Em 21 de março é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down, que terá o tema “Chega de estereótipos: abaixo ao capacitismo” nos movimentos de conscientização
Desde 2006, todo 21 de março é reservado para celebrar o Dia Internacional da Síndrome de Down. Neste ano de 2024, o tema é “Chega de estereótipos: abaixo ao capacitismo”, que vai permear todos os movimentos de conscientização da população em geral. No passado, até o início do século 20, a expectativa de vida de uma pessoa nascida com a trissomia 21 era de apenas 10 anos, passando a não mais que 30 anos na década de 1980.
Cidadãos com a mesma condição nos dias de hoje, vivem, em média, 60 anos, de acordo com estudos e organizações nacionais e internacionais de saúde – ante a expectativa da população brasileira, de modo geral, de 77 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os constantes estudos e pesquisas, que levaram à evolução da ciência e dos tratamentos disponíveis às pessoas com Síndrome de Down são os responsáveis pelo aumento da esperança de vida. Um salto importante e muito significativo para todos os envolvidos, como destaca a terapeuta ocupacional Syomara Cristina.
“Metade das crianças com trissomia 21 nasciam com cardiopatias congênitas, décadas atrás, que hoje são diagnosticadas e tratadas com muito mais eficiência. Hoje eles podem ser idosos com Síndrome de Down e podem levar uma vida feliz, com muita qualidade”, afirma.
Muitos adultos com trissomia 21 conseguem hoje ser independentes, casar, trabalhar, estudar, dirigir, ter momentos de lazer e realizar tantas outras atividades, como uma pessoa que não tem esta condição. A própria Terapia Ocupacional, aliada a outros tratamentos recomendados, conforme cada caso, contribui para que tarefas simples possam ser concluídas por eles, de forma autônoma.
“A TO tem o objetivo de promover a saúde e o bem-estar das pessoas que têm algum tipo de limitação, seja física, sensorial, social e/ou motora. Com auxílio de atividades lúdicas, como pintura, jogos, jardinagem, por exemplo, o paciente com Síndrome de Down é treinado a ter autonomia e capacidade funcional para as tarefas e relacionamentos sociais diários. É um processo fundamental, para que possa levar uma vida tranquila e de qualidade, seja em casa, com um grupo de amigos, no trabalho, entre outros”, explica Syomara.
Cinco benefícios da TO
A terapeuta destaca algumas das principais melhoras proporcionadas pela TO para o dia a dia da pessoa com Síndrome de Down. Entre elas, o desenvolvimento de habilidades motoras, um dos principais benefícios. “Se este paciente tem dificuldades de manter o equilíbrio, ele pode ganhar maiores habilidades motoras com a TO”, afirma.
A Terapia Ocupacional também promove o estímulo de habilidades afetivas, por meio do ganho da aptidão de ter entendimento das próprias emoções; capacitação para exercer tarefas comuns do dia a dia, como habilidades escolares e motricidade fina: pegar, soltar, pinçar e escrever, por exemplo; além de promoção de maior autonomia.
“Vemos uma atenção maior para o diferente, com isso mais oportunidades de emprego e garantias de direitos para eles, como o de dirigir. Eles se destacam muito no campo das artes cênicas. A atividade favorece que a pessoa com Síndrome de Down possa se expressar e se comunicar, contribuindo para superar suas limitações. Com o tempo, o adulto com Síndrome de Down, que inicialmente tinha alguma dificuldade, vai melhorando a qualidade de vida, o convívio social e se torna a cada dia mais independente”, diz Syomara.
* Syomara Cristina Szmidziuk – atua há 33 anos como terapeuta ocupacional e tem experiência no tratamento em reabilitação dos membros superiores em pacientes com lesões neuromotoras. Faz atendimentos com terapia infantil e juvenil, adultos e terceira idade. Desenvolve trabalhos com os métodos Bobath, Baby Course Reabilitação Neurocognitiva Perfetti, Reabilitação de Membro Superior-Terapia da Mão, Terapia Contenção Induzida (TCI) e Imagética Motora entre outros.