“A Grande Fuga” é um belíssimo filme que mistura drama e história para contar uma emocionante jornada de memória, coragem e determinação. Dirigido por Oliver Parker (“O Retorno de Johnny English”, “Othello”), o longa é baseado na história real de Bernard Jordan, um veterano da Segunda Guerra Mundial que, aos 89 anos, fugiu da casa de repouso onde vivia na Inglaterra para participar da celebração dos 70 anos do Dia D na Normandia.
O filme, que marca o último trabalho da carreira do grande ator Michael Caine, 91, também é uma despedida para Glenda Jackson, que faleceu em 2023 após concluir as filmagens.
Uma fuga histórica
Em 5 de junho de 2014, Bernard Jordan, então com 89 anos, surpreendeu o mundo ao deixar a casa de repouso The Pines, em Hove, Sussex, sem avisar a ninguém. Vestindo apenas uma jaqueta, uma capa de chuva e suas medalhas de guerra escondidas, ele embarcou em uma aventura inesperada. De trem, chegou a Brighton, onde pegou um barco pelo Canal da Mancha até a França.
O objetivo? Prestar homenagem aos companheiros que haviam lutado e perdido suas vidas no Dia D. Jordan, que serviu no 13º Batalhão de Paraquedas, participou da batalha de Pegasus Bridge e foi capturado pelos alemães durante a guerra, passando o restante do conflito em um campo de prisioneiros.
Sua jornada tocou o coração de muitas pessoas. Apesar das preocupações iniciais da equipe da casa de repouso e da polícia, sua esposa Irene sabia de seus planos. Bernard ficou conhecido como o “Grande Fugitivo” e virou manchete em todo o mundo.
Um adeus ao cinema
Para Michael Caine, “A Grande Fuga” é mais do que um papel: é um encerramento digno para uma carreira que atravessou décadas. Conhecido por filmes como “Batman: O Cavaleiro das Trevas” e “O Grande Truque”, Caine traz à vida Bernard Jordan com uma sensibilidade única, capturando tanto o humor quanto a seriedade dessa jornada.
Glenda Jackson, que interpreta Irene, também entrega uma performance memorável, equilibrando a preocupação de uma esposa com a compreensão do espírito livre de Bernard.
O diretor Oliver Parker destacou a dedicação dos atores durante as filmagens, que ocorreram em apenas 30 dias. “Eles vieram como soldados, prontos para o trabalho, sem extravagâncias ou reclamações”, disse Parker.
História, memória e legado
“A Grande Fuga” não é apenas uma celebração da coragem de Bernard Jordan, mas também um lembrete do impacto duradouro da Segunda Guerra Mundial na vida daqueles que a viveram. O filme reflete sobre memória, perdas e o desejo de honrar os sacrifícios do passado e mostra a quem vive hoje o quão terrível e desastrosa pode ser uma guerra.
Com tons emocionantes e toques de humor, a produção equilibra o drama histórico com momentos de leveza, tornando-se um tributo tanto aos veteranos quanto aos atores que lhe deram vida.
Para Michael Caine e Glenda Jackson, este filme é mais do que um trabalho final; é um símbolo do que o cinema pode oferecer: histórias que inspiram, emocionam e conectam gerações.