Grupo de teatro apresenta em escolas e bibliotecas de Salvador espetáculo que dialoga com o público infanto-juvenil acerca do tema da Independência
O projeto busca colaborar com a difusão das histórias das personagens que fizeram este capítulo da História do Brasil acontecer e, junto a isso, provocar o público acerca da invisibilização das mulheres da História e outras questões de gênero, buscando promover reflexões e estímulo a mudanças na direção de futuros mais justos e equânimes. Além das três histórias, acrescentamos “+1”: a cada sessão haverá a criação de mais uma “heroína”, através de improvisação com estímulos das crianças da plateia.
Com uma ficha-técnica exclusivamente feminina, o projeto “200+1” busca fortalecer as mulheres trabalhadoras da cena em toda sua cadeia produtiva. Para direção do espetáculo foi convidada a artista e pesquisadora Lara Couto, ex-integrante d’A Panacéia que retoma um trabalho de colaboração com a grupA. Márcia Limma, atriz de reconhecida trajetória na cena soteropolitana integra o elenco. Dentre outras artistas convidadas estão Carla Suzart e Neila Kadhí, que assinam juntas a trilha sonora original.
O espetáculo começará a ser apresentado em meados de setembro, após a data em que se comemora oficialmente a independência do Brasil, questionando a historiografia nacional ao colocar os acontecimentos do 2 de Julho como centrais para que o país como um todo (e não somente a Bahia) fosse, finalmente, independente. As apresentações acontecerão em bibliotecas públicas, bem como em espaços alternativos na Ilha de Maré e no bairro do Calabar. Nestas últimas localidades serão realizadas edições das oficinas de teatro “MENINAS PODEM”, com turmas para meninas dos 06 aos 10 e dos 11 aos 14 anos.
O projeto “200 + 1 – Bicentenário da independência e as mulheres da História” foi contemplado pelo edital Territórios Criativos, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal.
Sobre A Panacéia
Ana Luisa e Camila se conheceram nas aulas de teatro ainda adolescentes e os palcos nunca mais saíram de suas vidas. A grupa, que completa 16 anos de trajetória, já passou por diversas configurações, sempre sendo formada por mulheres e trazendo questões de gênero em suas narrativas, como na montagem de “EU PAGU”, que retratou uma importante figura histórica brasileira e, agora, com “Filipa”. Outra característica da grupa é o forte envolvimento com o processo de construção de cada espetáculo, gerando de forma colaborativa pesquisa, escrita de texto, produção… Um entendimento de que teatro é um trabalho coletivo e integrado. As atividades educativas e pensar o teatro como espaço de expressão, experimentação e transformação também fazem parte dessa história, já que Camila e Ana são educadoras. Um exemplo disso é o projeto MENINAS PODEM! que desde 2019 investiga histórias de mulheres da História de maneira lúdica e divertida, através de processos de pesquisa e ações formativas.