horas, discotecando com vinis ou equipamento digital. Também se destacam fazendo ações sociais, organizadas num projeto chamado “Mutirão Mete Mão”, o qual foca na ideia da inclusão social de jovens dos bairros periféricos através do sound system e do graffiti, elaborando cursos de montagem dos sistemas de som, cursos de discotecagem, e também experiências com dança, grafiti e freestyle, cativando, despertando e oferecendo aos moradores novas possibilidades artísticas e profissionais.
O Movimento Boca de Brasa ocupa o Quarteirão das Artes – em frente à Praça Castro Alves, no Centro Histórico -, que abriga o Espaço Cultural da Barroquinha, o Pátio Iyá Nassô, o Espaço Boca de Brasa Centro, a Sala Multiuso Nelson Maleiro, o Café Nilda Spencer, o Teatro Gregório de Mattos, o Cine Glauber Rocha e a Ladeira do Couro nos dias 21, 22 e 23 de março com uma rica programação gratuita oferece shows, painéis, cozinha show, mostra audiovisual, laboratórios criativos, poesia, literatura, feira de empreendedorismo e o resultado das iniciativas culturais e criativas dos participantes das atividades formativas da Escolas Criativas Boca de Brasa realizadas nos Polos Cajazeiras, Centro, Cidade Baixa, Subúrbio e Valéria.