A arquiteta de interiores e especialista em obras rápidas, Rafaela Giudice, explica como dar uma nova cara para um ambiente com pequenas mudanças e sem grandes investimentos.
Com o passar do tempo, é natural que as pessoas sintam um súbito desejo de mudança, principalmente ao passarem longos períodos em casa. Esse sentimento muitas vezes reflete na vontade de renovar os ambientes de sua moradia, dando um up não só na decoração, mas na motivação geral dos seus moradores.
A renovação de um ambiente, no entanto, costuma esbarrar em alguns empecilhos, como: os custos de uma obra, desestimulando o morador na sua busca por melhorar a decoração e otimizar os espaços da residência; ou o temor de perder o depósito de caução, ao realizar mudanças em apartamentos e casas alugadas, uma vez que há a necessidade de conversar e ter a concordância do proprietário do imóvel.
Nesse contexto, a arquiteta e designer de interiores Rafaela Giudice, especialista em obras rápidas e gestora do escritório BESPOKE DELA, explica que é sim possível mudar um ambiente sem fazer grandes reformas. “Uma boa opção sempre possível é a pintura: pintar o teto de uma cor diferente, fazer uma faixa contínua na parede, trazer algum tipo de textura como o cimento queimado, por exemplo. Outra opção é usar cortinas e tapetes, eles são bons aliados para dar um up no visual de uma sala ou de um quarto. Além disso, envelopar a marcenaria existente também é uma ótima alternativa. Hoje em dia temos tantas opções incríveis de adesivos específicos para envelopamento, que, muitas vezes, se ninguém disser que é adesivo, não há como desconfiar”, destaca.
Além da pintura, envelopamento e uso de cortinas e tapetes, a especialista também reforça que uma simples troca na iluminação, como o uso da luz amarela, pode fazer uma grande diferença não só no visual do ambiente, mas no próprio estado emocional dos moradores. ”A iluminação correta, por exemplo, permite relaxar melhor a noite e baixar o nível de cortisol, ajudando a manter o ciclo circadiano equilibrado. Então, uma recomendação é a luz amarela, que ao contrário do que muitos pensam, não significa menor iluminação. Ela é mais aconchegante, permitindo que a pessoa descanse e tenha um maior acolhimento no seu próprio lar”, orienta.

A arquiteta recomenda entender os espaços de uma moradia e verificar se o padrão criado pela sociedade de que toda casa precisa ter itens comuns como mesa de jantar, sofá e TV na sala realmente se encaixa nas necessidades de uma pessoa. Para isso, o indicado é buscar uma consultoria especializada com um profissional. “Será mesmo que todo mundo usa mesa de jantar ou acha que a TV na sala é o ponto principal de suas casas? Esses são questionamentos importantes. Às vezes estamos ocupando um espaço com um móvel ou eletrônico que não precisaria estar presente. Essa é uma avaliação que precisa ser feita não só pela pessoa, mas por um profissional capacitado, verificando como o ambiente dialoga com suas necessidades e personalidade”, comenta Rafaela Giudice.
Já para ambientes alugados, mesmo necessitando da concordância do proprietário, também é possível deixar o local mais de acordo com o gosto pessoal. Além da pintura e troca de iluminação, a especialista destaca que outras opções são a mudança de maçanetas para padrões mais modernos – principalmente em apartamentos antigos, e preenchimento dos ambientes com objetos pessoais, como quadros, que adicionam personalidade e sofisticação à decoração. Em relação ao envelopamento, ela relata que é uma alternativa, mas com cuidados: o processo precisa ser feito com qualidade, permitindo que o adesivo possa ser retirado posteriormente sem danificar a superfície onde foi aplicado.
Assim, seja em ambientes alugados ou na casa própria, por meio da criatividade é possível renovar a decoração e otimizar espaços, fator que pode ser revigorante para quem busca dar um toque de personalidade ou trazer uma novidade para os ambientes onde reside.