A obesidade e o sobrepeso são hoje reconhecidos como desafios críticos de saúde pública no Brasil e no mundo. De acordo com o relatório “Atlas Mundial da Obesidade 2023”, divulgado pela Federação Mundial da Obesidade, mais de um bilhão de pessoas vivem atualmente com obesidade; número que pode ultrapassar 1,5 bilhão até 2030. No Brasil, o cenário também preocupa: dados do Ministério da Saúde revelam que 68% da população está com excesso de peso, sendo 31% com obesidade. Essa condição está diretamente associada a doenças crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer, além de comprometer a qualidade de vida e a longevidade.
Diante desse panorama, cresce o interesse por alternativas naturais que promovam o controle de peso de forma segura, sustentável e integrada. A fitoterapia (ciência que estuda o uso de plantas medicinais com propriedades terapêuticas) consolida-se como aliada nesse processo. Para Dra. Jeane Nogueira, farmacêutica especialista em fitoterapia clínica, o uso de fitoterápicos deve estar sempre inserido em um plano individualizado. “A fitoterapia não substitui hábitos saudáveis, mas é uma ferramenta no processo de reeducação alimentar e reequilíbrio metabólico”, alerta a especialista.
Entre as substâncias amplamente estudadas e utilizadas sob orientação profissional, destaca-se a Gymnema sylvestre, planta originária da Índia, cujos compostos ativos têm a capacidade de reduzir a absorção de glicose no intestino, além de modular a sensação de prazer ao consumir alimentos doces. Já a Berberina, alcaloide extraído da planta Berberis vulgaris, apresenta ação anti-inflamatória e hipoglicemiante, podendo contribuir para a regulação do metabolismo e redução do índice de massa corporal (IMC).
O extrato de café verde, por sua vez, contém ácido clorogênico, que auxilia no controle do apetite, no estímulo à queima de gordura e na melhoria da sensibilidade à insulina. Outro ativo relevante é a faseolamina, presente no feijão branco, que atua inibindo a digestão de carboidratos complexos, favorecendo o controle glicêmico e a saciedade.
No entanto, falar sobre emagrecimento exige também considerar a dimensão psicológica e comportamental envolvida. Em uma sociedade marcada por padrões estéticos inalcançáveis e pela pressão por corpos idealizados, é essencial diferenciar o emagrecimento por motivos de saúde daquele motivado por exigências externas ou distorcidas.
“A construção de uma relação equilibrada com o próprio corpo, pautada na autoestima e na consciência do autocuidado, é parte fundamental de qualquer abordagem eficaz. Em vez de prometer transformações radicais, o foco deve estar na conquista de bem-estar, energia, autonomia e saúde metabólica”, completa Dra. Jeane Nogueira.
A combinação entre fitoterapia, orientação nutricional, atividade física regular e apoio psicológico tem se mostrado uma boa estratégia para emagrecer e reestabelecer o equilíbrio.