O diagnóstico da DMRI feito de maneira precoce pelo oftalmologista aumenta consideravelmente as chances de recuperar a visão perdida
Conforme o corpo envelhece, alguns dos sentidos passam por mudanças naturais. Entre elas, a visão é uma das partes que mais sofre alterações, e em muitos casos, ocorre uma condição conhecida como degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
“Estima-se que cerca de 10 a 15% dos idosos apresentam um quadro de diminuição visual decorrente de alterações maculares, que são genericamente denominadas de degeneração macular”, explica o Dr. Rubens Belfort, professor sênior da EPM e emérito da UNIFESP, além de presidente do IPEPO – Instituto da Visão.
Na terceira idade, o principal sintoma relacionado à essa condição pode incluir a perda da visão central, com o surgimento de áreas borradas ou onduladas.
“É uma doença cada vez mais frequente conforme as pessoas envelhecem, e pode ser que aos 80 anos cerca de 30 % dos pacientes tenham a doença e, muitas vezes, existe a perda total da visão central com impossibilidade de leitura e outras situações, além de também prejudicar mesmo a própria mobilidade do paciente”, ressalta o especialista.
Investimento em tecnologias
O diagnóstico da DMRI, assim como seu tratamento, devem ser feitos de maneira precoce, para um acompanhamento bem orientado pelo oftalmologista, pois quanto mais tempo demora-se para compreender o problema, menores são as chances de recuperar a visão perdida.
“Até recentemente, as doenças maculares eram tratadas apenas com laser, mas nos últimos anos surgiram diferentes modalidades terapêuticas usando basicamente injeções intraoculares com diferentes produtos”, destaca Belfort.
Mesmo com esses avanços, o tratamento para a degeneração macular seca, que é um dos tipos mais incidentes, ainda é incerto. Porém, novas tecnologias promissoras têm se mostrado eficazes para lidar com a condição.
“É o caso da chamada fotobiomodulação, que permite a diminuição da progressão da doença de forma indolor e não invasiva. Embora o tratamento esteja em fase de desenvolvimento, vale a pena entender com o seu oftalmologista se há a possibilidade de se verificar uma indicação adequada para o uso dessa inovação”, conclui Belfort.
Sobre o Prof. Dr. Rubens Belfort Matos Jr
Pesquisador Sênior CNPq. Professor Sênior da EPM e Professor Emérito da UNIFESP,, Ex-Presidente da Academia Nacional de Medicina, Presidente do IPEPO-Instituto da Visão. Ex-Presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), da Associação Panamericana de Oftalmologia e do World Ophthalmology Congress. Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, Academia Brasileira de Ciências, Academia Ophthalmologica Internationalis, Academia Nacional de Farmácia, e do Conselho Nacional de Ciências e Tecnologia. Ex membro do Conselho Supeiror da CAPES. Prêmio Conrado Wessell, Medalha Vision to Teach.
Medalha ao Mérito Oswaldo Cruz Presidência da República, Ordem do Mérito Científico Nacional, Classe Grã-Cruz, Medalha Duke Elder e Medalha Conselho Internacional de Oftalmologia, Professor Honoris Causa UFRJ, UFMA, UFBR e outros.