A vida financeira de muitas mulheres é construída com muita dedicação e boas intenções. Mas, infelizmente, boas intenções não nos blindam contra erros, principalmente aqueles que são tão comuns e normalizados que parecem até ser a coisa certa a ser feita. Ao longo dos anos acompanhando mulheres em suas jornadas rumo à liberdade financeira, percebi um padrão: a maioria não erra por falta de inteligência, mas por excesso de condicionamentos sociais, tabus e desinformação. 

Ítala dos Anjos, criadora da Multiplique Educação Financeira, especialista em finanças, investimentos e enriquecimento para mulheres e autora de Riqueza Diária, 365 para enriquecer, da Buzz Editora, compartilha dicas valiosas para quem busca uma vida mais tranquila:

 

1. invista em descanso e lazer:

Focar em ganhar mais, mas esquecer de multiplicar A busca por aumento de renda é válida. No entanto, muitas mulheres acreditam que só conseguirão estabilidade ou liberdade quando gerarem mais. E aí entram num ciclo exaustivo de trabalho, sem perceber que a verdadeira virada não está apenas em fazer dinheiro, mas em aprender a multiplicá-lo através dos investimentos. Trabalhar menos e lucrar mais não é utopia, é estratégia. E também a saída para a exaustão feminina. 

2. Invista em saúde mental: ansiedade financeira também se trata:

“Delegar” a vida financeira Ainda é comum vermos mulheres que deixam a gestão do dinheiro nas mãos de terceiros: maridos, pais, irmãos, gerentes de banco. Elas se eximem da responsabilidade sob o pretexto de que “não entendem do assunto” ou de “ser muito chato”. O discurso “eu já faço o dinheiro, agora só quero gastar” ou “eu só preciso que alguém tome conta desse problema pra mim”. Dinheiro é poder e delegar poder sem supervisão geralmente custa muito mais caro do que o dinheiro pode pagar. Custa a sua autonomia social. 

3. Invista em conversas sobre dinheiro: 

Proteger o carro, mas não a própria vida Seguro de carro? Sempre. Seguro de vida? Quase nunca. A lógica se inverte quando pensamos em prioridades. Muitas mulheres nem sabem que um seguro de vida garante mais a vida que a passagem. Mas muito além disso, por mais que digam amar seus filhos, não pensam em garantir uma proteção financeira familiar em caso de falta ou doença. 

4. Invista em referências femininas de prosperidade: 

Não falar sobre dinheiro no amor O silêncio sobre dinheiro dentro dos relacionamentos é uma das maiores armadilhas. O medo do conflito ou da exposição leva muitos casais a evitarem o assunto, até que o problema se torna insuportável. Falar de dinheiro não mata o amor; pelo contrário, protege. A intimidade verdadeira inclui boletos, metas e construção de patrimônio. 

5. Invista no seu corpo: 

Confiar cegamente na previdência privada A previdência privada, muitas vezes vendida como presente para o futuro (ou para os filhos), é, na prática, um dos produtos financeiros mais ineficientes do mercado. Altas taxas, baixa rentabilidade e pouca flexibilidade. Presentear os filhos com educação financeira seria um legado mais potente. 

6. Invista em educação financeira: 

Não aproveitar o cartão de crédito como aliado O cartão de crédito pode ser vilão, mas na mão de gente com educação financeira torna-se um grande aliado. Milhas, cashback, programas de pontos, fluxo de caixa, proteção contra inflação: tudo isso pode gerar mais dinheiro na sua conta e podem vir de bons cartões. Quando usado com estratégia, o cartão é ferramenta, não armadilha. 

7. Invista de verdade na sua aposentadoria: 

Não revisar os gastos Pagar por serviços não utilizados, tarifas desnecessárias, assinaturas que nem se lembrava que existiam, tudo isso sai da conta de quem não revisa os gastos. O “deixar pra lá” mensal custa caro. Riqueza não é sobre quanto se ganha, mas sobre o que se faz com o que se tem. 

8. Invista em um seguro de vida: 

Viver sem metas financeiras Dinheiro sem direção é vendaval. Muitas mulheres se empenham em gerar cada vez mais, só para ao fim do mês seguinte, ver o dinheiro sumir. Sem um objetivo claro, o dinheiro escorre pelas frestas. O almoço da quarta se torna mais importante que a viagem dos sonhos. Ter metas é o que transforma boletos em liberdade.

9. Invista em um bom plano de saúde: 

Não saber quanto ganha ou quanto gasta parece básico, mas é mais comum do que se imagina. Mulheres incríveis, inteligentes, bem-sucedidas profissionalmente e absolutamente alheias ao seu fluxo financeiro. Usando cheque especial porque nem percebem que estão tendo uma vida mais cara do que dão conta de gerar. Saber quanto entra e quanto sai é o primeiro passo para qualquer transformação concreta.

10. Invista na sua reserva da paz: 

Acreditar que não leva jeito por “não gostar de números” Essa é a mentira cultural mais eficiente para afastar mulheres do próprio dinheiro. Definitivamente, educação financeira não é sobre fórmulas ou cálculos impossíveis. Dinheiro é sobre hábitos e emoções. É assumir que matemática nenhuma é mais poderosa que uma mulher consciente de suas escolhas. Erros financeiros femininos não são fruto de incompetência, mas de séculos de exclusão do debate. O que nos falta não é capacidade, é repertório e coragem para ocuparmos nossos lugares, na própria vida e na sociedade.