Idosos já ultrapassam 15% dos brasileiros. Desafio é viver mais e melhor!
Em 1º de outubro é celebrado o Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar sobre as questões do envelhecimento e reconhecer as importantes contribuições das pessoas idosas para a sociedade. Para essa população que só cresce no Brasil, o grande desafio é como viver mais e melhor.
O médico geriatra do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu, Dr Rafael Ceregatti, esclarece que “cada vez mais não é somente a idade que define o indivíduo”. Ele acabou de participar do 20º Congresso Europeu de Geriatria, realizado na cidade de Valência (Espanha) e enfatiza: “é necessário trazer o que a Medicina oferece ao paciente, mas de forma individualizada. Para isso é fundamental o acompanhamento rotineiro do médico geriatra, para detectar problemas de saúde precocemente e propor os tratamentos adequados para cada faixa etária, levando em conta as capacidades intrínseca e funcional da pessoa. Inclusive, com o geriatra participando de decisões e adequando o tratamento para que não passe do ponto”, lembra Ceregatti.
O especialista explica que a capacidade intrínseca é um conceito em que prevalece a condição do indivíduo de reagir ao ambiente, dificuldades e situações do dia a dia, levando em conta aptidões físicas e mentais avaliadas por cinco domínios: cognição, humor, sensorial, locomoção e vitalidade.
Já a capacidade funcional corresponde ao que a pessoa é capaz de fazer com todas as habilidades citadas anteriormente, realizando atividades que possibilitam cuidar de si mesma e viver de forma independente, como morar sozinho, trabalhar etc.
“A partir dos 80 anos de vida, o que mais pesa é a diminuição da capacidade muscular e evitá-la não é algo inatingível, pelo contrário, as intervenções são simples: de modo geral a prática regular de exercícios físicos resistidos aliada a uma dieta alimentar rica em proteínas animal e vegetal vai trazer os inúmeros benefícios do aumento da quantidade de massa dos músculos”, orienta o médico.
Tão importante quanto cuidar do corpo é manter a saúde da mente com o passar dos anos. O neuropsicólogo Aslan Alves orienta “a estimulação cerebral como prevenção do declínio cognitivo, por meio de atividades como leitura, jogos de lógica, aprendizado de novas habilidades e a manutenção de uma vida social ativa e engajada”.
“A prática de mindfulness e a gestão do estresse, juntamente com a qualidade do sono, também são componentes-chave de um envelhecimento saudável e da prevenção de doenças”, completa Alves.
Idosos no Brasil
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 203 milhões de habitantes registrados pelo Censo 2022 pouco mais de 15% desse total corresponde à parcela de idosos, ou cerca de 32 milhões de pessoas. A previsão do IBGE é que em 2030 haverá mais brasileiros com idade superior a 60 anos do que crianças.