Por Irmão João
A vida ainda me pesa por não viver o equilíbrio (virtude) entre agarrar-me às coisas e às pessoas, e deixá-las ir, por não dar a justa medida às relações com os outros e com a posse e o uso dos bens.
Eu devo ser apenas um peregrino sedento, que me debruço na margem do rio da vida e recolho, com as mãos, o pouco da água que me basta; o resto escorre por entre os dedos de volta ao rio.
Nada é meu, nem para mim, tudo e todos passam por mim acrescentando-me e levando consigo algo de mim, pois tudo tem a ver comigo, e eu tenho a ver com tudo e todos. Quanto menos prender-me, mais leve ficarei, mais alto voarei, e do alto melhor verei a vida.
Em vez de filosofar com os estóicos e epicuristas em busca da Ataraxia, para mim, não quero nem o apego nem o desdém dos bens e das pessoas. Quero cantar com Renato Russo: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.