Um estudo conjunto da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) trouxe à luz uma descoberta instigante: a energia liberada pelas mãos humanas pode contribuir de forma significativa para a cura de mal-estares físicos e emocionais. Inspirado em práticas milenares como o Johrei — da Igreja Messiânica — e o passe espiritual utilizado no Espiritismo, o trabalho científico começa a revelar aquilo que a sabedoria ancestral sempre intuiu: o corpo humano é um canal de cura.

O ponto de partida da investigação foi pessoal. Em 2000, Ricardo Monezi, então aluno de mestrado na Faculdade de Medicina da USP, decidiu explorar cientificamente os efeitos da imposição de mãos — técnica que havia o ajudado a superar uma severa crise depressiva durante a adolescência. Durante seus estudos iniciais, Monezi aplicou a técnica em camundongos com tumores e observou um aumento significativo na atividade das células de defesa, sinalizando um possível reforço imunológico induzido por esse tipo de energia.

O impacto foi tão expressivo que o pesquisador decidiu expandir a investigação. Já em seu doutorado pela Unifesp, Monezi avaliou os efeitos da técnica em humanos. O estudo envolveu 44 idosos com queixas de estresse crônico e apontou uma redução perceptível nos níveis de ansiedade, estresse e sintomas depressivos. Os participantes relataram ainda sensações de relaxamento profundo, bem-estar e aumento na disposição física e mental.

“A ciência chama essas emissões de ‘energias sutis’, que se aproximam de frequências eletromagnéticas de baixa intensidade”, explica Monezi. Embora os mecanismos ainda não sejam totalmente compreendidos pela ciência tradicional, os efeitos observáveis começam a atrair atenção de pesquisadores da área de saúde e bem-estar.

No total, o estudo experimental envolveu 60 camundongos e 44 idosos humanos. Agora, a Unifesp pretende ampliar a pesquisa a partir de novas análises envolvendo outras técnicas de cura energética, como o Reiki, ainda em 2025.

As práticas de imposição de mãos são milenares e transcendem religiões, aparecendo em templos do Antigo Egito, nas curas relatadas em textos cristãos e nas tradições espirituais orientais. Hoje, com o respaldo de pesquisas científicas, essas práticas ganham espaço também em ambientes acadêmicos e de saúde complementar.

O que é o Johrei? A Luz Divina que Purifica Corpo e Espírito

O Johrei é a prática espiritual central da Igreja Messiânica Mundial, uma religião fundada no Japão em 1935 por Mokiti Okada, conhecido como Meishu-Sama (Senhor da Luz). A palavra “Johrei” significa literalmente “purificação do espírito” e descreve uma técnica de imposição de mãos pela qual, segundo seus praticantes, transmite-se a Luz Divina com o objetivo de curar enfermidades físicas, promover equilíbrio emocional e espiritual e transformar a consciência humana.

A prática é semelhante ao reiki em sua forma, mas difere profundamente em sua essência e doutrina. Enquanto o reiki canaliza a “energia universal”, o Johrei é entendido como canalização direta da luz purificadora de Deus. Para os fiéis, essa energia não apenas alivia sintomas, mas promove uma verdadeira purificação espiritual, necessária para o surgimento de um mundo ideal — o chamado Paraíso Terrestre, um dos conceitos fundamentais da Igreja Messiânica.

Qualquer pessoa pode ser capacitada para ministrar o Johrei, desde que receba a Medalha da Luz Divina por meio de um processo de outorga. A Igreja permite que fiéis de outras religiões também participem da prática, sem exigência de exclusividade de fé.

Passe espírita: o que é e para que serve?

O passe espírita é uma prática comum em centros espíritas, definida como uma transfusão de energias. Por meio da imposição das mãos, o médium passista doa energias benéficas — com pensamentos de paz e bem-estar — ao paciente, auxiliando no reequilíbrio físico, emocional e espiritual.

A técnica não envolve toque físico e concentra-se nos centros de força (ou chacras) do corpo. Durante o passe, acredita-se que os benfeitores espirituais também atuem, afastando influências negativas e ajudando na renovação do paciente.

Embora não substitua tratamentos médicos ou psicológicos, o passe é visto como um auxílio complementar, oferecendo alívio em momentos de estresse, tristeza, ansiedade ou desequilíbrio energético. Ele pode ser aplicado presencialmente ou à distância (irradiação), desde que com intenção sincera e fé.

Qualquer pessoa pode receber o passe, mas para aplicá-lo é necessário estudo, preparo e equilíbrio emocional, seguindo os princípios da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec.

Fontes consultadas:

• Universidade de São Paulo (USP)
• Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
• Universidade Federal do Paraná (UFPR)
• Portal RAC (Rede Anhanguera de Comunicação)