Especialista alerta para práticas que ajudam a prevenir doenças oculares e reforçam a importância dos exames periódicos em todas as fases da vida
A visão é um dos sentidos mais valorizados pelo ser humano e, em paralelo, um dos mais negligenciados. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 2,2 bilhões de pessoas no mundo convivem hoje com algum tipo de deficiência visual, sendo que ao menos 1 bilhão desses casos poderiam ter sido prevenidos ou tratados se diagnosticados a tempo. No Brasil, estima-se que mais de 35 milhões de pessoas tenham algum grau de dificuldade para enxergar, muitas vezes sem sequer perceber, de acordo com dados do IBGE.
“O exame oftalmológico regular é fundamental para preservar a saúde dos olhos em todas as fases da vida. No caso das crianças, ele tem um papel ainda mais decisivo, porque identifica precocemente problemas como miopia, hipermetropia e estrabismo, que podem comprometer diretamente o aprendizado e o desenvolvimento escolar”, explica Celso Morita, Chief Medical Officer da Vöiston, healthtech brasileira especializada em inteligência artificial no setor de saúde, com foco em estruturar e processar dados clínicos.
Manter uma rotina de acompanhamento é igualmente essencial na vida adulta, quando hábitos de proteção e prevenção ajudam a evitar o avanço de doenças, e torna-se ainda mais crítico na terceira idade, fase em que aumentam os riscos de glaucoma, catarata e degeneração macular. “É comum atribuir tropeços, quedas ou dificuldades de leitura à idade ou à desatenção, quando na verdade podem ser sintomas claros de doenças que afetam a visão. Essa falta de reconhecimento atrasa diagnósticos e compromete tratamentos que poderiam preservar a independência e a qualidade de vida do idoso”, reforça o médico.
A partir destes pontos, o especialista elenca cinco cuidados essenciais que podem fazer diferença na preservação da visão em todas as idades:
- Exames regulares desde a infância
Consultas periódicas ajudam a identificar e corrigir precocemente alterações visuais mais comuns como miopia e estrabismo, que podem prejudicar o desenvolvimento escolar e social da criança, mas também podem identificar problemas mais graves como tumores e doenças congênitas que inclusive podem colocar a vida da criança em risco.
- Reconheça os sinais de alerta
Crianças que franzem os olhos para ler, têm queda no rendimento escolar ou se aproximam muito da TV podem estar com dificuldades visuais. Em idosos, sinais como tropeços frequentes, dificuldade em reconhecer rostos ou problemas para realizar tarefas cotidianas são indícios importantes de perda de visão que não devem ser ignorados.
- Proteção contra os raios ultravioleta
O uso de óculos escuros com proteção UV deve ser incorporado à rotina de todas as idades. A exposição prolongada ao sol sem essa proteção aumenta o risco de catarata, degeneração macular e outras doenças oculares.
- Hábitos saudáveis fazem diferença
Uma alimentação balanceada, rica em vegetais verdes, frutas e peixes, fortalece a saúde ocular graças a nutrientes. Além disso, evitar o tabagismo, controlar a diabetes e pressão arterial e manter atividades físicas regulares são medidas que reduzem o risco de doenças que comprometem a visão.
- Acompanhamento contínuo na terceira idade
Glaucoma e degeneração macular são doenças silenciosas e progressivas, comuns entre idosos, que podem levar à perda irreversível da visão. Consultas anuais ao oftalmologista são fundamentais para a detecção precoce.
“Enxergar bem não é apenas uma questão de conforto, é um direito fundamental e um fator determinante para o bem-estar. A prevenção é o caminho mais eficaz para preservar esse bem tão valioso”, finaliza Morita.















