A MPB sempre foi múltipla, diversificada, dinâmica. Muitos livros foram lançados, ensaios, biografias, crônicas por Ana Maria Bahiana, Nelson Motta, José Miguel Wisnik, Tarik de Souza, Mauricio Kubrusly, Sergio Macedo e muitos outros. “Meu estranhamento é que nenhum deles se debruçou sobre a obra de Gal Costa.
Só recentemente começaram a sair alguns livros sobre a artista. Para preencher essa lacuna, o editor da Noir me pediu para escrever um livro sobre Gal nos anos 1970, a geração do sufoco e do desbunde, da loucura e da síntese. Quem viveu essa época sabe do temporal, da tempestade e do silencio. Uma década de paranoia, de censura, prisões, ditaduras enfim”, conta o jornalista Gutemberg Cruz que está lançando o livro TIGRESA: Gal Costa canta anos 70 pela editora paulistana Noir.
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Uma das mais bonitas e ousadas vozes da música popular brasileira. Dona de um dos melhores timbres de nossa música. Sua voz era capaz de soar doce e suave cantando os mais simples dos sambas, ao mesmo tempo que podia extravasar toda energia do rock’n’roll do final dos anos 60 nas canções da fase mais experimental de sua carreira. Ela foi uma revolução das vozes e dos costumes na MPB.
Durante a carreira, se conectou tanto com consagrados autores de música brasileira, quanto com novos expoentes. “Meu nome é Gal” serviu como carta de apresentação unindo Jovem Guarda e Tropicália. Dedicou-se ao suingue de Jorge Ben Jor com “Que pena (Ela já não gosta mais de mim)” e foi pelo rock com “Cinema Olympia”, de Caetano. “Pérola negra” ajudou a revelar o então jovem compositor Luiz Melodia. “Vapor barato” mostra a força dos versos de Jards Macalé e Waly Salomão.
Na década de 1970 tornou-se musa dos hippies. Com pouca roupa e muita coragem, botava uma flor no cabelo, tomava um violão e encarava o palco sozinha, de pernas abertas. Depois apareceu seminua na capa, regravou a guarânia que dava nome ao álbum, ousou imitar sons de pássaros e fechou os trabalhos com a já saudosa “Desafinado”, de João Gilberto. Assim era “Gal Fa-Tal” e A “Todo Vapor”.
Avassaladora como artista nos anos 1960. Com sustenidos e bemóis de quem era dona da própria garganta, ela ia da reflexão das letras de Gilberto Gil e Caetano Veloso à introspecção das canções de Torquato Neto.
Divina maravilhosa. É assim que Gal Costa foi, é e continuará sendo conhecida por todo o Brasil. Sua voz incomodava ditadores e censores. Mãe de todas as vozes. Uma tigresa!
Os interessados podem adquirir a obra Tigresa: Gal Costa canta anos 70 pela Editora Noir através do site: https://www.editoranoir.com.br/tigresa-gal-canta-anos-70