Uma ficção científica que pulsa afeto, ancestralidade e inovação tecnológica, o curta-metragem Meu Pai e a Praia, dirigido por Marcos Alexandre, segue sua trajetória internacional e acaba de integrar a programação do prestigiado Philadelphia Latino Arts & Film Festival (PHLAFF), nos Estados Unidos, que acontece até 6 de julho. Após ser premiado no Panorama Coisa de Cinema 2025 com o troféu de Melhor Direção de Arte, o filme também foi selecionado para o AfroCannes 2025, sob o tema “Afro-Futurismo: Um Diamante Bruto”, reafirmando o protagonismo das narrativas afro-diaspóricas produzidas no Brasil.
Ambientado em um futuro sensível e tecnificado, Meu Pai e a Praia entrelaça temas como ausência paterna, maternidade solo, laços familiares e tecnologia em uma jornada emocional que desafia o tempo. Parte do impacto da obra vem de sua estética imersiva e inovadora, fruto do trabalho do Nimbus VFX, estúdio de efeitos visuais baiano fundado por Alan Reis e Filipe Louzado.
Criado a partir da necessidade de dar vida ao universo visual do filme, o Nimbus VFX nasceu no calor da criação, antes mesmo de existir formalmente como empresa. A conexão entre Alan, Filipe e o diretor Marcos Alexandre foi o ponto de ignição de uma colaboração intensa e apaixonada por ficção científica e pela força simbólica das imagens.
“A criação do Nimbus foi uma consequência direta da necessidade de estruturar um processo criativo em meio a um desafio técnico e narrativo. Meu Pai e a Praia foi nosso laboratório, nossa origem”, conta Filipe Louzado.
A equipe atuou em todas as etapas dos VFX: desde os primeiros art concepts, passando pela supervisão de efeitos no set, até a pós-produção, com destaque para a criação de hologramas, HUDs, naves e efeitos invisíveis que compõem o universo visual do curta. Um dos elementos mais marcantes foi a modelagem das naves inspiradas nas tradicionais barcas Salvador-Itaparica, assinadas pelo artista 3D Leonardo Marques — uma solução original que conecta o sci-fi global com o território baiano.
“Não se trata apenas de criar um bom efeito. É sobre sustentar a narrativa visual com coerência, impacto emocional e eficiência produtiva. E tudo isso sem abrir mão da identidade cultural que nos move”, afirma Alan Reis.
Com sede na Bahia, o Nimbus VFX aposta na descentralização do mercado audiovisual brasileiro, levando excelência técnica e criatividade a partir do Nordeste.
“Durante muito tempo, o Sudeste foi visto como o único polo criativo de VFX no Brasil. Queremos mostrar que o Nordeste também é potência, e que aqui se faz ficção científica com alma, técnica e inovação”, afirma Filipe.
O nome do estúdio carrega um simbolismo potente: “Nimbus” é a nuvem que antecede a tempestade — uma imagem de força, transformação e beleza.
“A arte é como uma tempestade que nos atravessa. É coletiva, é maior do que o artista. O Nimbus nasceu para provocar esse tipo de impacto: emocional, estético e simbólico”, resume Alan.
Com passagens por produções como Os Deraldos (Netflix Brasil), campanhas nacionais e internacionais e uma sólida formação em VFX e produção audiovisual, Alan Reis e Filipe Louzado hoje posicionam o Nimbus como um estúdio emergente com olhar para o futuro — e para o mundo.