A programação inclui palestras, oficinas, masterclass e visita a monumentos
A 1ª Semana Internacional da Fundição Artística vai movimentar a capital paulista no período de 18 a 23 de novembro. A programação será realizada em vários espaços e inclui oficinas práticas de fundição e restauração, palestras com especialistas e visitas guiadas. O idealizador e coordenador do evento é o artista plástico baiano Israel Kislansky, que reside em São Paulo. “Será o primeiro encontro sobre as práticas de reprodução, conservação e restauração de obras de arte fundidas em metal no Brasil”, afirma. Estão confirmadas as participações do restaurador francês Antoine Armager, responsável pelas últimas restaurações das obras O Pensador e Burgueses de Calais, do Museu Rodin, de Paris; a escultora italiana Chiara Crepaldi, especialista em cinzeladura (acabamento sobre superfícies metálicas); e a restauradora da Martinica, Brittany Branche, especialista em escultura em metal.
Também estão confirmadas as participações de Marcelo Lopes, supervisor de projetos e tecnologia do Instituto Senai em Metalurgia; o artista visual José Spaniol, coordenador de curso do departamento de Artes Plásticas (DAP) da Unesp campus São Paulo; a restauradora Valéria de Mendonça, ex-chefe do Setor de Restauro e Conservação da Pinacoteca. “Vamos reunir especialistas, gestores públicos, restauradores e artistas com o objetivo de ampliar e divulgar as práticas de metalurgia aplicadas a escultura e conservação do patrimônio fundido em metal”, diz Kislansky.
A escolha de São Paulo para abrigar o evento não foi aleatória. A cidade abriga 390 esculturas em espaços públicos, segundo levantamento da Secretaria de Cultura do Município. Um valioso patrimônio artístico que se encontra distribuído em praças públicas, cemitérios e acervos públicos ou privados, como As Musas, de Galileo Emendabili, que se encontra na Avenida Faria Lima ou o Monumento a Giuseppe Verdi, de Amadeo Zani, no Vale do Anhangabaú.
A programação da 1ª Semana Internacional da Fundição Artística será realizada em vários espaços e inclui oficinas práticas de fundição e restauração, palestras com especialistas e visitas guiadas. “A Semana vai discutir a importância de preservar esculturas que se encontram em locais públicos nas mais diversas cidades do país. São obras espetaculares que precisam ser salvaguardadas para as próximas gerações”, avalia Kislansky.
Conhecimento compartilhado
“A Semana será uma oportunidade única para uma troca intensa de conhecimentos sobre a fundição no Brasil e no mundo. Durante uma semana de imersão, os participantes terão acesso a conteúdos pouco abordados no país, permitindo um aprofundamento técnico, histórico e artístico”, avalia a arquiteta e urbanista Alice Américo.
Marcelo Lopes também destaca a possibilidade de estabelecer conexões entre as diferentes personagens no que tange a criação da obra, produção, conservação e restauro. “Minha expectativa é de que a sociedade possa ampliar os olhares para um segmento tão importante dentre as diferentes formas de manifestação da cultura e história”, afirma.
Gerar uma discussão em torno do ofício é a expectativa do artista visual José Spaniol: “É uma oportunidade para entrar em contato com as vertentes mais tradicionais da fundição artística, mas ver também as manifestações contemporâneas que se utilizam desse meio expressivo”, diz.
“Ao promover esse evento com profissionais para uma semana de encontro, formação e reciclagem sobre processos, técnicas e experiencias com obras artísticas fundidas em metal, São Paulo poderá atualizar seus técnicos para atuarem nesse conjunto tão significativo de obras públicas”, afirma Valéria de Mendonça.
Programação intensa
Um dos destaques é o ciclo de palestras. No dia 18.11, Valéria de Mendonça vai falar sobre Parcerias e convênios para a entrada de obras em bronze, fundidas no Brasil, no acervo da PINA. No mesmo dia, às 10h30, Antoine Armager fala das esculturas de chumbo dourado da Bacia de Apollo e a estátua equestre em bronze de Luis XIV, ambas em Versalhes. Às 11h30, Brittany Branche aborda a restauração do Monumento aos Mortos de 1870.
Nos dias 19 e 20 de novembro as oficinas e vivências práticas envolvem a visita ao Centro Técnico de Fundição Artística SENAI-SP e a Fundição Artística São Vicente. Além disso, no dia 21.11 acontece uma visita a diversos monumentos. Os locais a serem visitados no dia 21 de novembro são: Monumento a Ramos de Azevedo, de Galileo Emendabili, na USP; As Musas, de Galileo Emendabili, na Av. Faria Lima; Monumento a Carlos Gomes, de Luigi Brizzorala, na Vale do Anhangabaú; Monumento a Giuseppe Verdi, de Amadeo Zani, no Vale do Anhangabaú; Moisés, de Michelangelo, na Galeria Prestes Maia e As Graças, de Victor Brecheret, na Galeria Prestes Maia.
No dia 23.11 acontece o Masterclass Monumento à Independência do Brasil, com a participação de Antoine Armager e Marcelo Lopes. “Teremos uma equipe multidisciplinar de altíssimo nível”, afirma Israel Kislansky. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo celular (11) 99743-1300. Outras informações podem ser obtidas no site https://www.fundicao-artistica.com/ e no instagram @fundicao_artistica.
Israel Kislansky
Israel Kislansky é escultor e especialista em fundição de obras de arte em metal. Formado em Artes Visuais pela Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, realizou entre os anos de 1996 e 2006 intensa atividade educacional, levando cursos e palestras sobre escultura figurativa aos principais centros culturais do país.
De 2008 a 2014 criou e coordenou o Centro Técnico em Fundição Artística SENAI-SP. Em 2015/16 coordenou junto ao DPH (Departamento de Patrimônio artístico de São Paulo) a restauração de parte do gigantesco conjunto escultórico do Monumento do Ipiranga.
Na Bahia, leva a assinatura de Kislansky a escultura “Esperança” que fica no pátio central do Hospital Santa Isabel, em Salvador e a escultura Mãe, localizada no Recanto São Francisco, área verde situada no bairro do Itaigara. As obras de Kislansky são, sobretudo, confeccionadas em cerâmica e fundição artística, utilizando o processo milenar de “cera perdida”, onde os metais são derretidos, moldados e vazados sobre moldes refratários. Israel Kislansky possui uma obra dedicada à figuração, com forte influência da escultura modernista francesa. Suas obras representam corpos femininos modelados de forma realista, mas de composição abstrata, levando o espectador perceber o nu como um universo formal independente.
Serviço:
O que: 1ª Semana Internacional da Fundição Artística.
Quando: de 18 a 23 e novembro
Onde: São Paulo, capital, em vários espaços
Inscrição: (11) 99743-1300.
Site: https://www.fundicao-artistica.com/