“Esse Caminho Longe” é um espetáculo imersivo que cruza teatro, vídeo e música ao vivo. O público senta-se nos quatro lados de um palco em forma de cruzamento. Duas telas de vídeo, de um lado e do outro mostram imagens de São Tomé e de Portugal. São uma das vozes que contam a história de uma mulher afastada da sua terra natal ainda em criança e da sua luta para regressar e reencontrar aquilo que perdeu, a essência do seu ser.
Três atrizes, duas negras e uma branca, narram estórias, narram histórias, narram a HISTÓRIA, colocam questões, fazem perguntas, convidam o público a empatizar e apontam um caminho para um recomeço, depois de tanto e tantos séculos de escravidão real e metafórica.
A relação entre atriz e público é muito próxima. A música, tocada ao vivo, é uma quarta voz, o vídeo a quinta, o conjunto um só objeto, forte, duro, apaixonado e no final ressoa uma frase: “O sofrimento passa, o que não passa é ter sofrido”.
E a pergunta: “Conseguiremos, reconhecendo os erros do passado, recomeçar no presente um outro futuro?”
“Olinda Beja está no espetáculo como ela está em sua própria poesia. É uma voz narrativa que não fala sobre ela, mas a partir dela, a partir da experiência dela. E, principalmente, a partir da experiência poética dela. De como ela conseguiu solucionar questões que são muito complexas para uma criança que é tirada de sua mãe terra, sua mãe cultural, sua mãe biológica e vai para um outro continente ser criada por uma outra mãe e um dia se reencontram”, explica Márcio Meirelles.
O espetáculo parte da dualidade vivida pelas pessoas que transitam entre São Tomé, na África, e Portugal, na Europa, para discutir o tema universal da travessia humana, realizada em diversos territórios, físicos e simbólicos. “Esse Caminho Longe”, nesse percurso, reflete sobre a possibilidade de reconhecer erros passados, recomeçando no presente a emergência por um futuro melhor. Os textos são de Lígia Soares e Olinda Beja, com dramaturgia de Graeme Pulleyn, Lígia Soares e Marcio Meirelles. Encenação de Graeme Pulleyn e Marcio Meirelles. A diretora e coreógrafa Cristina Castro, gestora de projetos do Teatro Vila Velha, colaborou na coreografia do espetáculo.
SERVIÇO:
O quê: Esse Caminho Longe
Onde: Museu de Arte da Bahia (Corredor da Vitória, Salvador)
Quando: 01/12 às 17h e 19h
Ingressos: R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia entrada)
Ingressos disponíveis através do Sympla (LINK) e na bilheteria do espaço.
Classificação: 14 anos