Por Lyonel Pellegrino, CEO e fundador da UV.LINE
O Brasil é sinônimo de sol. Com uma extensão territorial de quase 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o país é um dos mais ensolarados do mundo. De norte a sul, o sol não apenas aquece, mas define a cultura, lazer e cotidiano brasileiro. No entanto, essa bênção traz consigo um desafio significativo: como equilibrar os benefícios do sol com os riscos que a exposição à radiação ultravioleta (UV) representa à saúde?
O impacto dos raios UV na pele já é amplamente documentado. O Brasil lidera o ranking mundial de câncer de pele, que representa cerca de 30% de todos os diagnósticos de câncer no país, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Apesar disso, a adoção de medidas preventivas ainda está longe do ideal. Uma pesquisa do Instituto de Cosmetologia revela que 71% dos brasileiros não usam protetor solar diariamente. Essa lacuna deixa milhões de pessoas vulneráveis aos danos causados pela exposição solar, como queimaduras, envelhecimento precoce e, em casos mais graves, o câncer de pele.
É nesse contexto que as roupas com proteção UV ganham protagonismo. Desenvolvidas com tecidos que bloqueiam ou absorvem os raios ultravioleta, essas peças oferecem uma proteção eficiente, prática e complementar ao uso de protetores solares. Com um Fator de Proteção Ultravioleta (FPU) integrado, elas funcionam como uma barreira física contra os raios nocivos, proporcionando segurança sem exigir reaplicações constantes, como ocorre com os filtros solares tradicionais.
Mas a inovação dessas roupas vai além da funcionalidade. Elas combinam conforto e estilo, adequando-se tanto ao dia a dia nas cidades ensolaradas quanto a atividades ao ar livre, como esportes, passeios na praia ou caminhadas. Essa versatilidade responde à necessidade crescente de soluções que não comprometam a estética ou o conforto, especialmente em um país onde a moda desempenha um papel central na identidade cultural.
Outro aspecto relevante é a sustentabilidade. Ao reduzir a dependência de protetores solares — que, em sua maioria, contêm componentes químicos prejudiciais à vida marinha —, as roupas com proteção UV oferecem uma alternativa mais ecológica. Além disso, a durabilidade contribui para o consumo consciente, um diferencial frente às noções de moda descartáveis que impactam negativamente o meio ambiente.
Apesar do aumento na conscientização sobre proteção solar, há muito a ser feito. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) mostram um crescimento de 25,8% nas vendas de protetores solares em 2022, mas isso ainda não reflete uma proteção generalizada. É fundamental promover as roupas com proteção UV como uma alternativa indispensável em todas as regiões do país, incluindo aquelas onde as temperaturas são mais amenas, mas a incidência de raios ultravioleta permanece alta.
O papel do setor privado, das instituições de saúde e do governo é crucial para reforçar essa conscientização. Campanhas educativas, parcerias com escolas e universidades, e incentivos para o acesso a roupas com proteção podem transformar a relação do brasileiro com o sol. Essa mudança de comportamento é necessária não apenas para reduzir os índices de câncer de pele, mas para promover uma relação mais saudável e segura com o clima tropical que define o país.
Em um cenário onde o sol é tanto um aliado quanto um risco, a proteção é mais que uma tendência: é uma necessidade de saúde pública. É preciso entender que há formas de os brasileiros desfrutarem do melhor que o sol oferece, mesmo com estilo, conforto e, acima de tudo, segurança.