O Método ROPA (Recepção de Óvulos da Parceira) está se consolidando como uma das técnicas mais inovadoras e inclusivas de reprodução assistida para casais de mulheres. Permitindo que ambas as parceiras participem ativamente do processo de concepção e gravidez, a técnica está transformando o cenário da maternidade compartilhada.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), o número de casais de mulheres que optam pelo Método ROPA aumentou em 35% nos últimos três anos. O número de ciclos de FIV, que era de 1850 em 2020, aumentou para 2500 em 2023. Esta crescente popularidade reflete o desejo de muitas mulheres em participar ativamente da gestação e concepção de seus filhos.
Também mudou o perfil das mulheres que buscam o tratamento. A maioria dos casais que optam pelo Método ROPA são mulheres entre 30 e 40 anos, com um aumento notável na faixa etária entre os 35 e 40 anos. Este grupo representa cerca de 55% dos casos.
O Método ROPA envolve a fertilização dos óvulos de uma parceira com sêmen de um doador, seguido pela transferência do embrião para o útero da outra parceira. “Esta técnica permite uma experiência única, onde ambas as mulheres têm um papel ativo e essencial no processo da gestação”, afirma Dra. Graziele Reis, especialista em reprodução assistida do IVI Salvador.
Além de promover a participação equitativa, o Método ROPA também oferece elevadas taxas de sucesso. Estudos recentes indicam que a eficácia deste método é comparável a outras técnicas de fertilização in vitro, com taxas de sucesso superiores a 60% em muitos casos.
No entanto, é crucial considerar os aspectos legais e éticos envolvidos. A regulamentação da reprodução assistida varia significativamente entre diferentes jurisdições. No Brasil, a Resolução 2.168/2017 do Conselho Federal de Medicina regulamenta a prática, garantindo que casais homoafetivos femininos possam acessar esses tratamentos com segurança e respaldo legal.
Para casais de mulheres que sonham em compartilhar a experiência da maternidade, o Método ROPA oferece uma solução viável e emocionalmente gratificante. “É uma forma de ambas se sentirem conectadas e participantes desse momento tão especial, desde a concepção até o nascimento”, conclui a especialista.