Assinado por Obsidiyana, obra é resultado de estudo profundo que mergulha na mitologia grega e traz reflexões sobre mudanças e a passagem do tempo
De onde vem a ideia de que as mulheres precisam ser eternamente jovens e que o envelhecimento deve ser evitado a qualquer custo? A resposta não é simples, mas parte dessa idealização pode estar relacionada a história de um mito de uma das deusas da mitologia grega, a Perséfone, que até recentemente era contada por homens.
Resultado de um profundo estudo, o livro O Caminho de Perséfone, publicado pela editora Goya, mergulha na história e traz uma perspectiva diferente e necessária para nossos tempos. A obra, assinada pela Obsidiyana, traz uma leitura ampla da mitologia e destaca como o patriarcado congelou a imagem da deusa na representação feminina de uma donzela, muitas vezes complacente e submissa.
A autora traz nas primeiras páginas essa reflexão que “para muitas pessoas, Perséfone permaneceu trancada em uma redoma, condicionada a ficar estagnada eternamente no aspecto da inocência. Ela precisa ser juvenil – não importa quantas vezes tenha descido ao submundo em mais de quatro mil anos -, pois mudar isso significaria destruir o estereótipo milenar do feminino gracioso, romântico, fértil e virginal”.
Apesar dessa imagem, Perséfone também carrega em sua lenda a força de uma mulher que atravessa o tempo e as mudanças, que é corajosa, o que a autora resgata brilhantemente em outras partes do livro e provoca o leitor. “Iniciar a devoção a Perséfone é como assumir o controle das transições e dos processos cíclicos vividos durante nossa jornada reencarnatória. Essa decisão nos faz perceber a vida de forma diferente: entendemos os momentos de fim e de recomeço como processos iniciáticos na energia de Perséfone. No entanto, embora a devoção nos proporcione muitas bênçãos, também vivemos muitos desafios que fazem com que duvidemos do caminho que estamos trilhando. Esses momentos são impulsionados pela energia de mudança e de renovação presente na natureza da deusa, tudo para que possamos aprender a exercer autonomia diante das dificuldades. Entretanto, é justamente durante os desafios que corremos o risco de cair no complexo da donzela vulnerável”, reflete a autora.
Quem quiser também pode conhecer na obra os ritos que marcam a conexão dos devotos com a deusa. Obsidiyana indica como fazer práticas de purificação, consagração de ambiente e como montar um altar, além de outras práticas.
A obra com capa dura, que tem mais de 230 páginas, traz também figuras históricas e outras curiosidades que completam a narrativa sobre o mito de Perséfone.
O caminho de Perséfone está disponível nas principais livrarias do Brasil e também pela Amazon por R$ 89.90.
Sobre a autora: Obsidiyana é bruxa tônica, sacerdotisa de Perséfone, perfumista e estudante de arqueologia, atuando desde 2021 na condução de hereges ao caminho de conexão com a deusa através de grupos de estudos que mesclam conhecimentos teóricos, práticas helênicas e celebrações cíclicas ligadas a antigos festivais dedicados a Perséfone.
Brasileira, nasceu e cresceu em Guarulhos, em São Paulo, entre o jardim e o canteiro das avós, vindo a consagrar sua devoção à deusa em 2015.
Sempre focada em um sacerdócio e bruxaria de impacto social, em junho de 2023 publicou o “Manifesto da Bruxaria Ctônica” como uma forma de disseminar e popularizar a vertente que cultua e reverencia as divindades do submundo helênico.
Também é membro-fundadora do coven Rosa Rubea, e criadora do Funesta Clube, uma comunidade focada em leituras sobre a morte, as sombras, o luto e tudo o que atravessa o mundo dos vivos e dos mortos. Seu principal devir como bruxa e sacerdotisa da deusa é difundir e preservar os mistérios de morte e renascimento de Perséfone a partir da ciclicidade, do ctonismo, da botânica oculta e da mitologia como caminho de transformação pessoal.
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