Programação inclui shows, samba e feijoada de “after” que será servida entre 3h e 09h do domingo 

Espaço que já foi reduto tradicional da comunidade LGBTQIAPN+ em Salvador, o Beco dos Artistas, hoje desativado, vai ter seu nome estampado em um bar e espaço cultural no Rio Vermelho. Sob a direção do cineasta Ary Rosa (diretor do premiado “Café e Canela”) e do sócio Henrique Barbierie, o Bar Beco dos Artistas será inaugurado no dia 2 de dezembro, na Rua João Gomes, 10 (Largo de Dinha). 

O Bar Beco dos Artistas tem curadoria, assinada pela dupla Ary e Henrique e prevê uma programação diversa focada no público que forma a sigla, mas aberta para quem quiser ir. Exposições, shows e concursos de drags, samba e feijoada na madrugada de sábado para domingo são algumas das atividades que estarão na agenda do espaço.

Duas intenções motivaram a abertura do bar pelos sócios. “Primeiro veio essa vontade de fazer uma homenagem ao Beco dos Artistas, que foi um acontecimento na cena de Salvador durante muitos anos, onde muitas pessoas se encontravam para compartilhar ideias, para se divertirem, se conhecerem, onde se sentiam bem. O outro motivo é pensar em um espaço de novidades, trazer novas bandas, trazer samba… Vai ter programação de quarta a domingo e sempre com alguma temática ou algum tipo de chamariz pro evento”, antecipa Ary. 

O novo bar e espaço cultural promete também ser uma parada obrigatória nas madrugadas de sábado para domingo, como um after oficial na saída das baladas na região. Isso porque entre 3h e 09h da manhã, aos domingos, será servida uma feijoada com samba: “quando as pessoas saem da balada, saem das festas, não tem para onde ir e querem comer aquele feijão, querem continuar curtindo, então o bar vai ter essa programação onde vai ficar tocando samba e com feijoada no cardápio”, completa o cineasta.

Henrique Barbierie, que há nove anos atua como drag, é formado em moda e tem experiência em mixologia, vai usar o seu conhecimento nessas áreas para ampliar a programação do espaço para além do funcionamento como um bar. “O Beco dos Artistas não era formado só por bares. Era uma experiência mais ampla e é isso que queremos fazer aqui. Teremos arte, exposições, desfiles, música, trazendo tudo isso para o cenário do bar, com foco na cultura LGBTQIAPN+”, promete.

O audiovisual será contemplado também na programação – não poderia ser diferente tendo um dos diretores mais prestigiados da nova geração de cineastas brasileiros à frente do projeto. Ary Rosa, premiado e homenageado em festivais – como o de Tiradentes que aconteceu em janeiro deste ano, em Minas Gerais – produziu um vídeo que será exibido sempre antes das apresentações no local. “Nele buscamos entender o que foi o Beco dos Artistas, sua origem, como era o funcionamento, como as pessoas viam isso. Entrevistamos várias pessoas que viveram esse momento e o vídeo nos ajuda a compreender como é importante não esquecer essa história. Existe uma saudade daquele espaço que o bar não vai suprir, mas pode trazer novos caminhos, novas lembranças para aquela e novas gerações”, anseia.