Por Morgana Montalvão
Foi durante o isolamento social, ocasionado pela pandemia do Covid19, que o jornalista Roberto Pires decidiu que a ansiedade e a depressão não tomariam conta dele, que é conhecido como Bob Pires e, possui especialidade em jornalismo de moda, e agora produz caixas artísticas com colagens sobre os mais variados temas.
Pires encontrou nas colagens artísticas uma válvula de escape que une criatividade e inventividade com calma e esperança. Além de ser um entusiasta da moda e da arte, o jornalista é um “apaixonado” por perfumes. Ele estuda sobre o universo da perfumaria e reúne coleções de livros e frascos das mais diversas fragrâncias. Nesta entrevista concedida ao Site Doris Pinheiro, Bob Pires revela como as colagens em caixas o ajudaram a dar serenidade aos pensamentos e o seu processo de criação.
As caixas colagens também podem ser uma boa ideia de presente de natal. Além de serem modelos únicos, esses objetos unem imagens, textos, palavras e letras. Uma junção perfeita para os olhos e o espírito.
MORGANA MONTALVÃO – Como decidiu trabalhar com este tipo de arte?
BOB PIRES – Durante a pandemia, em isolamento social, procurei fazer atividades que mantivessem meu espírito distante de ansiedade, pânico e depressão, pois moro sozinho. Assim, fazer colagens manuais ocupa o meu tempo, traz alegria, criatividade, calma, esperança e resiliência. Essa atividade artística foi, nesse momento, retomada por mim de maneira funcional, entretanto já a pratico desde o começo dos anos 1980.
Criar colagens é poder juntar as mais diversas figuras, elementos, inventar cenas e situações, dando asas à imaginação. É, portanto, uma excelente e saudável válvula de escape da realidade dura dos nossos dias atuais, com guerras, crise econômica e outros problemas conjunturais. Fazer colagem é uma maneira de me expressar artisticamente. Porque, como sabemos, a arte salva. Além do mais, a colagem envolve reciclagem de material, e, mais do que nunca, reciclagem é vital. Aliás, como jornalista que sou, com quase 40 anos de carreira, trazer à tona meu lado de artista é uma enorme realização.
MM – Por que escolheu as caixas e o que elas significam?
BOB PIRES – Sou o “louco das caixas”. Adoro! Já usei vários suportes para as minhas colagens, como papel e tecido. Então, decidi experimentar em caixas também. Legal que a tampa onde é criada a colagem pode ser exposta na parede, como um quadro.
MM – De onde vem a sua inspiração?
BP – É um verdadeiro turbilhão. Sento com papel, tesoura e cola e aí começa a loucura! Tudo me inspira. A vida real, as pessoas, a ficção, os filmes, os livros, as músicas. Enfim, é um liquidificador de referências que venho acumulando durante a minha existência.
MM – Qual o seu critério para a escolha dos materiais?
BP – Gosto muito de papel bom, revista boa, sabe? O trabalho fica mais bacana. Mas misturo tudo, sem restrição nem preconceito: imagem de jornal, panfleto de ofertas, entre outros. Detonei minhas revistas de moda importadas, maravilhosas. Aliás, eu ressignifiquei, reciclei, estou dando outro sentido a esse material. Renovação é sempre uma boa prática para manter a cabeça e a casa arejadas.
MM – As caixas têm um tamanho padrão? Por quanto você as comercializa?
BP – Não. Os tamanhos e formatos das caixas são bem variados. Tem para todos os gostos. Elas começam a ser vendidas a partir dos R$100 reais. São peças exclusivas, que dão um trabalhão pra realizar.